Capítulo 7

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Pov's Frederico Fritzenwalden

  Levei um susto quando a moça loirinha desmaiou na minha frente. Por sorte, segurei ela no colo e todos nós, Matoca e minha suposta irmã, levamos ela para o hospital.

  Agora estou aqui, em uma cadeira do lado da sua cama no hospital. Estou sozinho com ela. Matoca e Bruna foram tomar um café na cafeteria daqui, e eu resolvi ficar sozinho neste quarto.
 
  Pelo o que o médico falou, ele deu um calmante para ela dormir e ficar calma. Foi melhor assim.

  Pode parecer coisa de psicopata, mas estou encostado com a cabeça na parede olhando para ela. Seu rosto é angelical, sereno e calmo. Quando seu vi seus olhos pela primeira vez, eram tão verdes quanto os de esmeralda. E o seu cabelo tinha fios loiros que pareciam cor de café com leite. Será que ela também era macio?

  Resolvi passar a mão em seus belos fios de cabelo. Resposta, eles são macios como eu imaginava. Ela é tão linda. Ela é a mulher mais bonita que já admirei na vida. Eu não a conhecia, mas de alguma forma, sentia quem ela era e o que representava para a minha vida. O que ela foi minha? Queria ouvir isso dela.

  Retirei a mão logo em seguida. Ela acordou. Não queria assustá-la e nem causar um desconforto. Vai que eu era um estranho para ela. Se passaram tantos anos que nem sei o que eu represento na sua vida; posso ter já representado, contudo, tudo pode mudar e muda em mais de 10 anos.

  Ela abriu os seus olhos lindos e eles direcionaram diretamente para mim. Presumi que ela não estava entendendo nada. Parecia assustada por eu estar na sua frente, pois pelo o que me contaram, passei morto para a minha família durante anos. Imagina você ver alguém que você achava que estava morto? Deve ser insano.

  — Quer que eu saia? — perguntei.

  — Não, não, não. — disse puxando a minha mão para eu ficar. — Fica aqui, por favor...

     Ficamos em silêncio por pelo menos uns 5 minutos. Ficamos durante cinco minutos somente nos olhando, sim. Por que eu sentia coisas indescritíveis quando seu olhar cruzava com o meu?

  — Eu não sei o que falar, desculpa.

  — Tudo bem, Seu Freezer. A gente não se vê há anos, então, é normal que você não saiba o que falar. Além de que, você não lembra nem um tiquinho de quem eu sou... — ficou com um olhar desapontado.

— É, uma coisa você tem razão, eu não sei quem você é.

— Bom, então vou me apresentar, né. Eu sou a Maria Flor, mas pode me chamar só de Flor! — ela estendeu a mão em forma de cumprimento e eu correspondi.

— E eu sou o Fred! – Ainda estava com a minha mão junto com a dela, quando senti um choque e pelo o que eu vi, ela também, e nos afastamos. – Você sentiu?

— Sim. Que esquisistranho.

     Nessa hora o médico entrou junto com os dois que voltaram da cafeteria. Percebi que eles sentiram um clima no ar.

    — Naquele dia foi a Bruna, agora foi você, Flor? – Perguntou o médico com tom de brincadeira.

    — Fortes emoções, Doutor. Fortes emoções... – Maria Flor falou olhando para mim e sorrindo.

   — Fred, que tal a gente conversar na fora? – Matoca mexeu a cabeça apontando para a porta. Deveria estar curioso.

     Nós pegamos o elevador e fomos para o jardim fora do hospital, para que pudéssemos conversar. Podia conhecer o Matheus a pouco tempo, no entanto, sabia que era alguém de confiança e grande amigo meu antes do acidente.

Floribella | 3° Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora