"Vocês... Acreditam em Akay Ito?
Pois eu, sim! Eu consigo ver o famoso fio vermelho das almas gêmeas, são incrivelmente poucas as pessoas que não possuem um.
E eu sou uma delas.
Pelo menos até hoje."
...Quando acordei pela manhã, pensei que seria apenas mais um dia chato de escola. Com as mesmas garotas gritando meu nome e os professores me enchendo o saco pelas atividades que não foram feitas.
Meu ânimo para esse dia estava minúsculo."Butijão... Venha comer!"
Sua mãe o chamava da cozinha. Era 5:00 da manhã em ponto. Ele se levanta e vai até o banheiro.
Ele volta com uma camisa branca com um selo vermelho da escola, uma gravata azul e calças compridas azul marinho, da mesma cor da gravata. Havia puxado seu cabelo para trás, e colocado sua mochila nas costas.
"Estou descendo!"
"Mãe, não estou com fome. Já estou indo."
"Oh, certo... Tenha um bom dia-"
Butijão já havia fechado a porta.
...E então, aqui estou eu prestes a ter um surto de ansiedade. Tenho quase certeza que minha alma gêmea estuda na mesma escola que eu. Mas pelo que li em sites, o fio vermelho só se manifesta quando você já se encontrou com a pessoa destinada. Provavelmente eu devo ter esbarrado nela em algum corredor, ou apenas olhando para ela em algum momento, mas eu já a vi.
Isso está me sufocando de uma forma inemaginável. Veja bem, eu sempre pensei que iria morrer sozinho num apartamento cheio de gatos, potes de sorvete e ração, e eu já estava muito bem com isso. Agora estou sendo forçado a sair da minha zona de conforto.
Não é todo mundo que tem o mesmo "dom" que eu, algumas pessoas que conheci com o mesmo "dom" de ver o fio nem moram no Brasil.
Ainda estou perdido em devaneios e na minha própria imaginação, quando o ônibus chega na escola, todos os alunos se levantam em desperta e correm desesperadamente até a porta, e eu desço também.
Encontro Ian, que está no portão de entrada, me esperando.
-Sate Sate Sate... Chegando atrasado de novo Butijão?- Ele sorri, enquanto roda o pirulito em sua boca. - Será isso uma novidade?-
- Você ainda vai morrer de diabetes de tanto doce que você come.- Ignoro seu comentário. - São seis e meia da manhã, não estou atrasado. E tira isso da boca seu gay!-
- Cala boca, eu faço o que eu quiser. - ele me mostrou a língua. Me pergunto todos os dias a idade mental dele, deve ser no máximo 5.
- Quantos anos você tem? Meu Deus, parece uma criança. - Dou um suspiro e olho para ele. - Uma criança gay.-
Nós caminhamos para dentro da escola juntos; não tem muita gente nos corredores a esse horário, já que a maioria dos alunos estão dentro das salas. Paramos no corredor principal. Para pegarmos um livro meu, e Ian começa a reclamar ao meu lado.
- Vai logo, Butijão. A gente vai se atrasar.- Ele fala inquieto.
- Não tô achando meu livro. - Falo enquanto reviro um pouco mais meu armário. - Será que deixei em casa?-
- Se a gente chegar atrasado, você sabe que a professora Just não vai ficar feliz.
- Ah, foda-se também. - fecho o armário, desistindo após minha tentativa falha de procurar, e me viro para ele. - Bora. -
Caminhamos para a sala em silêncio, e Ian joga seu pirulito fora. Fomos caminhando até a porta, eu sabia que a professora não ficaria contente ao me ver sem o livro, mas fazer o quê, né?
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𝕄𝐚𝐥𝐝𝐢𝐭𝐨 ℝ𝐮𝐢𝐯𝐢𝐧𝐡𝐨
Hayran Kurgu𝑉𝑜𝑐𝑒̂𝑠 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑎𝑚 𝑒𝑚 𝐴𝑘𝑎𝑦 𝐼𝑡𝑜? 𝑃𝑜𝑖𝑠 𝑒𝑢, 𝐵𝑢𝑡𝑖𝑗𝑎̃𝑜, 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑔𝑜 𝑒𝑛𝑥𝑒𝑟𝑔𝑎𝑟 𝑜 𝑓𝑎𝑚𝑜𝑠𝑜 𝑓𝑖𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑚𝑒𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎. 𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑎𝑐ℎ𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠�...