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Término, meados de Janeiro de 2012.

- Lou, não me deixe, por favor. - Harry dizia repetidas vezes, completamente fora de si e inseguro. Oh, as lágrimas que caíam por seu rosto só tornavam as coisas piores. Era um pesadelo. Tinha que ser um maldito pesadelo.

- Você não merece tudo isso, Harold. Eu não mereço, ninguém aqui merece. Vai ser melhor assim, tente acreditar. - Digo, chorando e tentando me convencer de que realmente iria melhorar. Afinal, aquilo estava o matando. Chego perto de Harry e apenas vejo medo e insegurança em seus olhos. Estava doendo. Passo meus dedos por suas bochechas molhadas e vermelhas, tentando secar as lágrimas inacabáveis ali. Ele estava tão frágil e inseguro. Logo sinto seus braços me apertarem em um abraço e imploro mentalmente que isso não me faça desistir. Não agora.

- Não vai ser melhor sem você aqui. Como você tem a coragem de me deixar, Lou? Por favor, me perdoa. Isso tudo não vai se repetir, eu prometo, meu amor. Eu vou melhorar e voltar para você. Por favor. Aquilo tudo foi um equívoco e eu perdi a cabeça, mas não vai se repetir. Prometo, juro ou tudo que você quiser. Só não me deixe, por favor. - Harry tenta a todo custo não me deixar ir, mas era impossível. Eu tinha que ir. Não poderia ficar aqui depois de tudo. Harry estava obcecado por mim e isso não fazia bem para a vida um do outro. Ciúmes razoáveis e bobos são legais, mas devem ser momentâneos. Mas do jeito que Harry estava possesso, isso não era bom e muito menos saudável.

- H-Harry, você quase matou o cara só porque ele quis pagar uma bebida em recompensa por ter derrubado o meu outro drink. Você sempre diz a mesma coisa e agora que quase matou uma pessoa por pura obsessão, eu vejo que você não está bem. Não comigo. Por favor, tente ver.

Estava cada vez mais frequente e depois de quase ter matado um desconhecido em uma boate, se tornou doentio. Ele precisava de ajuda, mas eu não poderia cedê-la. Não agora. Sim, eu sou um covarde, mas não fazia noção de que o amor poderia enlouquecer tanto uma pessoa para ter apenas um título de posse sobre outra. Talvez nem fosse amor.

- E, infelizmente, eu não vejo mais condições de estar com você. Não com você assim, meu amor. Acredite, está doendo tanto em mim quanto em você. - Solto mais um soluço sufocado e olho ao redor, apenas para ver minha mãe chorando desesperada.

- Não. Louis, você não se importa mais, né? - Sinto Harry fungar e me olhar com desprezo, antes de me empurrar para fora de seus braços. - Na verdade, você não quer nem saber do estrago que sua ausência causará na minha vida. Você não se importa em me ver como um miserável implorando para que fique comigo. Gosta do que vê? Está gostando de ver o quão dependente eu me tornei de você? Para falar a verdade, tem outra pessoa, não tem? Anda, me diga o nome. Seja digno e me diga. Eu mereço ao menos isso vindo de você.

Recuo com medo dos olhos raivosos de Styles, não o reconhecendo mais a cada passo mais próximo que dava. Logo vejo os meninos indo o segurar quando avançara demais, me fazendo desabar no choro. Ele iria me bater? Cadê o meu Harry? O garoto de cachos que eu namorei por todo esse tempo?

Literalmente, Harry despertava o meu melhor, mas ao mesmo tempo, o pior. E acho que eu provocava o mesmo nele. Era frio e calor. Segurança e insegurança. Escuridão e claridade. Flores e espinhos. Dor e amor. Éramos assim. Sem explicações ou limites. A falta dos limites nos levou à toda essa confusão ilimitada. Queria acabar logo com tudo isso.

Era isso, Harry tinha passado dos limites por me querer tanto e chegava a não suportar a ideia de alguém sequer olhar em minha direção. Estamos doentes um pelo outro e precisamos nos afastar imediatamente. O pior de tudo, é que só eu consigo ver isso. Infelizmente. Então estou condenado a sair como o vilão, mas estava tão difícil ter que deixá-lo e trilhar minha vida sem ele. Estava doloroso demais.

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