02 - Antes

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Algum tempo depois eu estava acordada. E para minha surpresa o local não era o meu quarto, era novamente aquela sala. Aparentemente, sonhar foi meu sonho.

Usualmente, eu desperto após meus desmaios com uma dor um alguma parte do corpo, cabeça, costas, ombro, eu nunca estou preparada para cair, e me machuco ao desmaiar. Mas foi diferente dessa vez. Kronus me segurava em seus braços, meu corpo não doía, como se ele tivesse me segurando antes de minha queda. Como ele poderia? Estava muito distante para que me segurasse á tempo. Ele percebendo que eu havia acordado, me deixou de pé e voltou para sua cadeira. As apresentações não estavam concluídas.

— Você está bem, Charles? — perguntou Resh.

— Sim.

— Continuemos. — falou Resh.

Sheila continuava de pé ao meu lado. Ela parecia mais aliviada que antes de eu cair.

O próximo se levantou.

Ao retirar o capuz eu fiquei chocada, nem tanto por sua beleza, nem por sua feiura. Ele era impossível de ser descrito. Ele com certeza seria um tipo de deus das arvores, era a única denominação que eu daria para alguém como ele.

Sua pele era verde. Olhos brancos como nuvens, um cabelo de do azul marinho levemente ondulado e cortado um pouco abaixo do pescoço. E coisas semelhante a galhos saíam de sua cabeça, tinha até folhas.

Que fantasia esquisita, pensei.

— Shilajit Amanita Muscaria. Sétimo membro, senhor da vida e da natureza.

Sua voz era comparável ao uivo do vento, transmitia um sentimento de serenidade, não como Resh, de um modo especial, como se pudéssemos ser felizes por um momento, o momento no qual ele está falando.

O último se pôs de pé. Tirando o capuz não era de todo estranho, não comparado com Shilajit. Seu rosto era pálido, tinha o cabelo ruivo, olhos cor de mel, abaixo de sua boca uma mancha, talvez um sinal de nascença.

— Galabel Mitus Daku. Quarto membro, guardião da terra.

Após ele terminar e se sentar, Resh, Kronus e minha mãe se colocaram de pé. Resh parecia ser o líder deles.

— Agora prestem muita atenção meninas.

Resh pegou um grande papel, muito semelhante a um cartaz. Aparentava ser muito antigo, estava amarelado e parecia se desgastar.

Ele virou o papel para nós.

Os traços eram muito infantis, mas era evidente perceber que havia três pessoas. Duas mulheres e no centro um homem. Algo estava desenhado sobre suas cabeças, eram símbolos como os que havia sobre a cadeira do pessoal. O desenho não tinha cor, mas as vestes do homem do centro parecia ser pintada meio a meio.

Eu entendi que se tratava de Sheila e eu. Olhei para ela que retribuiu o olhar com um sorriso.

Resh continuou.

— Há algum tempo atrás, um antigo membro, sem nome, nos entregou esse desenho que fizera após uma viagem. Ele havia partido para uma missão cujo qual nunca retornou. Podem ser notadas três pessoas, duas mulheres e um homem. O homem era quem o nosso membro estava procurando, logo após ele partir

Eu o interrompi.

Eu tinha muita admiração e respeito por Resh, mas eu tinha que falar alguma coisa, tudo estava se passando muito rápido e de alguma maneira eu não estava conseguindo ligar as ideias e assemelhar os detalhes muito bem.

— Resh, porque não começa do começo? Sabe, explicar a história de vocês, de onde vieram, o que fazem, e pelo amor de Deus, o que está escrito nas vestes de vocês?

Pode parecer um pouco bobo, que diante de toda aquele papo de deuses essas coisas, a minha maior preocupação fosse a inscrição na roupa deles. Sheila olhou para mim novamente, como se assinasse em baixo da minha decisão. Resh começou a contar a história que relato agora para vocês. Essa foram suas exatas palavras.

A Ordem Secreta - Histórias de Uma DeusaOnde histórias criam vida. Descubra agora