Precipício

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Barry havia ido à Princeton somente uma vez, quando ainda estava no colégio e precisava visitar faculdades para decidir seu futuro profissional. A faculdade era uma boa opção, pois, apesar de estar há alguns estados de distância, ainda era considerada próxima de Central City e, poderia viajar com facilidade em um dia para voltar para casa quando quisesse.

Apesar de não ter optado pela Universidade de Princeton e sequer tentado a sorte nos vestibulares, aquele campus ainda o fascinava. Os prédios antigos, que pareciam fortemente assentados em paredes de com janelas de vidro compridas e torres altas eram inspiradores, assim como o jardim bem cuidado. Já era noite quando chegara com Nora no colo e passara a andar calmamente até a entrada principal, onde uma placa na entrada indicava ter uma recepção.

Lá chegando, perguntou onde seria dada a palestra de Caitlin Snow e a secretária lhe indicou o pavilhão e o caminho, lançando um olhar estranho à pequena bebê em seu colo, como se se perguntasse se assistiria com um bebê no colo – o que a ela parecia estúpido. Ignorando-a, seguiu pelo caminho indicado, percebendo que, apesar da relutância da mulher, Nora já dava sinais de sono. Correr ainda era uma novidade para ela, apesar de terem sido liberados por Caitlin após exames que comprovaram o gene meta de Barry em seu DNA. A médica, ainda, disse que seria bom que tudo não fosse uma novidade para a menina, assim que a super velocidade se manifestasse na idade correta.

Chegou com facilidade ao auditório onde estava acontecendo a palestra de Caitlin. Um grupo de jovens estava sentado de lado de fora usando crachás e, só por isso, descobriu que se trava de uma aula especial, não uma palestra em si e, por isso, não precisaria pagar nada para participar do evento efetivamente. Franziu o cenho, perguntando-se por que a doutora não se atentara a esse detalhe, mas logo tinha um crachá com seu nome ao redor do pescoço e uma garota bastante sorridente o empurrando para o lado de dentro do lugar.

A voz de Caitlin ecoou alta e logo a encontrou, metros abaixo andando de um lado a outro enquanto explicava confiantemente um método descoberto e testado pelo S.T.A.R. Labs que, apenas então, estava colocando a público juntamente com um artigo científico e exatamente por isso o auditório encontrava-se lotado como estava, notou. Nora tentou despertar de seu estado sonolento, procurando de onde vinha a voz conhecida, mas não fez muito enquanto Barry percorria a última fileira em busca de uma cadeira.

Com custo, pôde se sentar próximo à porta de saída, que ficava bem longe de onde havia entrado, há três blocos de cadeiras. Recebeu alguns olhares estranhos ao perceberem o bebê em seu colo, mas acomodou-se com tranquilidade e encarou Caitlin, que gesticulava caracteristicamente com as mãos ao falar de maneira didática sobre bioengenharia.

Notou que no laboratório, enquanto trabalhavam em planos para conter meta-humanos, a mulher simplificava tudo o máximo possível para fazer com que todos entendessem. No entanto, ali estava falando para pessoas de sua própria área, o que tornava tudo mais formal e, ao que parecia, empolgante para ela, pois Caitlin parecia radiante.

Usava as mesmas roupas escuras daquela manhã, mas dessa vez o batom vermelho vivo e os cabelos muito compridos e ondulados soltos por suas costas, como costumeiramente ficavam. Barry franziu o cenho, percebendo que não reparava em Caitlin há um bom tempo. Assim como há um bom tempo não a via falar com tanta convicção sobre qualquer coisa. Com um suspiro resignado, começou a prestar atenção no assunto enquanto Nora dormia calmamente em seu colo.

A aula já parecia bem avançada, de qualquer forma, mas conseguiu compreender uma coisa ou outra quando ela chegava ao ponto que gostaria e via alguns rostos concordarem. Por fim, tudo terminou uma hora e meia depois e não houve perguntas babacas, apenas bastante puxa-saquismo, uma vez que todos pareciam estar maravilhados com ela. Sorriu ao vê-la cumprimentar alguns homens e mulheres mais velhos e estudantes que soavam efusivos ao redor dela, querendo elogiá-lo ao mesmo tempo em que faziam perguntas e jogavam elogios.

Dark End Of The StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora