27 • Quase

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— Lena! Eu vou cair! — gritou meu amigo enquanto seu balanço ia pra cima e para baixo, numa velocidade surpreendente

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— Lena! Eu vou cair! — gritou meu amigo enquanto seu balanço ia pra cima e para baixo, numa velocidade surpreendente.

Aparentemente, Ben se empolgou e pegou muita velocidade, perdendo totalmente o controle.

Eu disse para ele travar com os pés quando chegasse perto do chão, mas ele disse que tem medo de quebrar o pé.

Sinceramente, viu...

— Pula. — digo simplesmente, enquanto aconchego os braços de baixo do meu pescoço, deitada na grama e encarando as estrelas que apontavam no céu.

— Mas aí eu vou torcer o pé! — exclamou.

— Você vai se machucar de qualquer jeito! — gritei e ouvi ele resmungar algumas coisas. — Anda depressa se não você vai ficar preso nesse balanço pra todo o sempre! Sem contar que está quase de noite. — digo como se estivesse lidando com uma criança.

— Ok... — escutei ele dizer a contragosto deixando claro o medo em sua voz.

Acho que hoje consegui fazer Ben se soltar de um jeito que eu nunca tinha visto. Explodi de felicidade quando me deparei com seu balanço voando ao meu lado. E ele também. Um sorriso rasgava-lhe o rosto de orelha a orelha. Nunca o vi sorrir tanto e isso foi o motivo da minha felicidade, a felicidade dele.

Só depois de eu saltar do balanço e dar uma estrelinha no chão foi que Ben pareceu voltar a realidade e seu medo de altura apareceu com tudo.

E já faz alguns minutos que estamos nessa.

— U-um... — gaguejou o garoto enquanto se preparava para saltar, ou sabe se lá o que ele ia fazer — Dois... — trincou os dentes — Três.... — engoliu um seco — Seja o que Deus quiser.

O dramático pulou do balanço quase na mesma altura do chão, parando em pé, com as mãos apoiadas nos joelhos.

— E-eu... vi a vida passar diante dos meus olhos. — disse arfando enquanto caia deitado ao meu lado, olhando pra cima, como eu.

— Urrum, quem faz teatro diz a mesma coisa. — ironizei.

— Haha, muito engraçado eu quase ter morrido do coração. — vi pelo canto do olho sua careta.

— Estranho. Nunca ouvi falar de pessoas que morreram do coração, sorrindo. — dei um meio sorriso virando meu rosto para ele, que só me mostrou a língua.

Analisei a sua situação.

Seus cabelos escuros pareciam um ninho de pássaros (não que o meu estivesse melhor); a camiseta cinza — que sem dúvidas era dois números maiores do que ele — estava suja de terra e o jeans preto não tinha diferença.

O Nerd e a RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora