Capítulo 4

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Pov's escritora

Penitenciária feminina, RJ.

- Você por aqui? - Delfina esboçou reação de espanto.

- Não imaginava que você iria lembrar de mim... - Luciano tirou os óculos para que pudesse olhar com mais franqueza. - Muito menos, que tinha escondido um filho de mim. Aliás, uma filha, né, Delfina?

- Foi muito rápido, você queria o quê? Eu entrei aqui e logo descobri que estava grávida - Explica. -, foi bomba atrás de bomba.

- Sei, sei... - Mudou de rumo, para que, fosse mais direto. - Mas vim falar de outra coisa. Tá sabendo que nossa filhinha está milionária? - O som da voz saiu com suspense.

- MILIONÁRIA???? - Delfina alterou o tom da voz, mas logo abaixou, pois tinha pessoas em volta.

- Isso mesmo - Começou a soletrar. - M I L I O N Á R I A! - Foi por isso que vim te procurar. Você não quer sair desse lugar? - Luciano olhou em volta, e Delfina assentiu. - Então, se aproximar da nossa filhinha vai nos dar "privilégios".

- Você sabe com quem ela tá, né? - Perguntou.

- Sei. Sei onde ela estuda, onde mora que, aliás, não tinha melhor pessoa para ficar com nossa filhota, não? - Debochou.

- Esse que é o problema, como vamos tirar ela da Tiririca? Me diz? Porque ela tem condições muito melhores que a nossa!

- Calma, Delfina, eu sei o que eu faço. Afinal, você sabe que a Flor se divorciou, não?

- Não! - Ficou surpresa. - Bom, que a Tiririca ainda ama o defunto do Fred, não é novidade, né!

Delfina e Luciano ficaram conversando o que fariam para se aproximarem da sua filha. Ficaram assim durante 15 minutos, até a hora da visita acabar e a Delfina voltar para a sua cela.

Pov's desconhecido

Do nada, eu abro meus olhos. Sinto uma pontada na minha cabeça, como se tivesse aguentado até aqui uma ressaca de ontem. Não reconheci o lugar. Não me reconheci. Nem meu nome, consigo lembrar. Olhei para a minha roupa e vi que estava em um quarto de hospital. Mas como vim parar aqui?

Logo, entrou uma mulher loira, estatura baixa, olhos azuis, roupa branca e lábios rosados. Ela me olhava com cara de espanto. Parece que estava vendo um fantasma. Claramente, esse fantasma, seria eu.

- Você... - Gagueijou. - acordoou?

- Tô sentado, então, sim!

Ela abriu a porta do quarto e correu. Gritava "Doutor Vinicius, o paciente do quarto 201, acordou!". Estava sem entender nada. Tentava entender minha existência, por mais que, não me lembro de nada.

Não demorou muito para vir um médico alto, de pele negra, olhos de jabuticaba e de óculos redondo entrar no "meu", suposto, "quarto". Eles falavam português, assim como eu. Então, eu seria um português ou um brasileiro?

- Acho um milagre, você ter acordado e estar falando com naturalidade. Você passou anos inconsciente. Aliás, seu susposto acompanhante, também.

- Acompanhante? - Questionei.

- Sim. Na noite que você veio, estava acompanhado de um homem moreno. Vocês sofreram um acidente de avião, e foram os únicos sobreviventes. Só que ele ainda não acordou. - Explicou.

- Entendi...

Depois de me examinar, saiu ele e a enfermeira loira. Fiquei forçando minha memória a recordar da minha vida, de onde era, quem era o cara que sobreviveu em um acidente comigo, se eu era casado ou tinha filhos.

Floribella | 3° Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora