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Bia

Se você está lendo isso é porque já sabe em quê eu e o Manuel nos metemos. No meio a toda a briga das famílias e até algumas discussões entre a gente, uma descoberta mudou toda a nossa vida. Eu fiquei grávida e meu pai bateu o seu recorde de desmaios.

Desde então, muita coisa aconteceu. O Jhon voltou para Buenos Aires, a verdade sobre o acidente veio à tona, Manuel descobriu que o Antônio é o seu pai, Alex mudou drasticamente, Victor viajou para a Espanha, e descobrimos que Ana, na realidade, é Helena. Minha irmã, Helena!

O resto vocês já devem imaginar. Nossa princesinha veio ao mundo! Papai chorou, Manuel quase teve um infarto e Chiara gritou para o hospital inteiro quando viu a bebê, enquanto eu segurava a mão da minha irmã. Foi mais do que especial ter ela ao meu lado nesse momento.

Tudo parecia estar bem. Levamos a pequena para o apartamento do Manuel, onde passamos a morar juntos. Ele aumentou sua carga horária no Jukebox para ganhar mais e recebeu a proposta incrível de compor músicas com o Jhon para uma gravadora. Eu estava quase entrando na universidade que planejava, também...

Buááá!

Joguei o lápis de desenho sobre a mesa. Já fazia uma semana que os rabiscos naquela folha não passavam de ser meros rabiscos. Cheguei ao seu quarto e retirei-a do berço. Nossa filha já estava com dez meses. Aí, você pensa: Uau, passou rápido. Eu digo: Você não sabe de nada.

Estávamos animados, superando qualquer medo e insegurança. Fazendo tudo juntos, na espera da sua chegada. Mas, existiam algumas coisas não esperávamos.

- Bia, você viu onde deixei a conta de energia? - Manuel perguntou vasculhando os muitos papéis espalhados sobre a mesa, quando retornei à sala com a pequena nos braços.

Sem falar, me estiquei para pegar o impresso no canto da mesa, em seguida, suspendendo na altura dos seus olhos. Eu sorri, e o Gutierrez simplesmente soltou um suspiro de alívio tirando a conta da minha mão.

- Obrigado! - Agradeceu, ajeitando os óculos no seu rosto. Sim, ele está usando óculos agora, mesmo que apenas para descanso. O que me fazia perguntar: Como envelhecemos em poucos meses?

- Quer ajuda? - O questionei, recebendo primeiramente um balançar negativo de cabeça como resposta.

- Não! Eu já disse que não posso agora! - Ele esbravejou olhando furioso para a tela do seu smartphone.

- Mesmo assim, você nunca pede ajuda. - Murmurei, em seguida, sentado à sua frente com a bebê no colo.

- Ai, meu amor. Me desculpa. - Ele pediu, parando o que fazia para me lançar um meio sorriso. - Não foi com você. É um colega de faculdade.

- Eu imagino. É nessas horas que eu penso o que o meu pai diria se te visse assim.

- Ele não precisa. A forma que me encara com aquele sorrisinho de... "bem feito", já mostra tudo.

- Au, au! - A nossa cachorrinha anunciou sua presença por perto.

- E até a Doc concorda. - Acrescentou o espanhol, me levando a sorrir com aquilo.

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