– Nós aparatamos pouco antes da transformação começar, era uma pequena vila trouxa – Remus tentava se concentrar em suas palavras mas as imagens continuavam surgindo em sua mente – nós nos transformamos no meio da vila e daí em diante vocês sabem que o lobo age por impulso e instinto.
Sirius e James se olharam enquanto Black continuava segurando a mão do marido.
– Eu acordei de manhã junto aos outros um pouco afastados da cidade. Minhas mãos meladas de sangue e minha boca com gosto metálico de sangue e carne. Soube semanas depois qual era a vila e quantos trouxas matamos naquela noite – Remus engoliu em seco – e depois de tudo eu não podia fugir, eu tive que continuar com a alcateia.
Uma lágrima desceu pelo rosto de Lupin.
– Eu conseguia voltar algumas vezes, para dar notícias, não conseguia nem sequer olhar para você Six, eu sentia a culpa tomar conta de mim.
– Eu nunca imaginei Remi – disse Black se aproximando mais do marido e o envolvendo em um abraço.
Remus enxugou as lágrimas.
– Isso se repetiu por alguns meses, agosto, setembro e o último foi em outubro, só pude sair de vez quando Albus me deu a notícia de Lily e foi então que vim pra casa.
– Por que nunca me contou isso? – Questionou Sirius de forma afetuosa ao marido.
– Eu decidi afogar essas lembranças, eu odeio tudo que eu representei durante quatro meses por puro desejo de informações. E eu só continuei porque Dumbledore insistiu e eu devia minha vida a ele, mas foi cruel.
– Está tudo bem agora Remus – disse James depois de tanto tempo em silêncio.
– Se está tudo bem, eu não sei, mas eu não quero voltar a pensar nisso e muito menos falar nisso ok.
– Está bem meu amor – disse Sirius – nunca mais.
Remus desabou entre os braços do marido.
– Melhor voltarmos para casa – sugeriu James.
– Não, por favor não – pediu Remus enxugando o rosto e se recompondo – vamos pedir mais bebidas.
Madame Rosmerta chegou alguns minutos depois com mais uma rodada de bebidas que os três beberam em silêncio. James deu um último gole uma sua cerveja e levantou os olhos.
– Diante dos fatos, o que faremos?
Sirius riu enquanto bebia seus últimos goles fazendo cerveja escorrer pelo nariz.
– Ó nobre senhor de fala bonita o hei de fazermos – disse Black rindo e fazendo James e Remus rirem também.
– Vai se fuder – disse o Potter rindo.
– Em todo o caso, eu sei o que podemos fazer – disse Sirius agora sério – vamos voltar para nossa casa, viver nossos dias e criar esse menino da melhor forma possível, torná-lo um bruxo ainda melhor do que nós mesmos.
– Mas e essas Horcruxes? – Questionou James.
– O que tem elas?
– O que faremos com relação a elas?
– Nada ué, ou você quer sair caçando Horcruxes pelo Reino Unido?
– Não é isso que eu estou falando, mas Harry não vai estar seguro enquanto Voldemort vive.
– E é por isso que ele precisa ser muito bem treinado, e quem melhor do que nós para fazer isso?
Os três ponderaram em silêncio e enfim concordaram. Decidiram voltar para a casa e seguiram para a lareira. Chegaram em casa e seguiram cada um para seus quartos, estavam ainda cansados de terem dormido tarde e acordado cedo.
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What if...?
FanfictionE se (what if) os acontecimentos do dia 31 de Outubro de 1981 fossem diferentes? E se James Potter tivesse sobrevivido e se visse diante da morte de sua esposa, a criação do filho, a traição de um amigo e os desdobramentos do fim de uma guerra. Uma...