19.

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Quando vejo as árvores do parque escuro e um homem com cabelos cacheados sentado em um dos bancos, suspiro pesadamente e agradeço por ter acertado em alguma coisa na vida. Por sorte, encontro uma vaga entre dois carros e logo estaciono. Assim que bato a porta do carro, sinto o vento gelado me atingir e levo minhas mãos até minha boca, na tentativa de esquentá-las um pouco.

Costumo dizer que sou uma pessoa quente, óbvio que no sentido de temperatura corporal. Tem vezes que fico muito tempo parado e fico completamente quente, às vezes parece que estou queimando por dentro e meus olhos ardem pela quentura. Estranhamente estranho.

Enquanto ando até Harry, tento prender um sorriso insistente e diminuir meus batimentos cardíacos, mas no momento em que nossos olhares se encontram, sinto que uma bomba está prestes a explodir dentro de mim. Minhas mãos começam a tremer e sei que não é por causa do frio. Jesus me ajude. Quando chego perto o suficiente, agradeço a Deus por ter me ajudado a chegar até o banco e me fazer sentar ao lado de Styles. O mico de cair no meio de um parque praticamente abandonado e deixar Harry escapar por entre meus dedos mais uma vez, me faz congelar a respiração.

— Por que veio até aqui? — ouço sua voz, completamente rouca e de certa forma, cansada. Sinto todos os pelos de meu corpo se arrepiarem e prendo meus lábios entre meus dentes. — Eu não preciso da sua piedade. Desde que você chegou aqui, eu brinquei de ignorar tudo o que fez, mas depois de tudo aquilo que você falou, eu realmente cansei, Louis. Você me roubou o meu próprio eu. Nesses dias, a única coisa que fiz foi me encarar no espelho e me perguntar como você tem esse dom de me deixar tão miserável implorando pelo seu amor. E você acha que simplesmente vou dizer o lugar que estou me sentindo miserável e quando você chegasse aqui, iria correr para seus braços com um sorriso enorme? Desculpe lhe desapontar, mas não sou mais um brinquedo em suas mãos.

Viro meu rosto para encará-lo e me sinto quebrar por completo. Ver seus olhos tão verdes, mas tão vermelhos por causa das lágrimas e tão frágeis, me faz querer chorar de imediato. Seus lábios sendo mordidos impiedosamente por seus dentes, na tentativa de não chorar, me faz querer abraçá-lo de imediato.

— Se alguém aqui tem que ser visto como digno de pena, sou eu. Você tinha que ter pena de mim, apenas por ter sido tão babaca com você e ter feito você sofrer. Ninguém nesse mundo seria maluco à tal ponto. — deixo um suspiro longo sair de meus lábios e abaixo minha cabeça, não aguentando toda essa tensão. — Não vou negar que precisei ter que ler aquela nota para poder, finalmente, perceber que eu não sou nada sem você, mas você tem que ao menos tentar entender que eu estava cego pelo medo.

— Medo do que, Louis? — vejo a irritação crescer em sua voz e minha vontade de abraçá-lo ficar maior ainda.

Levanto meu rosto e seu olhar irritado me faz estremecer. É agora ou nunca. 

— Medo de falhar com você novamente e não ser bom para você. Acreditei nisso quando te deixei e durou até eu ter lido aquela nota. Sei que não importa o que eu diga agora, nada vai tirar toda a dor que te causei por todo esse tempo e sei que enquanto continuarmos juntos, continuarei causando. Só que eu não sei parar de te amar, não quero voltar para Londres e ter que ficar vendo todas as nossas fotos guardadas dentro de uma caixa... O que eu mais quero é que tudo saia daquela caixa e que eu tenha todos aqueles momentos novamente. Eu q-quero você, Harry. Eu necessito de você na minha vida novamente e preciso urgentemente acordar com seus cachos fazendo cócegas em meu rosto e seus braços tão acolhedores me segurando para que eu não deixe-o. É tudo o que eu quero agora e para sempre, eu juro. Eu ju— paro asism que sinto seus lábios nos meus, sentindo tudo ficar imediatamente quente e reconfortante.

Sinto sua língua invadir minha boca e não consigo segurar um gemido baixo. Nossas línguas se encontram com mais velocidade a cada segundo e levo minhas mãos para seus cachos, não deixando de sorrir quando sinto Styles aprofundar mais ainda o beijo. Meus dedos puxam levemente os fios de cabelo e o puxo ainda mais para meu corpo. Sinto suas mãos irem parar em minha cintura e prendo seu lábio inferior entre meus dentes, chupando e logo voltando a beijá-lo. Tudo está tão quente, tão intenso e só percebo que estou chorando quando Harry para o beijo e me lança um olhar preocupado.

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