Mês após mês passou e Remus nada descobriu sobre Régulo. A primavera virou verão e os dias ficaram cada vez mais quentes.
Era Julho, os Maroto estavam no quintal. James e Sirius jogavam Quadribol montados em suas vassouras, enquanto Remus permanecia no chão brincando com Harry que insistia em apontar para as vassouras.
– Qué o alto, vassola!
James e Sirius pousaram. Os dois estavam com as camisas amarradas na cintura. Black se aproximou de Remus e tentou dar um abraço no marido que o empurrou para longe.
– Você tá todo suado Sirius, que nojo.
– Ah não Moony, só uma abraço – retrucou Sirius dando uma piscadela – eu te amo meu lobinho.
– Ei vocês dois – disse James fazendo uma careta – respeitem a presença do meu filho.
O Potter se jogou na grama e o filho foi correndo para cima dele. Mas Harry tropeçou na escada que ia do píer para o gramado e começou a chorar. Todos voltaram sua atenção para ele e foram correndo socorrer o pequeno.
– Calma Harry, tá tudo bem papai ta aqui – disse James pegando o filho no colo.
– Fez dodói Harry? – perguntou Sirius chegando pouco depois do amigo.
Remus já chegou passando a mão pela cabeça do menino.
– Não está machucado, foi só um susto – disse Lupin com um sorriso no rosto.
– Estou preocupado, já é a terceira vez só essa semana que Harry cai ou bate em algum lugar.
Sirius abre um sorriso brincalhão.
– Ceguinho igual ao pai.
Remus e James se olham na mesma hora.
– É isso, Harry precisa de óculos – exclamaram juntos.
Remus saca a varinha e conjura um pequeno par de óculos exatamente iguais aos de James, só que em miniatura. O lobisomem coloca os óculos no rosto do menino. Harry abre um enorme sorriso e começa a olhar tudo em volta de si.
– Está vendo melhor agora pequeno veado? – pergunta Sirius se aproximando do garoto.
Harry vai certeiro com as mãos no cabelo do padrinho e puxa. James e Remus começam a rir.
– Acho que isso significa que sim – diz James.
No final do mês organizaram uma celebração de aniversário para Harry. Convidaram apenas os Tonks que deram um Sr Cabeça de Batata para Harry, Dora dizia que era o brinquedo trouxa que ela mais gostava.
Harry também gostou e passou quase um mês como se esse fosse o único brinquedo do mundo. Sirius ficou incomodado que o afilhado não deu a menor atenção para um violão de brinquedo que ele dera.
– Seu filho não é nem um pouco um Maroto, Potter – reclamou certo dia encarando Harry brincando no jardim.
– Pelo amor de Merlin Black, ele é só uma criança de dois anos. É óbvio que ele se interessaria mais por brinquedos de verdade né – retrucou James.
Era uma tarde de final de verão e o calor começava a dar sinais de que estava indo de vez. Estavam todos sentados no quintal. Sirius fingia estar interessado em uma palavra cruzada, mas por cima do papel ficava observando Harry. James estava focando em um livro que encontrara em uma livraria trouxa, "Como criar meninos" era o título. E Remus lia o jornal local sempre atento a qualquer notícia fora do comum.
– Tenho uma ideia de uma coisa diferente que podemos fazer hoje – exclamou Lupin fechando o jornal.
Sirius e James pararam o que estavam fazendo e encararam o outro.
– Lançou um filme no cinema mês passado, parece legal, poderíamos ir assistir, o que acham?
James e Sirius se entreolharam sorrindo. Haviam ido ao cinema poucas vezes mas desde que Dumbledore havia estendido a proteção de Harry, os Marotos vinham se aventurando em algumas atividades trouxas pela cidade.
Já haviam levado Harry ao parquinho, caminhado no centro da cidade e feito mercado e feira entre os locais, mas nunca tinham ido ao cinema.
– Podemos levar o Harry? Acho que ele nunca foi ao cinema – disse James
Remus assentiu. Os três levantaram correndo, a sessão era em 1h e eles chegaram faltando pouco mais de 5 min para o horário marcado.
O filme era E.T: O extraterrestre. Harry dormiu no meio, mas os Marotos ficaram muito envolvidos com a história e no fim tinham um Sirius com o rosto inchado de choro e um James indignado que queriam fazer experimentos no coitado do ET. Remus ria disso, mas pensando como ele parecia com o ET, sempre a insegurança de descobrirem sua condição e o que fariam com ele.
Saíram do cinema e foram comer em uma lanchonete nova que abrirá do lado. Era um tipo de comida diferente que os trouxas haviam inventado.
– Ham...o que? – perguntou Sirius encarnado a garçonete.
– Hambúrguer, senhor – a moça olhava desconfiada para os três e o pequeno Harry – são dois pães, carne, queijo, alface e tomate. Tudo isso em um formato redondo.
– Bom, tem carne, parece bom, traga um pra mim – disse Remus sorrindo para a garota.
– Traga dois então – completou James e encarou Sirius – na verdade três, ele vai querer também – disse arqueando as sobrancelhas na direção de Sirius.
A garota saiu com os pedidos e voltou minutos depois com três pratos cobertos por uma coisa amarela e frita e o tal hambúrguer no centro.
– Perdão – disse Remus para a garçonete – mas o que é isso? – perguntou apontando para a porção amarelada em seu prato.
– Ah sim, são batatas fritas, vem como acompanhamento para os hambúrgueres – dizendo isso se afastou novamente.
Sirius pegou uma batata frita e comeu, seus olhos arregalaram.
– Isso é tão gostoso! Por que nunca comemos isso antes?
Os outros dois deram de ombros e atacaram seus próprios pratos. Hambúrguer e batatas fritas aprovados, eles pagaram e voltaram para casa.
Naquela noite estavam sentados na varanda fumando, depois de colocarem Harry para dormir.
– Eu poderia viver para sempre assim em meio aos trouxas – Black abriu um sorriso tirando cigarro do lábios e soltando a fumaça – os filmes são legais e a comida é absolutamente incrível.
Remus riu.
– Tá rindo do que? – perguntou Sirius.
– Você não iria durar uma semana no mundo dos trouxas – respondeu Lupin ainda sorrindo.
– Ué, por que você acha isso? – perguntou Sirius se jogando em cima do marido.
– Simples. Você não conseguiria passar uma semana sem recorrer a magia.
– Ah, você acha!?
– Tenho certeza! – disse Remus rindo muito e puxando Sirius para o seu lado.
– Ahhhh não pelo amor de Merlin, arrumem um quarto vocês dois, eu não sou obrigado a ficar vendo isso – zuou James que estava rindo do outro lado.
– Eu proponho uma aposta – disse Sirius se levantando – passo uma semana sem usar magia, se eu ganhar vou ditar as regras desta casa.
Remus fechou a cara.
– E se eu ganhar?
– Você pode continuar sendo o grande adulto responsável.
Remus ergueu uma sobrancelha.
– O que eu ganho?
Sirius deu uma risadinha, passou as pernas por cima do colo de Remus sentando no seu colo.
– Eu faço o que você quiser! – disse dando uma piscadela.
– Apostado! – disse Remus se sentindo excitado – a partir de amanhã, nada de magia para você Sirius Black, por sete dias.

VOCÊ ESTÁ LENDO
What if...?
FanfictionE se (what if) os acontecimentos do dia 31 de Outubro de 1981 fossem diferentes? E se James Potter tivesse sobrevivido e se visse diante da morte de sua esposa, a criação do filho, a traição de um amigo e os desdobramentos do fim de uma guerra. Uma...