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— Quantas vezes eu já te falei pra parar com essa mania de entrar no meu quarto sem bater na porta? - perguntei tentando controlar o nervosismo.

— Me desculpa. - Gabriele falou olhando para nós dois.

— Eu não quero ser mal interpretado. - Christopher falou passando a mão no pescoço.

— Depois a gente conversa. - minha amiga avisou saindo no quarto.





Christopher e eu ficamos sozinhos outra vez. Eu não estou acostumada a ficar sozinha com um homem além do meu irmão. De repente, lembrei do sonho que tive com o professor e fiquei tão boba que mal havia percebido que ele não tirava os olhos de mim.




— Por que está me olhando assim? - perguntei quando acordei para a realidade.

— Eu poderia saber o motivo por estar tão alegre? - ele perguntou me observando.




Por que fico nervosa quando estou perto de você?




— Eu... Eu só estava pensando em algumas coisas... - respondi pensativa.

— Que tipo de coisas? - ele perguntou curioso.

— Coisas de meninas, acho que você não vai me entender. - respondi pegando um elástico para amarrar o meu cabelo.

— Você está se sentindo melhor?

— As dores de cólica diminuíram, não sinto enjoos e as tonturas estão controladas.

— Você não foi no médico? Porque é melhor você fazer alguns exames para saber se está tudo bem.

— Eu não fui no médico, mas acredito que isso seja normal durante a minha menstruação.

— É bom você se cuidar.

— Relaxa, professor. Eu já estou bem melhor.




Christopher sentou na cama, pegou o meu urso de pelúcia e ficou olhando para ele. Pude perceber pelo o seu olhar que ele está meio triste, então peguei o livro de Física e sentei na cadeira. Será que ele está assim por causa daquela salamandra? Eu detesto ver uma pessoa triste, me sinto uma inútil por não saber o que fazer para que se sinta melhor.




— Está pensando nela? - perguntei enquanto abria o livro de Física.




Você não tem algo mais útil pra falar?




— Estou sim. - ele respondeu sorrindo de lado e continuou olhando para o meu urso de pelúcia.

— Eu não quero te ver assim. - falei me levantando da cadeira e toquei no seu ombro. — Cadê aquela pessoa alegre que conheci na escola?

— Não quero que se preocupe comigo, tá bom? Você tem coisas mais importantes para se preocupar. - ele disse me entregando o urso de pelúcia. Sem querer, acabei tocando na sua mão e tentei disfarçar.

— Tem certeza de que não sente algo além de atração?

— Tenho sim. Isso é uma coisa inexplicável, sabe? Eu me sentia bem quando estava ao lado dela, gostava de conversar sobre diversos assuntos e passava a maior parte do tempo com ela.

— Eu sinto muito, mas não entendo nada disso.

— Você nunca se apaixonou por alguém? - ele perguntou surpreso.

— Eu nunca me apaixonei. - respondi tranquilamente. Confesso que não tenho vergonha de admitir.

— Pensei que estivesse interessada em algum rapaz.

мιинα ρяιмєιяα ραιϰα̃ο | Cʜʀɪsᴛᴏᴘʜᴇʀ Vᴇ́ʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora