〚𩲭💌〛𝐀𝐤𝐚𝐲 𝐈𝐭𝐨

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"Vocês... Acreditam em Akay Ito?

Pois eu, sim! Eu consigo ver o famoso fio vermelho das almas gêmeas, são incrivelmente poucas as pessoas que não possuem um.

E eu sou uma delas.

Pelo menos até hoje."
...

Quando acordei pela manhã, pensei que seria apenas mais um dia chato de escola. Com as mesmas garotas gritando meu nome e os professores me enchendo o saco pelas atividades que não foram feitas.
Meu ânimo para esse dia estava minúsculo.

"Butijão... Venha comer!"

Sua mãe o chamava da cozinha. Era 5:00 da manhã em ponto. Ele se levanta e vai até o banheiro.

Ele volta com uma camisa branca com um selo vermelho da escola, uma gravata azul e calças compridas azul marinho, da mesma cor da gravata. Havia puxado seu cabelo para trás, e colocado sua mochila nas costas.

"Estou descendo!"
"Mãe, não estou com fome. Já estou indo."
"Oh, certo... Tenha um bom dia-"
Butijão já havia fechado a porta.
...

E então, aqui estou eu prestes a ter um surto de ansiedade. Tenho quase certeza que minha alma gêmea estuda na mesma escola que eu. Mas pelo que li em sites, o fio vermelho só se manifesta quando você já se encontrou com a pessoa destinada. Provavelmente eu devo ter esbarrado nela em algum corredor, ou apenas olhando para ela em algum momento, mas eu já a vi.

Isso está me sufocando de uma forma inemaginável. Veja bem, eu sempre pensei que iria morrer sozinho num apartamento cheio de gatos, potes de sorvete e ração, e eu já estava muito bem com isso. Agora estou sendo forçado a sair da minha zona de conforto.

Não é todo mundo que tem o mesmo "dom" que eu, algumas pessoas que conheci com o mesmo "dom" de ver o fio nem moram no Brasil.

Ainda estou perdido em devaneios e na minha própria imaginação, quando o ônibus chega na escola, todos os alunos se levantam em desperta e correm desesperadamente até a porta, e eu desço também.

Encontro Ian, que está no portão de entrada, me esperando.

-Sate Sate Sate... Chegando atrasado de novo Butijão?- Ele sorri, enquanto roda o pirulito em sua boca. - Será isso uma novidade?-

- Você ainda vai morrer de diabetes de tanto doce que você come.- Ignoro seu comentário. - São seis e meia da manhã, não estou atrasado. E tira isso da boca seu gay!-

- Cala boca, eu faço o que eu quiser. - ele me mostrou a língua. Me pergunto todos os dias a idade mental dele, deve ser no máximo 5.

- Quantos anos você tem? Meu Deus, parece uma criança. - Dou um suspiro e olho para ele. - Uma criança gay.-

Nós caminhamos para dentro da escola juntos; não tem muita gente nos corredores a esse horário, já que a maioria dos alunos estão dentro das salas. Paramos no corredor principal. Para pegarmos um livro meu, e Ian começa a reclamar ao meu lado.

- Vai logo, Butijão. A gente vai se atrasar.- Ele fala inquieto.

- Não tô achando meu livro. - Falo enquanto reviro um pouco mais meu armário. - Será que deixei em casa?-

- Se a gente chegar atrasado, você sabe que a professora Just não vai ficar feliz.

- Ah, foda-se também. - fecho o armário, desistindo após minha tentativa falha de procurar, e me viro para ele. - Bora. -

Caminhamos para a sala em silêncio, e Ian joga seu pirulito fora. Fomos caminhando até a porta, eu sabia que a professora não ficaria contente ao me ver sem o livro, mas fazer o quê, né?

𝕄𝐚𝐥𝐝𝐢𝐭𝐨 ℝ𝐮𝐢𝐯𝐢𝐧𝐡𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora