Benjamin Mayer é mais uma vítima da adolescência. O garoto, prefere se esconder em seu capuz cinza ao interagir com os colegas desagradáveis que lhe apelidaram de Nerd. Mas, isso muda com a chegada de Helena Breeze, que vem de New York morar com a a...
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Sempre soube que eu era invisível. Mas, ver outras pessoas dizendo isso, dói.
A professora de Literatura, infelizmente, formou grupos pra um trabalho. E eu fiquei com num grupo de dois meninos e uma menina.
É, eu achava que fazia parte do trabalho, até ler a conversa dos demais integrantes no grupo de WhatsApp e concluir que eu sou totalmente dispensável e invisível.
De acordo com eles, — que nem lembraram que haviam me adicionado no grupo do trabalho, ou não ligavam, tanto faz — a minha opinião de servia de nada para eles que iam falar com a professora para me tirar do grupo, porque, aparentemente, eu não tinha condições para fazer o trabalho junto deles.
“Ninguém liga para ele mesmo.” — disseram sem nem falar comigo.
E eu tento não ligar. Como sempre, achei que dava certo. Mas, pelo visto, eu estava muito enganado.
Dói escutar que você é dispensável e um nada. Totalmente invisível. Dói.
Não tem como ignorar tudo. Não tem.
É como afundar e quando você acha que está conseguindo emergir, vêm outra onda e te derruba.
Eu estou afundando... mas mesmo assim pareço estar bem.
Eu devia ganhar um Oscar.
E, é nisso que eu penso enquanto brinco com os meus dedos e encaro a grama verde do parque.
Estou esperando Helena não deve fazer mais de 5 minutos.
Não sei porquê quando li aquelas mensagens a única pessoa que eu pensei em chamar para me encontrar foi ela.
Continuo olhando pro meus tênis Vans sujos de terra até sentir alguém se sentar ao meu lado no banco de madeira. Uma pessoa de All Star's dessa vez amarelos de cano alto, vulgo Helena Breeze.
ㅡ Oi, gatinho, vem sempre aqui? ㅡ pergunta e com essa simples frase vinda dela eu sorrio.
Levanto meu olhar vendo a ruiva me encarando com um sorrisinho de lado.
Ela usava uma camiseta cinza de mangas largas que era curta em baixo, um short jeans preto, com o amarelo dos tênis dando o ar alegre que nunca lhe abandonava. Em seus joelhos um curativo azul se destacava, junto de outros roxos que a parte infantil dela se responsabilizava.
