Jacob acordou num lugar muito claro, silencioso, o único som que poderia distinguir alí era o apitar de um aparelho de hospital. Então finalmente associou onde ele se encontrava, em um hospital. Sentia sua cabeça doer mais do quê nunca, seu corpo também doía e ele estava confuso, completamente confuso. O que aconteceu?
– Finalmente acordou. — Era Eric, estava sentado numa cama ao lado da cama de Jacob, acompanhado por Joochan e Sujeong, aparentemente bem mais inteiros.
– Ah... Quanto tempo eu apagueu? — questionou, ainda bem tonto e confuso.
– Quase vinte e quatro horas. — respondeu Joochan, sua cabeça estava enfaixada. Jacob se sentiu mal por aquilo.
– Mas... O que foi... O que aconteceu? — disse tentando se sentar na cama. Sua mão estava enfaixada, mas ele não sentia muita dor, apenas sua quase insuportável dor de cabeça.
– Ah... Você desmaiou então... É... O garoto-
– Onde ele tá? — questionou Jacob interrompendo Sujeong.
– Deixa eu terminar. — disse a garota, impaciente. – Depois que você desmaiou, nós corremos pra ajudar você e o tal do Kevin pegou o meu celular e fez uma ligação que me pareceu importante, mas não era... Bem foi estranho por que em dois minutos a polícia estava lá e trataram tudo que aconteceu como se não fosse nada. Então ele fez outro telefonema e dessa vez apareceu um carro, e bom, ele nos trouxe pra cá depois disso.
– E ele?
– Fez um exame e de acordo com o médico ele estava bem pra ir pra casa... Mas ele não foi. Bom, só sei que ele pagou todas as nossas despesas aqui.
– Ele fez o quê?! — Jacob parecia extremamente chocado com o ato repentino.
– Ah... Ele só disse que era uma forma de agradecer por salvarmos a vida dele, principalmente você que realmente salvou a vida dele... — era muito perceptível que algo incomodava Sujeong e quando Jacob olhou para Joochan, teve a mesma impressão.
– O quê que tem de errado com vocês? — o silêncio tomou conta do quarto. Ambos, Joochan e Sujeong, se olharam com certa relutância e depois de alguns minutos, Eric quebrou o silêncio.
– Eles... Eles querem saber... Como você fez tudo àquilo?
– Àquilo o quê? — continuou questionando mesmo sabendo em que ponto queriam chegar.
– Jacob você lutou com dois caras armados e isso pareceu a coisa mais fácil e normal do mundo pra você. — Sujeong tomou a partida da conversa. Estava ainda meio relutante em perguntar. – Como você conseguiu salvar seu irmão três anos atrás? Você nunca contou isso pra gente.
Era verdade, Jacob sempre evitou contar mais detalhes do dia do assassinato dos seus pais para Joochan e Sujeong. Sentia que não era muito necessário comentar sobre, mas agora era diferente e se sentia no dever de falar. Não era comum um rapaz normal lutar contra dois caras armados como se fosse uma coisa rotineira ou frequente, nisso Sujeong tinha razão, pensou o garoto.
– Claro... Vocês precisam saber. — disse meio acanhado. – É... Três anos atrás, alguns homens encostaram o carro dos meus pais na estrada e fizeram eu e meu irmão de refém no carro deles, enquanto agrediam e torturavam meus pais. O homem que estava vigiando o carro, no que a gente tava, não percebeu que tinha deixado uma arma lá dentro. Então eu... Peguei a arma e lutei com ele, e deixei ela escondida na minha cintura, caso precisasse usar. Um outro percebeu aquela confusão e se virou contra mim e meu irmão, mas na hora meu pai agarrou o homem pelas costas enquanto o outro segurava minha mãe pelo cabelo. A cena que eu me lembro depois disso é que... É que... – Jacob respirou fundo, ninguém ousou interrompe-lo – O cara que eu lutava pegou a arma da minha cintura e atirou na cabeça do meu pai, o outro homem então ordenou que atirassem na minha mãe e antes disso ela conseguiu gritar pra eu fugir com o Eric. Mas eu não quis fugi, fiquei lá e comecei a lutar com os três... Um soco na barriga... Um chute na perna... Eu podia ter morrido alí, mas um pouco de esperança caiu perto da minha mão. A chave de um carro. Eu, ainda meio desesperado peguei a chave, levantei, peguei uma pedra e ataquei o que estava mais próximo de mim, vigiando meu corpo quase desacordado. Peguei o Eric e corri até o carro deles e dirigi o mais rápido que consegui na direção oposta. Eles começaram a atirar, é óbvio, mas um pouco antes de tudo isso acontecer, minha mãe me deu uma caixa preta, nela tinha uma carta, dois amuletos com as iniciais "J" e "E", e a chave do carro, acho que queria que fosse meu. Eu sabia que enquanto a gente tivesse com eles nada ia acontecer conosco... E bem, foi isso o que aconteceu.
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THE KEEPER: Keeper
Ficción GeneralFoi numa tarde de primevera que a vida monótona de Jacob Bae, um garoto atormentado pelo assassinato dos pais, teria uma virada surpreendente ao salvar a vida de Kevin, um jovem rapaz a procura de alguém pra ser seu guarda-costas. Um romance incomu...