08 - Proteção

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Despertei na minha cama, em casa.

Ainda estava sonolenta, não conseguia abrir os olhos.

— Vai ser rápido, prometo. — Parecia a voz de Kronus.

— Ela já acordou. — A segunda voz soou como a voz de Lao.

Abri os olhos.

Surpreendi-me. Kronus estava sentado em uma cadeira ao lado esquerdo de minha cama — o lado virado para a porta. Ele cantava uma de minhas músicas favoritas. Eu devia estar sonhando, mesmo que não fizesse sentido. Deuses não dormem. Deuses não deveriam sonhar.

— Não é um sonho — disse Lao em voz alta. Eu olhei em sua direção, ele estava sentado sobre minha cama olhando fixamente para Kronus.

— O que houve Lao? — Perguntei utilizando o modo deusial. Kronus poderia saber que estávamos nos comunicando, mas não saberia sobre o que estávamos falando.

— Nada demais, Kronus quer passar um tempo com você hoje. Ele quer se explicar, talvez pedir desculpas. — Ele respondeu. Um pedido de desculpas não parecia nada de tão especial, mas era melhor que continuar com os pensamentos que eu mantinha em minha cabeça. Pensamentos que machucavam Lao e Angus.

Virei o rosto para Kronus com uma expressão fria — foi como eu tentei parecer, não sei se tive êxito.

— O que quer? — Perguntei normalmente. Embora Lao tivesse me contado eu queria ouvir de sua própria boca.

— Acredito que tenha havido certo desentendimento, e eu gostaria de explicar. — Ele falava com aquele olhar penetrante, não sei se ele fazia aquilo de propósito ou se era assim naturalmente. Meu coração acelerou, contive meus pensamentos. Não queria machucar Lao. Lao estava sendo para mim naquele momento o número um, mas no fundo, eu ainda sentia algo, mesmo que fraco por Kronus. E isso poderia a qualquer momento explodir.

Assenti com a cabeça.

— Espere eu vestir alguma coisa. Já volto — falei.

Eu pude ouvir Lao rindo em minha mente.

"Para amor" — pensei.

Eu corei percebendo que tinha sem querer usado a palavra "amor".

— Sim, eu espero. — Que voz. Eu sorria enquanto me trocava em meu closet — que era enorme; tinha duas vezes o tamanho do meu quarto. — Depois de revirar diversas peças achei uma que gostei. Uma camiseta regata com uma caveirinha branca desenhada, uma calça jeans e um par de tênis. Não sei se aquele era um visual que eu devesse usar em um tipo de encontro, mas, portanto que cobrisse meu corpo — do olhar ignorador de magia de Kronus — estava tudo bem.

— Nero. — sussurrei.

— Fale Charl. — Respondeu ele.

— Você sabe o que eu quero.

— Não, não vou fazer isso. Você ficará sem proteção. Seus poderes só funcionam se estou com você. Não vou deixar você sair nua para sabe Deus onde e correr o risco de trombar com alguma das meninas.

— Eu vou estar com Kronus, não precisa se preocupar. — Até onde eu sabia Kronus era um dos mais fortes dentro da ordem.

— Ele não tem poder o suficiente para te proteger. Aquele ser insignificante. — Nero devia ter algum problema com Kronus, mas deixei esse detalhe de lado.

— Mas ele é o mais forte dentro da ordem. — Falei. Talvez não o mais forte, mas forte o suficiente para conseguir dar conta de alguns de nós sozinho.

A Ordem Secreta - Histórias de Uma DeusaOnde histórias criam vida. Descubra agora