39 • Surpresas

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Sabe aquela sensação de medo, insegurança, ansiedade, e um pouquinho de saudade? Pois é, era isso que eu sentia

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Sabe aquela sensação de medo, insegurança, ansiedade, e um pouquinho de saudade? Pois é, era isso que eu sentia. Tirando o frio da cidade, que atravessava pela minha pele enquanto eu zarpava pelas ruas.

Eu repensava em tudo que a minha mãe já havia me dito, e como ela não era assim á alguns anos atrás. Sinceramente? Faz um bom tempo que ela não sorri pra mim. E com certeza não vai ser hoje que ela vai fazer isso.

Aperto minhas mãos sob os guidões da moto. Tentando aliviar meu nervosismo. Minha mente estava uma bagunça. Pensamentos como: “o quê eu vou falar quando entrar pela porta?”; “eu finjo demência quando ver minha mãe e meu pai?” e a minha preferida, “ainda tem como eu desaparecer?

Sem contar que meu coração se partida só de pensar em perder Ben. Ele era uma pessoa que eu só tive na minha vida agora, mas que com certeza se tornou de suma importância.

Primeira meta: não voltar pra NY.
Segunda meta: levar minha mãe ao terapeuta.
Terceira meta: ficar em Blue Bell nem que seja pelos próximos 2 anos.

Por enquanto, só tem essas...

Me aproximei da casa, e estacionei a moto na frente da mesma. Se eu precisasse fugir, ela já estava ali.

A rua estava escura, a luz vinha apenas dos postes, e de algumas casas. A casa da minha vó, estava com todas ligadas. Parecia dia de festa. Só que nessas festas, eram dias felizes e não tinha ninguém querendo me matar. Quer dizer... apenas se esse dia fosse o Natal, e eu tivesse roubado a sobremesa.

Minhas mãos estavam tremendo. Eu me sentia num filme de terror, que com certeza eu era a vítima que ia morrer no final. 

Engoli um seco; imaginando minha mãe com uma motosserra me esperando ao lado da porta.

Tirei meu capacete, e desci do veículo, deixando suspenso pelo suporte. Caminhei até o portão de ferro, o abrindo, e adentrei o quintal da frente.

Olhei para a sacada, vendo um movimento na cortina, e Melissa se revelou, já me encarando.

— Doritos aí? – perguntei em código, me esforçando para olhar para cima.

— Sim. Suco de uva também. – Mel respondeu, indiferente.

— Ah, tá. – assenti, suspirando. – Lava?

— Muita. – arregalou os olhos, concordando. – Vem. O jantar tá pronto.

— É seguro? – Indago receosa.

— Pra você que cortou fila na frente do prefeito de Blue Bell, tudo é seguro. – a ruiva menor sustentou seus olhos verdes nos meus, por alguns segundos, antes de retornar pra dentro.

Respirei fundo, e passei a mão no rosto.

O quê eu sabia: que nossa mãe (Doritos) e nosso pai (Suco de uva) já estavam lá. E que a situação (lava) não estava nada boa.

O Nerd e a RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora