Maya's pov
eu sonhei. e não foi ruim, foi confuso. eu estava na escola, e ouvia minha mãe chamando por mim desesperadamente, ela gritava meu nome, e quando eu a encontrava ela abria os braços e sussurava "você esqueceu do meu abraço, filha."
senti aquele abraço. me vi na maya de 8 anos, me vi na inocência de um abraço antes da escola, me vi com saudades da minha mãe.
a última vez que conversei com ela, foi quando precisei do anel de noivado. a minha mãe me magoou muito, ela fez parte de todos os traumas vivos que eu tenho. hoje, eu consigo conversar normalmente com ela, como duas adultas civilizadas, mas não como mãe e filha. acredito que nunca iremos recuperar todo esse tempo que nos deixamos escapar. tudo que eu ouvi durante a adolescência, todo o medo que sentia ao chegar em casa, toda a raiva que cultivei...ela participou de tudo isso. talvez não por querer, por também estar presa ao meu pai, mas ela estava ali. e ela arrancou de mim toda a esperança de amar, de ser amada, de merecer o amor.
eu senti toda essa ausência durante anos. durante as ceias de natal, as contagens regressivas, os pedidos ao soprar as velas. eu não a tive comigo durante os momentos mais importantes da minha vida, e eu a queria aqui. eu quis ligar quando consegui o cargo de capitã, eu quis ligar quando adotei o meu cachorrinho, eu quis ligar quando fez um mês da morte do pai, e eu quero ligar para a convidar pro meu casamento.- ei, ta aí maya? - ela coloca o seu corpo junto ao meu e diz isso baixinho pra que eu não me assuste, e funciona.
- to aqui - te dou um beijinho no nariz e ela sorri. ( quando eu falo que eu daria tudo por esse sorriso, eu não estou mentindo. )
- pensando no quê? - ela pergunta ainda em tom baixo, e esfrega seu nariz no meu, com calma.
- na minha mãe.
- é? e são pensamentos ruins?
- não muito, estou encaixando as peças e tentando me convencer de que ela não merece me ver feliz.
- você quer convidar ela pro nosso casamento?
- eu não consigo ligar.
- eu ligo. - ela diz com naturalidade enquanto mexe no celular mas aquilo toca em um ponto que ninguém tocava a muito tempo.
- liga?
- é, eu ligo pra sua mãe e conto do casamento, falo que não vai ser algo muito grande, mas que você a quer aqui. - por algum motivo eu começo a chorar e ela volta sua atenção a mim. - não? eu sou uma idiota, nada de ligar! desculpa!
- amor, não é isso. obrigada por sugerir a ligação, eu ficaria muito feliz se você dissesse isso á ela.
- então eu ligo. - sua voz suave rente ao meu ouvido e seus braços me envolvendo devagar me confortam e me fazem querer fechar os olhos, e descansar ali pra sempre.
vou deixar carina no hospital e ela me obriga a descer, por algum motivo. ela parece animada, segura minha mão firme enquanto da pulinhos em direção a entrada do grey sloan.
- tchan ram! - ela balança os bracinhos apontando pra april o que me deixa confusa ( e boiola, porque foi extremamente fofo. )
- eba, uma april?! - falo aplaudindo ainda esperando a explicação.
- aqui está o futuro das nossas vidas! - ela diz apontando pra kepner que a abraça de lado.
- ela está com os gatinhos que vamos adotar?
- maya, nós não vamos adotar gatinhos agora.
- droga.
- ela está com os nossos convites prontos!
- sério? finalmente ein kepner, não aguentava mais esperar.
- de nada, bishop. - april diz ironicamente e nos mostra a prévia do convite oficial em seu celular.
- que lindo, que lindo, que lindo! - falo empolgada segurando o celular e beijo a carina.
- eu amo vocês! - kepner nos abraça animada e sai em seguida.
- a gente vai casar! - carina me olha segurando o choro e isso aquece meu coração da maneira mais linda possível.
- e depois vamos adotar gatinhos!!!
- tchau amor, te amo - ela diz se afastando e mandando um beijo no ar.
- você iria amar nossos gatinhos também.
- tchaaaaaaau!
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Tweet for love - Marina.
Fanfiction[concluída] a mesma mulher que maya observava todos os dias na yoga em sua academia, tweetaria algo que mudaria seus sentimentos e relações? ou será que isso não passaria de dois drinks em uma terça a noite e um bom papo?