Black's

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O tempo parecia correr, Harry estava crescendo rápido e já começava a formar frases e com isso ninguém na casa tinha paz.

– Papa, qué mais – disse certa manhã sentado na cadeira alta e batendo o garfinho no prato.

James pegou mais dois pedaços de maçã, jogou canela por cima e colocou no prato do filho.

– São os últimos Harry, você já comeu muito.

– Para com isso Prongs, deixa o menino comer – implicou Sirius enfiando três pedaços de maçã em sua própria boca – comer não faz mal e Harry está em fase de crescimento.

Remus riu sem tirar os olhos do Profeta Diário que chegara naquela manhã.

– Ignore ele Potter, ele só fala isso porque ele mesmo come por uma família inteira.

– Fazer o que se eu como e não engordo – replicou Sirius rindo da cara do marido.

Remus fechou o jornal e empurrou para Sirius.

– Você deveria passar menos tempo comendo e mais tempo fazendo algo útil. O ministério iniciou os julgamentos dos comensais da morte capturados. Tem muitos nomes conhecidos pela lista.

Sirius pegou o jornal e abriu. Havia uma gigantesca matéria sobre os julgamentos. Os Lestrange tinham recebido julgamento graças à insistência de Walburga Black, também conhecida como sua mãe, já que tinham sido pegos em flagrante, nesses casos o julgamento não era necessário. O garoto, Bartô Crouch Jr foi entregue pelo próprio pai. Os Malfoy alegaram estarem sendo manipulados e saíram impunes.

Sirius revirou as páginas da matéria em busca de um único nome e não o encontrou, Regulus Black. Ele sabia que o irmão havia se envolvido com os comensais ainda em Hogwarts e não tinha notícias dele desde então. Tentará enviar corujas algumas vezes, mas a ave sempre voltava sem nem mesmo concluir a entrega.

Isso incomodava Sirius, mas todas as relações com os Black que ele tinha foram cortadas e a única remanescente era Andrômeda que também não tinha contato nem mesmo com as irmãs.

Remus sabia que Regulus era um pensamento recorrente na cabeça do marido. Ele pegou a mão de Sirius e apertou.

– Ei, tá tudo bem! Ele deve estar bem, provavelmente fugiu e conseguiu se esconder. Talvez esteja fora do país.

Sirius soltou o jornal e olhou para Remus, o lobisomem se levantou e abraçou o marido por trás. O momento foi interrompido por Harry que jogou o prato de cima de sua cadeira alta.

James que estava até então concentrado em um caça palavras levantou depressa e colocou o filho no chão. O pequeno saiu correndo para sala e ligou a TV. Isso acabou virando hábito. Enquanto os adultos trabalhavam pela manhã, Harry assistia aos desenhos trouxas na televisão.

James acenou com a varinha e o prato do filho que estava no chão, foi para a pia e começou a ser lavado. Remus soltou o marido e começou a arrumar as coisas na cozinha. Sirius fechou o jornal e o colocou junto com os dos dias anteriores em um armário debaixo da pia. Os três finalizaram as coisas na cozinha e subiram para o escritório.

Lupin se escondia atrás de uma pilha de relatos de lobos e transformações que Scamander havia recolhido nos últimos dez anos. Sirius estudava criação de feitiços de Transfiguração com alguns livros que recebera de Dumbledore. James vinha investigando as propriedades mágicas da capa da invisibilidade e de como o que acontece com ela poderia ser repetido em um feitiço de desilusão eficiente.

Sirius passou o dia pensativo e todos na casa perceberam. Naquela noite Remus resolveu que deveria tomar uma atitude.

Sirius estava no banho e ele foi atrás de James.

O Potter estava no quarto de Harry brincando com com peças coloridas e ensinando as cores ao menino. Remus entrou e se sentou próximo aos dois

– Preciso fazer alguma coisa em relação a Sirius.

– Imaginei que você tocaria nesse assunto.

Remus baixou os olhos

– Estou pensando em enviar uma coruja ao Largo Grimmauld, 12 - James não tirou os olhos de Harry, mas mesmo assim, Remus continuou a falar – A Sra Black ainda é viva e ela certamente sabe o que aconteceu a Régulo.

– A questão Moony, é se ela vai querer contar isso a gente – retrucou James agora olhando o amigo nos olhos.

– Eu sei, eu sei, mas não custa tentar.

James deu de ombros e Remus saiu em direção ao escritório. Sentou na escrivaninha e escreveu uma carta não muito longa.

Sra Black

Espero encontrá-la bem. Sou Remus Lupin-Black, marido de seu filho Sirius. Estivemos buscando notícias de Regulus e não encontramos nada. Sirius chegou a enviar cartas a ele, mas não obteve resposta.

Entendo que a sua relação com Sirius não é boa, mas gostaríamos de saber qualquer notícia de Régulus, caso a senhora possa nos dizer serei grato.

Atenciosamente,

R.J Lupin-Black

Remus fechou a carta,selou o envelope com o brasão recém elaborado da família Lupin-Black e levou até a coruja deles que ficava num poleiro no andar de baixo. Amarrou a carta na coruja e a soltou.

Voltando ao andar de cima, se deparou com Sirius sentado na cama, enrolado na toalha com o rosto entre as mãos. Remus se aproximou do marido e se abaixou até ficar com o rosto na mesma altura do de Sírius. Os olhos dos dois se encontraram e entãp tocaram a testa de um na do outro.

– Tenho certeza que Régulo está bem meu amor.

Sirius fechou os olhos e lágrimas escorreram por seu rosto.

– Eu preferia que ele estivesse preso ou até mesmo morto. Pelo menos assim eu teria certeza de alguma coisa.

– Eu sei meu amor, eu sei! Mas nós vamos descobrir onde ele está.

Remus envolveu o outro em uma abraço apertado. Sirius apoiou a cabeça no peito do marido fazendo as lágrimas molharem a camisa dele.

O lobisomem se soltou do outro e enxugou as lágrimas do rosto dele.

– Vamos dormir meu amor, amanhã você vai se sentir melhor

Com isso ele desenrolou a toalha de Sírius, o ajudou a vestir a calça do pijama e deitar na cama. Sirius dormiu rápido ainda com lágrimas nos olhos. Remus trancou a porta, apagou a luz, tirou a própria roupa e se deitou ao lado do marido o envolvendo com os braços e adormeceu.

Ao longo da semana seguinte, Remus aguardava ansioso pela coruja com a resposta da Sra Black. Foi quatro dias depois que a coruja chegou com a resposta, ou que deveria ser uma resposta.

Ela não se dera nem ao trabalho de buscar um pergaminho. Havia apenas uma linha escrita abaixo da assinatura de Remus que dizia:

"Não lhe devo explicações sobre a minha família, mestiço imundo."

A resposta acendeu uma chama dentro de Remus. Um sentimento de que ele descobriria o paradeiro de Régulo custe o que custasse. Ele arriscaria tudo para ver Sirius melhor.

Notas:

A história dos Black por aqui não vai ser igual a do Canon, mas não criem muitas esperanças viu!

Beijos

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