070. Colo

21 3 0
                                    

Alana

Alana: -Mas... Normalmente ele some por quanto tempo?

Luísa: -Geralmente até as 4 da tarde. Por isso eu tô tão preocupada... Já passou muito da hora e ele nem deu sinal ainda.

Alexia: -Calma mamãe... Nós vamos achar o Lucas. Lana, cê ajuda a procurar?

Eu aceno com a cabeça para confirmar.
Ainda perdemos um tempo procurando em lugares vãos, até eu me tocar.

Alana: -Ai que idiota que eu sou... Espera aí, Lexi.

Eu subo as escadas correndo e vou até o quarto do Lucas. Bato na porta, sem resposta. Então eu entro e pego o atalho até a casa da árvore.

Eu o vejo sentada na cama, com os braços sobre os joelhos e a cabeça entre os braços. Parece tão abatido, tão cabisbaixo...

Eu vou lentamente até ele, sento ao seu lado e pouso levemente a minha mão sobre a sua.

Alana: -Ei! -chamo baixinho.

Ele levanta a cabeça vagarosamente e parece surpreso.

Lucas: -Alana? O que faz aqui?

Alana: -Pedi ajuda da sua irmã pra fazer o trabalho, fiquei pra comer junto com ela e sua mãe... Aí sua mãe disse que estava preocupada com você... Porque você sumiu mais do que o previsto. Como você está?

Lucas: -Você sabe que dia é hoje?

Alana: -Sim.

Lucas: -Então também deve saber como eu estou.

Alana: -Er... Claro... Que... Indelicadeza minha. Desculpe. No que tem pensado?

Lucas: -Que eu sou muito irresponsável.

Alana: -Não... Não é.

Lucas: -Sou sim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lucas: -Sou sim. E eu deixei meu pai morrer.

Alana: -Não deixou, Lucas! Você não podia fazer nada! Não foi culpa sua. Foi um acidente... Uma tragédia. Mas não foi culpa sua. Seria se você tivesse visto e ficasse lá, olhando. Mas não. Foi tudo tão rápido que não deu tempo. Tem que se acostumar com essa ideia. Que não foi sua culpa. Era pra ser assim. A gente pode não entender o porquê aconteceu as coisas, mas... Deus entende. Ele sabe. Então só confia... Só espera...

Lucas: -É difícil.

Alana: -Eu sei que é.

Lucas: -Uf...

Alana: -Ei... Quer colo?

Ele dá um leve sorriso.

Lucas: -Quero sim.

Eu estico as pernas e ele deita em meu colo. Então ele começa a contar as histórias de quando seu pai era vivo. Ele riu, chorou, falou de todas as suas aventuras desde que era um garotinho. Contou sobre as conversas com o pai, os conselhos, as brincadeiras. Tudo era tão lindo que dá até pena de vê-lo tão triste.

ImpossibleOnde histórias criam vida. Descubra agora