Maya's pov
o restaurante realmente me trouxe uma sensação boa, e boas memórias também; me fez até esquecer da confusão que a minha mente está fazendo agora.
sentamos em uma mesa, do lado de fora do restaurante e eu fico encarando os carros, até que ela chama a minha atenção.
- ei! planeta terra chamando o amor da minha vida! - ela diz estalando os dedos e sorrindo.
- uh...desculpa, estou meio distraída.
- eu percebi! quer conversar?
- prefiro encher a boca de massa e engolir os sentimentos junto com o macarrão!
- maya...
- todas as relações na minha vida são um problema, carina. - ela me olha com uma carinha confusa o que me faz sorrir de lado. - mas a nossa não! na verdade você é a única coisa boa que eu tenho no momento.
- você pensou se vai falar com a andy sobre como se sente? - eu respiro fundo e ela segura minha mão como se soubesse que eu estava prestes a desabar.
- é exaustivo, amor. é muito exaustivo...
- você sabe que não precisa passar por nada sozinha, não sabe?
- eu sei.
- quando você estiver pronta pra conversar com ela, você vai lá e conversa. enquanto não estiver se sentindo bem pra fazer isso, respira fundo e continua cuidando de si mesma.
- está sendo cansativo pra todo mundo ver a gente assim, carina.
- enquanto você estiver cansada, eu não vou te deixar tomar nenhuma decisão. vamos continuar conversando sobre isso, fazendo nossas técnicas de respiração e cuidando uma da outra, certo?
- certo.
- eu amo você, maya bishop! e eu me preocupo com você, então coloca o macarrão pra dentro e os sentimentos pra fora! - ela diz me fazendo rir.
- eu te amo também.
- eu sei disso, por isso hoje vamos falar sobre como nos sentimos e assim, vamos voltar mais leves pros nossos trabalhos, combinado?
- combinado! mas você promete que vai me contar tudinho sobre os dias que ficou em casa?
- maya. eu comia, dormia, chorava e me masturbava. essa era a minha rotina!
- carina!!!
- ok vou cumprir com o combinado.
- hm.Carina's pov
depois que terminamos de comer, decidimos pedir uma sobremesa. ( talvez por ter que esperar e consequentemente passar mais tempo ali, não por estarmos com fome. ) amo nossos momentos assim, nós duas, um monte de comida e uma boa conversa sobre sentimentos. não conversei com ninguém sobre como me senti durante as últimas semanas, e maya é a única que tenta me entender, ( spoiler: ela sempre entende. )- sua vez! - ela diz garfando o tiramisu.
- minha vez?
- é. de falar o que está preocupando esse coraçãozinho aí!
- do jeito que você fala, parece que sou um bebê frágil e intocável.
- um bebê sim, mas frágil você não é. e sabes bem disso.
- a história com a...paciente, eu não consigo pronunciar o nome dela em voz alta ainda.
- tudo bem amor, pode continuar.
- o pai da criança nunca se importou em aparecer. eram ela e a filha contra tudo. e eu...eu maya, eu tirei a chance dessa menina de crescer com a única pessoa que ela tinha.
- você não tirou nada de ninguém, carina.
- mas eu sentia isso, sentia como se estivesse segurando o peso de uma vida nas minhas costas.
- eu não sei como funciona uma cirurgia, mas eu sei como você funciona, e fez tudo que podia, eu sei disso. você me disse isso.
- eu fiz mesmo, tudo que eu pude, tudo que eu consegui.
- meu amor, você se permitiu sentir toda a dor do luto, da culpa, da perda. e eu fico muito feliz de saber que você escolheu sentir, escolheu respeitar a sua própria dor, e agora você segue em frente.
- nós seguimos em frente. - falo sorrindo e ela beija a minha mão.
- isso! nós seguimos em frente. eu e você, você e eu.
- obrigada.
- pelos ótimos conselhos e por eu ser a melhor ouvinte? - ela fala de forma sarcástica.
- pela ideia do tiramisu, está divino!
- já disse que eu te amo?
- só nessa conversa você já disse no mínimo umas 85 vezes.
- eu te amo, carina deluca.
- 86.
- posso chegar até 100?
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Tweet for love - Marina.
Fanfiction[concluída] a mesma mulher que maya observava todos os dias na yoga em sua academia, tweetaria algo que mudaria seus sentimentos e relações? ou será que isso não passaria de dois drinks em uma terça a noite e um bom papo?