Benjamin Mayer é mais uma vítima da adolescência. O garoto, prefere se esconder em seu capuz cinza ao interagir com os colegas desagradáveis que lhe apelidaram de Nerd. Mas, isso muda com a chegada de Helena Breeze, que vem de New York morar com a a...
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Bom, o almoço estava ótimo.
Agora de barriga cheia, vou começar a minha não tão fácil tarefa.
Porquê, afinal, se fosse fácil eu nem fazia.
Começo tirando as caixas com todas as minhas bugigangas que talvez sejam úteis, junto com alguns materiais, como: cola, tesoura, fita adesiva transparente e colorida, uma caixa de pregos e um martelo.
Lembro-me de uma coisa essencial que nunca pode ser deixada de lado num momento de agitação: Música.
Conecto minha caixinha de som no meu celular, colocando no meu temido aleatório, que de primeira toca “Drag me down” da One Direction.
Simplesmente perfeita.
Meu gosto pra bandas com certeza não se baseia só em uma. Vai de boybands, bandas de rock, até Beatles.
Assim como eu, meu gosto musical é uma bagunça.
Balanço a cabeça de acordo com as batidas da música - quase destroncando meu pescoço, mas tudo bem.
Com ajuda de uma tesoura, recorto fotos de atores e cantores que achei em matérias de revistas antigas, que eu arrancava as páginas que me interessavam.
Separo um punhado de adesivos que estavam abandonados na caixa também. Junto com alguns discos de vinil velhos e DVD’s que não sei de onde vieram.
Sério, não sei onde eu arrumei tanta tranqueira. Veio do buraco negro, só pode.
Estou concentrada na minha tarefa do dia até a porta do quarto ser escancarada.
Melissa.
Essa garota é a única pessoa da casa que ama abrir portas sem nem bater antes. Como se tivessem colonizando um país.
— O que aconteceu agora? — pergunto sem encara-la até ver pelo canto do olho ela se sentar ao meu lado, atenta na bagunça que eu estava fazendo.
— Você acredita que a Aninha me expulsou da brincadeira de bonecas dela? — diz depois de um suspiro dramático.
— Nem imagino o porquê. — resmungo com sarcasmo e ela cruza os braços me dando a língua.
— O que você tá fazendo? — pergunta.
— Vou redecorar meu quarto. Tô pensando em fazer no estilo indie. — conto e ela se anima.
— Posso ajudar? — pergunta, com um sorriso estampado no rosto.
— Contanto que você faça só o que eu pedir, pode sim.
— Ok! — grita.
— Eu também quero ajudar! — Aninha grita na porta e eu mando ela entrar.
— Seja lá o que vocês estão fazendo eu também quero! — Daniel grita do corredor e já aparece no quarto.
Suspiro procurando pelo menos um grão de paciência no meu espírito e mando ele entrar.
