04 - Brilhante

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Não ousei considerar dizer “não”. Toda aquela história tinha invadido minha mente, fã de fantasia como eu era, não podia ficar de fora de toda aquela –mesmo que falsa– viagem fantástica.

Uma ordem secreta, deuses, poderes, anjos, inimigos, muito excitante. Talvez rolasse até um mundo fora desse planeta, uma terra diferente desta.

– Eu quero sim. – falei.

Sheila esperava minha reação para assumir sua própria, e por fim ela também aceitou o pedido deles. Agora éramos nós duas, as novatas entrar naquela ordem, eu estava super curiosa.

– Devemos prosseguir então. – falou Resh. – Sheila, você será a primeira a ser treinada e obter os poderes.

— Porque eu tenho que  ser a primeira? — questionou Sheila.

— Você poderia ser a primeira, Charl?

— Claro, Resh. — respondi.

— O.k., primeiramente observe esse conjunto de caixas. Cada uma tem um símbolo e uma inscrição, uma marca. Escolha uma delas.

Eu ansiosa já ia apontando para qualquer uma, mas ele me impediu.

— Escolha com sabedoria, seu símbolo terá grande influência em sua vida.

— Eu não posso escolher com sabedoria, Resh. Não sei qual o conteúdo de nenhuma das caixas. Um sábio não lança seu destino á sorte.

— Bela resposta. Mas escolhe logo uma caixa, não é que eu tenha pressa depois de quase dois mil anos, mas olhe para Sheila, ela está ansiosa para saber o que vai acontecer quando você fizer a sua escolha.

Sheila estava muito inquieta naquele momento, ela me lançou um olhar de “escolha logo se não eu morro aqui”.

Eu me dirigi até as caixas e comecei a andar por entre elas. Havia muitas caixas, mas nem todas conseguiam me trazer algum tipo de emoção, nenhum me atraia. Eu era o tolo sábio lançando o destino á sorte. Eu estava confusa, porque não queria escolher a caixa errada. Se eu me tornasse fraca seria uma inútil.

Comecei a caçar um símbolo que me transmitisse algum significado, que me induzisse a escolhê-lo.

Foi quando ouvi uma voz chamar meu nome, olhei para trás e para baixo e lá estava uma caixa preta, a única preta dentre todas as outras. Algo naquela caixa transmitia solidão, tristeza, eu não era triste, mas era solitária, eu fiquei com aquela caixa, não notei no símbolo que era de certo modo estranho. O desenho era um circulo no centro, de onde saiam duas asas, com uma coroa que havia uma cruz no topo, e abaixo uma tocha acesa. No centro no circulo um olho fechado.

Eu tentei levantar a caixa, mas pesava muito. Virei para Resh.

— Eu quero essa aqui. — falei.

— Pode abrir. — falou Resh.

Eu abri a caixa olhando para o lado e espiando com o canto do olho, eu não podia imaginar o que sairia de lá de dentro. Foi fácil, não pareceu estar lacrada. Eu virei a cabeça lentamente, um forte brilho de cor azulada iluminou o local.

Círculos de energia percorriam toda a sala da ordem, eram como luzes coloridas que se chocavam e iam crescendo, depois de um espetacular show de luzes, elas se reuniram diante de mim formando algo muito semelhante á silhueta de um homem com asas e uma coroa sobre sua cabeça.

— Nero! — falou Resh, em tom de surpresa.

A criatura virou para ele e prestou uma leve reverência.

— Agora tire sua roupa, Charl. — pediu Resh.

— Pra que? — questionei. Eu odiava questionar Resh ou minha mãe, mas eu não ficaria nua diante daqueles desconhecidos.

A Ordem Secreta - Histórias de Uma DeusaOnde histórias criam vida. Descubra agora