Benjamin Mayer é mais uma vítima da adolescência. O garoto, prefere se esconder em seu capuz cinza ao interagir com os colegas desagradáveis que lhe apelidaram de Nerd. Mas, isso muda com a chegada de Helena Breeze, que vem de New York morar com a a...
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Passamos primeiro em nossos armários para pegar nossos materiais e depois fomos para a sala.
Graças a Deus o professor, ou professora, não sei, não tinha chegado ainda. Então Benjamin se sentou numa mesa de dois lugares no fim da sala.
— Você não tem dupla? — pergunto para ele me referindo à dupla de Química.
Esse garoto havia me surpreendido, ele ficava de capuz e parecia todo tímido, mas quando se soltou ficou mais tão extrovertido quanto eu.
— Não. — balança a cabeça negando. — Acho que já era de se esperar, né? — indaga inclinando a cabeça pro lado.
Dou de ombros e me sento ao seu lado vendo uma professora baixinha de cabelo amarrado entrar na sala.
— Bom dia... — ela cumprimenta e a maioria responde um bom dia. — Hoje, a aula vai ser só teórica. Não precisam vestir os jalecos.
— Que sorte. — Benjamin fala baixo pra mim. — Às experiências que ela passa são todas totalmente inflamáveis. — ele estava, aparentemente, aliviado.
— Que pena. Eu gosto de fazer as coisas explodirem. — digo fingindo tristeza e ele tenta não rir.
— Você é estranha. — diz copiando o que a professora passou na lousa e eu faço o mesmo.
— Sei disso. — dou de ombros e ele sorri negando com a cabeça.
Depois de uns minutos copiando a professora dá uma pausa e se senta em sua mesa folheando um livro.
Terminei de copiar e olho para o lado e vejo que Benjamin terminou também.
Fico rabiscando com o lápis no canto da folha até Ben se inclinar olhando meus desenhos.
— O que é? — ele pergunta sussurrando.
— Nada de importante. — dou de ombros, eu tenho essa mania estranha de não conseguir parar quieta, por esse motivo as margens dos meus cadernos são todas rabiscadas de caneta.
— Nada de importante pra uma um caveira? — olhei bem e eu tinha desenhado um monte de caveirinhas sem nem prestar atenção. — Sinistro.
— Perturbado. — Rio baixo, zoando.
Nunca vi alguém tão curioso. É, além de mim.
Copiamos o resto da matéria que a professora passou no quadro e ouvimos o som do sinal.
