Back at Hogwarts

1.4K 137 79
                                        

A sala de Dumbledore estava quente graças ao fogo aconchegante da lareira. Sirius andava impaciente de um lado para o outro enquanto James que sentara próximo a lareira acariciava os cabelos do filho que cairá em um sono profundo, como se minutos antes não tivesse visto a morte bem diante de si. Dumbledore surgiu na porta, entrou e seguiu na direção de James e Harry.

- Deixe-me ver o menino - disse o velho bruxo tirando o filho dos braços do pai.

Por cima dos óculos de meia lua Dumbledore parecia analisar a pequena cicatriz na testa do menino. Não levou muito tempo para devolvê-lo ao pai.

- Ainda não sei dizer como isso aconteceu, mas o pequeno Harry aqui sobreviveu a uma maldição da morte, maldição essa creio eu foi a responsável pela morte de Lily.

James olhou o filho em seus braços e fixou na cicatriz na testa do menino.

- E essa cicatriz tem alguma coisa com isso? - perguntou James

- Acredito que sim. Mas tenho uma pergunta pra você Sr Black, se os Potter estavam sob o feitiço fidelius como Voldemort os encontrou?

Sirius interrompeu seus movimentos ansiosos.

- A culpa foi minha Professor - Dumbledore fez um movimento brusco na direção de Sirius - mas não, eu não fui o traidor.

Os dois bruxos se encararam por um instante até que Sirius voltou a falar.

- Mudamos o fiel do segredo de última hora antes de finalizar o feitiço. O fiel era Peter e descobri hoje mais cedo que ele era agente duplo. Resolvi ir atrás dele e pedi que James viesse me ajudar, quando ele saiu da casa...

- ...o feitiço foi enfraquecido e Voldemort pode não só encontrar a casa, como entrar. - completou Dumbledore.

James tentou segurar as lágrimas mas tudo parecia estar caindo sobre ele naquele momento. Lily morta, Peter um traidor e ele ali, vivo e segurando o filho mas sem saber como isso era possível.

Sirius parou diante do amigo, colocou as mãos em seu ombro. James deu um soluço e engoliu o máximo que conseguiu do choro.

- Mas e você-sabe-quem, o que aconteceu com ele? - perguntou ajeitando os óculos.

- Sumiu - disse Dumbledore meio sorrindo - seus seguidores estão desesperados a sua procura e isso é tudo o que sei até agora.

Uma bruxa alta e de aparência severa entrou na sala do diretor nesse momento.

- Ah sim, Minerva, desculpe acordá-la a essa hora mas creio que precisaremos acomodar esses jovens aqui na escola essa noite - o velho apontou em direção a James e Sirius - creio que você e Poppy podem arrumar um lugar para eles, estou certo?

Minerva sorriu para o diretor e acenou que sim com a cabeça. Dumbledore se aproximou de James e Sirius.

- Descansem vocês dois, mais tarde conversaremos e espero ter mais informações para podermos entender toda essa história. Porque apesar do desaparecimento de Voldemort, creio que a guerra ainda não acabou.

Sirius e James saíram atrás de McGonagall em direção a ala hospitalar, havia poucos leitos ocupados, mas Madame Pomfrey já havia colocado algumas divisórias em volta de duas camas e um pequeno beicinho no meio. Ela entregou pijamas para os dois e saiu junto com a Minerva.

James colocou Harry no bercinho e sentou na cama admirando o sono pesado do filho.

- Eu...eu sinto muito, isso é tudo culpa minha - sussurrou Sirius ainda parado olhando seu melhor amigo.

James levantou os olhos para o amigo

- Pads, por favor, não é sua culpa! Vamos ficar bem - James engoliu em seco - tudo vai ficar bem.

A conversa morreu ali, os dois sabiam que precisavam conversar mas estavam muito cansados, se trocaram e deitaram em suas camas.

Na manhã seguinte James e Sirius levantaram sem terem conseguido dormir nada. Colocaram suas vestes, pegaram Harry e saíram à procura de Dumbledore.

Saindo da ala hospitalar deram de cara com Snape. James cerrou os punhos e virou o rosto, não tinha forças para encarar Snivellus naquele momento mas o homem não se moveu.

- Dumbledore saiu, pediu que eu hmm avisasse isso à vocês - disse Snape que logo em seguida passou pelos dois esvoaçando sua capa.

Black e Potter se encararam, o que deveriam fazer? Foi a pergunta que surgiu. Sirius então sugeriu que procurassem Minerva, talvez ela soubesse algo mais que pudesse ajudar.

Era Sábado bem cedo, quando entraram no grande salão haviam alguns poucos alunos nas mesas das casas. McGonagall estava ocupando seu lugar de costume na mesa dos professores e os dois homens seguiram em sua direção.

- Por que eu ainda sinto arrepios quando vejo vocês dois se aproximarem juntos? - sussurrou a professora quando percebeu James e Sirius diante dela - No que posso ajudá-los?

- Precisamos falar com Alvo, precisamos saber o que está acontecendo. - disse Potter ajeitando os óculos.

- Eu imagino James, todos precisamos, mas Dumbledore foi até Londres, partiu ainda de madrugada. Acredito que hoje já teremos mais notícias. - Sirius bufou enquanto passava as mãos pelos cabelos - Eu entendo a ansiedade de vocês mas peço que se acalmem, comam alguma coisa e tomem um banho - finalizou apontando a mesa da Grifinória para eles - podem usar o banheiro dos monitores, a senha é Sonho Azul.

Foram se sentar na mesa da Grifinória, não tinham muita fome, mas James deu um pouco de suco de abóbora a Harry. Depois tentaram seguir as recomendações de McGonagall.

Ao entrar nos banheiro dos monitores James travou, aquele lugar trazia muitas lembranças e as imagens que passavam rápido por sua cabeça colocaram a realidade à tona. Lily, sua esposa, mãe do seu filho e seu único e verdadeiro amor estava morta. As pernas dele ficaram bambas e ele precisou se apoiar para se manter em pé, mas isso não impediu que as lágrimas viessem.

Sirius veio ao seu encontro, agarrou o amigo pelo ombro e juntos foram abaixando até se sentarem no chão. James tirou os óculos deixando as lágrimas rolarem.

- Eu e Lily passamos alguns bons momentos aqui...

- Eu imagino senhor monitor-chefe - respondeu Sirius tentando fazer o amigo rir

- Eu não dou conta Pads, eu não dou conta de seguir sem ela - dizendo isso olhou para os olhos verdes do filho, exatamente como os de Lily - e Harry, eu sou péssimo nisso, Lily tinha todo o jeito.

Sirius, que mantinha as mãos nos ombros do amigo, deu uma leve apertada fazendo James levantar os olhos para ele.

- Ei, eu estou aqui e não vou te deixar sozinho. Lembre-se, somos - Sirius exitou, iria dizer que eram Marotos, pigarreou e completou - melhores amigos.

Sirius levantou, pegou Harry e estendeu a mão para James.

- Estamos juntos nessa.

Notas: alguns conceitos na minha história estão diferentes do Canon, mas ao longo dos proximos capítulos vou explicando.

What if...?Onde histórias criam vida. Descubra agora