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Minha irmã estava enorme, não só enorme, mas com o rosto de uma mulher adulta. Ok, ela é mulher, eu sei, mas estou falando no sentido da fisionomia do rosto de adulta dela já. Gente, ela cresceu muito.

- M-Meu Deus, Fizzy! Eu entrei em coma e não sabia? - Digo, espantado e com o coração batendo à mil pelo susto e porque caramba, minha irmã bebê estava uma mulher adulta já. O fruto de meu jardim pequeno cresceu!

Eita que Jesus está botando cada vez mais gente alta no mundo. Pare, por favor.

Por um mundo onde todos sejam baixos como eu, minhas sinceras reivindicações.

- Que? - Ela questiona, confusa e chegando mais perto.

- Você está enorme! - Solto tudo de uma vez e salto da cama para ir abraçá-la. O familiar cheiro doce dela me atingindo e me fazendo querer chorar novamente. Cara, nem eu sabia que era tão chorão assim. Ela solta uma pequena risada e me aperta em seus braços, ela está quase me passando na altura. Fazer o que, eu nasci um anão assim como Deus quis. Mas eu até que gosto da minha altura, só que eu sofro na maioria das vezes. É ruim ser baixinho, quer dizer, extremamente baixinho, porque às vezes quero pegar alguma coisa e não alcanço, é meio humilhante ter que pedir para uma outra pessoa pegar porque você não tem altura suficiente e acaba se tornando meio incapaz por isso. Uma droga.

Só que eu comecei a gostar de minha altura porque Harry sempre dizia que era uma das coisas que ele mais amava em mim e no universo. Toma Louis, seu prêmio de otário e trouxa por não conseguir parar de pensar em Harry nem quando está abraçando sua própria irmã que não vê a dois anos. Parabéns!

Sinceramente, acho que nunca vou parar de ser trouxa. É a história da minha vida que eu levo todos os dias para casa na esperança de mudar.

Amar Harry dói, sempre doeu e acho que está condenado à doer sempre. E mesmo que essa dor seja estraçalhante, ela é a única coisa que ainda me mantém vivo. O amor não é mil maravilhas, mas não é aquele bicho de sete cabeças que algumas pessoas definem ser. É bom amar, mesmo que doloroso, é maravilhoso. Está tudo bem, porque além de tudo que Harry tenha feito ou ainda vai fazer, ele está bem aqui cravado no meu coração e no meu amor, não há nada que possa mudar isso. Nada. Harry está eternizado em minha alma. Clichê? Pode até ser, mas ele sim me fez feliz. Apesar dos apesares, ele me ajudou a levantar quando eu cai em vários sentidos e momentos, mas o que ele não sabia, é que a minha maior queda seria ficar sem ele. E sim, ele tentou me remediar disso, mas eu apenas ignorei e fui embora. Trouxa.

Harry é meu e eu queria lutar por ele, sabendo exatamente que é isso o que ele quer, mas eu simplesmente não consigo. O medo de ter que deixá-lo novamente é maior, infelizmente.

Nossa história poderia ter aquele final clichê de chegar nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo na frente do altar e declarar que eu era o alguém que tinha tudo contra aquele casamento, mas as coisas não são tão simples e acessíveis assim. Harry merece ser feliz, ele merece. Cansei de lutar pelo simples fato de estar cansado de dizer adeus o tempo todo à coisas que eu amo. Não quero sofrer e muito menos fazer com que outras pessoas ao meu redor sofram também. Não quero ter que amar uma coisa e logo ter que abandoná-la.

Ultimamente a vida vem me fazendo brincar de esconde-esconde. Ela conta até dez e eu me escondo, mas ela sempre me acha e quem toma no cu sou eu mesmo. Não que eu não goste, mas o buraco acaba ficando desgastado e aumenta a proporção. Desgastado como minha vida ultimamente. Bem, e se tornando mais fundo que o buraco negro de meu estômago que me faz sempre estar com fome. É a vida e ela não é bonita, simplesmente aceite. Você é o aprendiz que sempre vai tomar no cu, aceite e siga com a vida. Seja como eu, sempre tomando no cu, mas permanecendo em pé. Vamos com fé nessa vida, porque o importante é a jornada. Você tomando no orifício anal ou não, o que importa é a escalada até alcançar seu objetivo maior na vida.

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