2 - e tem vontade?

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carina's pov
uso uma calça social preta, com um tênis e uma blusa de malha fina, confortável. entro no carro e dirijo a caminho do Joe's bar.

chego lá, e para ser bem sincera não reconheci bishop de primeira, talvez por nunca termos de fato nos falado pessoalmente. ela estava em uma mesa com algumas outras pessoas, acredito que o pessoal da estação, já que reconheci Ben e sua esposa, a dra. Bailey, e Andy, que vejo muito pelo hospital.
e mais umas três pessoas que conversavam e riam entre si. cumprimento todos e me sento ao lado de bishop, que por acaso, era o único lugar vago.

- boa noite gente, pelo visto fui a última a chegar! - falo rindo e com um ar envergonhado.

- dra. deluca!  não sabia que você conhecia o pessoal da estação. - Bailey fala e todos me olham.

- não conhecia até então - digo sorrindo e maya sorri de volta. que sorriso lindo,aliás.

- e então carina? você bebe? - ben pergunta já sabendo a resposta e me entregando uma dose de tequila.

Maya's pov
a carina consegue ser mais linda de perto. a voz dela é suave e ao mesmo tempo intensa. ela ri de quase tudo, e pelo visto adora tequila. me olha como uma icógnita que precisa de respostas.

- o que foi? - pergunto após dar um gole na cerveja, todos estão conversando e a atenção deles não está em nós - por que está me olhando assim? está bêbada?

- talvez - carina responde sorrindo de lado.

- talvez? - pergunto confusa.

- é. - ela diz dando mais um gole em seu drink.

- entendi - falo e fico te olhando do mesmo jeito,
poderia ficar assim a noite inteira.

- ei maya - carina diz me destraindo - seus olhos são bem azuis né? - ela diz enquanto olha diretamente nos meus olhos, como se ainda precisasse de respostas sobre mim.

- são sim, as vezes perguntam se são lentes, pois são bem azuis mesmo. - falo e ela ainda olha no fundo dos mesmos

- não podem ser lentes. - afirma

- como você pode ter certeza? - falo sorrindo de lado e ela permanece concentrada em não tirar o olhar de mim.

- eles brilham, bishop. seus olhos estão brilhando agora, não podem ser lentes. - ela fala e eu coro automaticamente.

- estão? - pergunto.

- sim, estão brilhando e acho que sei o motivo. - ela diz e isso me arrepia inteira.

- e qual é o motivo então? - questiono a mesma que agora não olha mais pros meus olhos, e sim pra minha boca.

- eu sou o motivo. você me adora! -  diz rindo e convicta de que está certa

- ah para! eu nem te conheço direito. - reviro os olhos sorrindo.

- e tem vontade? - carina pergunta

- vontade de quê?

- de me conhecer.

- tenho. - digo e desvio o meu olhar dela.

Carina's pov
não me sinto bêbada, talvez eu não esteja. mas não consigo acreditar que falei essas coisas, os olhos dela me prendem, e não consigo controlar o que digo.

- vou ao banheiro pessoal, aproveito e no caminho peço alguns petiscos pra gente. - digo e todos concordam. peço a um garçom uns petiscos simples, e o mesmo me encara enquanto escreve algo em um guardanapo. me entrega, é o seu número, eu apenas sorrio sem graça e me direciono ao banheiro.

entro em uma cabine, e antes de conseguir fechar a porta, uma mão impede o ato. maya, era ela.
entra no pequeno cúbiculo, e por ser realmente pequeno, o espaço entre nossos corpos é quase nulo.

- o que você está fazendo? - pergunto ainda surpresa com a ação.

- abusado aquele garçom, não acha? - diz me olhando e levantando uma de suas sobrancelhas.

- ao menos ele não invade cabines de banheiros! - falo sarcasticamente sorrindo. maya cola nossos corpos quando coloca suas mãos em minha cintura, acabo cedendo e meus braços já estão em seus ombros.

- é, dra. deluca, acho que não vai conseguir se livrar de mim tão cedo. - ela diz e me puxa para um beijo longo, cheio de desejo, como se as duas quisessem muito. deve ter sido isso, o querer.

- você está bêbada maya - ela estava mesmo. - amanhã nem vai lembrar do que aconteceu - falo quase sussurando.

- esquecer você? - ela fala com um tom baixo também. - eu te observo na yoga desde sempre, boba. - ela diz e eu coro.

- você é uma stalker então? - falo sorrindo e te dou um selinho

- você acha isso preocupante? - questiona.

- não. eu acho sexy. - falo sorrindo

- então sim, eu sou! - diz animada, me fazendo rir.

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