#08. "Dentro da Toca"

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Mesmo que de dia, os corredores que levavam até uma porta banhada de ouro com detalhes em esmeraldas, estava escuro e frio. O garoto, acompanhado por dois outros rapazes, dirigia-se calmamente até a porta. Estava sério, fitava a porta como um objetivo de vida e embora a falácia dos dois ao seu lado fosse incessante, ele mantinha a postura de sempre: paciente e sagaz.

– Vocês podem deixar que eu vou falar sozinho com ele. — dirigiu-se aos dois ao chegarem em frente a porta.

– Não seja tolo! Sabe que não podemos. — respondeu um deles. Alto, cabelos castanhos claros e muito bonito também, vestia preto e tinha uma faca segura em sua cintura. – E aliás, não há nada sobre essa sua missãozinha que não sabemos.

– Ele tem razão. O chefe nos conta tudo no caso de você simplesmente querer abandonar tudo. — disse o outro, também muito bonito, alto e os cabelos tão pretos quanto sua veste e a do outro rapaz.

– Tudo bem então, já que não tem jeito, que seja! — virou-se para a porta e a abriu com cautela.

Um homem de cabelos grisalhos, usando um paletó preto e admirando uma coleção de relógios antigos estava dentro da sala. Parecia calmo também, segurava em suas mãos um gato branco com alguns pelos pretos e sorria cinicamente ao perceber a presença dos três alí. No outro canto da sala havia um outro rapaz, calado, encarando a lareira e concentrado na chama amarela que iluminava a sala, quase que tão escura quanto o corredor.

– Achei que ia ficar mais um dia fora Kevin. Você anda muito em campo ultimamente. — olhou para o garoto que estava parado em frente a sua mesa e depois sorriu. – Ora... Vejo que tivemos um avanço nas tarefas.

– Consegui convencê-lo a passar o tempo aqui enquanto o irmão está viajando. Acho que fiz um ótimo trabalho não foi? — disse Kevin.

– Acho que você está muito convencido. — retrucou o homem.

– Estou porque sei que a minha missão não tem falhas. Jacob é um garoto muito fácil de persuadir, embora muito resistente. Ele virá sim hoje a noite e teremos que tomar muito cuidado com ele... Sabemos que é muito forte e habilidoso.

– Excelente! Assim ficamos mais próximos de resgatar de vez aquele chip. — colocou o gato em uma caminha ao lado da lareira e depois se dirigiu a Kevin. Ainda sorria de forma cínica e seus óculos quadrados estavam postos bem mais perto do seu nariz, do que de seus olhos. – Traga-o pra cá e peço que todos tratem nosso convidado da forma mais especial possível. Não podemos nos apressar com o plano, quero que ele confie o máximo possível de que ele só estará aqui para uma festa do pijama, entendem?

– Sim, senhor! — assentiram os três.

– E quanto a você Kevin, peço que siga o que está fazendo e faça ele querer ficar cada vez mais próximo de você. Um dia, todo seu esforço será compensado e você terá um lugar de muita importância na cúpula quando o plano todo se concretizar.

– Não irei decepcioná-lo. — Kevin fez uma breve reverência e saiu da sala.

O homem esperou Kevin se retirar para então dirigir-se aos outros três que ainda estavam lá:

– Sangyeon! — o garoto que admirava a lareira agora tinha sua atenção no homem grisalho que estava alí parado. – Peço pra que você, Hyunjae e Younghoon façam uma visitinha a Yuri no quarto dela. Está quase na hora de seu almoço e vocês sabem muito bem que ela está muito fraca pra fazer uma refeição sozinha.

– Como queira. — respondeu Sangyeon.

– Aliás... Quero que os três mantenham os olhos grudados em Kevin e Jacob quando chegarem aqui. Kevin é determinado, porém, muito escorregadio. Ele pode falhar no plano muito fácil.

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