16 - Passado (Fim)

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Atravessamos um portal e estávamos sobre um monte totalmente coberto de neve. A luz que iluminava o local não era a luz do sol, era uma luz diferente. Totalmente vermelha. Olhei para o céu. A Luz era vermelha como sangue.

— Faça os preparativos Resh. — Falou o Líder.

Eu pude ver Resh tirar um pote vermelho da caixa que ele tinha trazido da ordem. Havia algo escrito que eu não podia ler. Estava no mesmo alfabeto que o nome de nosso Líder. Era o que parecia. Porque eu podia reconhecer o S.

O Líder se pôs na posição de lótus — aquela onde a pessoa senta e dobra as pernas colocando as mãos sobre os joelhos. Mas as mãos dele estavam levantadas e unidas fazendo algum tipo de símbolo com o posicionamento dos dedos.

Resh retirou sua capa e começou a desenhar algumas linhas com setas em seu peito usando o líquido de cor vermelha que ele tirou do pote. Shilajit se aproximou para ajudar. Quebrando um de seus galhos entregou introduziu em um espaço vazio entre os dedos do Líder.

Essas foram as exatas palavras do Líder naquele dia.

Há muito tempo estávamos Jaresh, meu amigo e Eu andando por uma vila.

Ela apareceu diante de mim como um anjo. Com correntes nos pés, dançava graciosamente. Sua luz encantou meus olhos. Mesmo presa, seu sorriso era puro, e seus olhos olhavam o horizonte. Ela tinha a luz da esperança.

Ela tinha que estar comigo. Falei com seu dono, eu queria que ele a libertasse, mas ele era um homem ambicioso. Não queria perder Aline. Ele também gostava muito dela.

Nunca vou esquecer-me do momento em que Jaresh retornou com o Baú que eu pedi que ele fosse pegar. Quando viu o que havia dentro daquele baú o pequeno amor que aparentemente aquele homem sentia por ela desapareceu. Ouro, prata, pedras preciosas. Só isso foi o suficiente para que ele desistisse.

Nada poderá pagar o sorriso de Aline ao ver-se livre de suas correntes. Ela me seguiu de bom grado, ela quis ser uma de nós. Ela me amou de verdade.

Deia a ela todo o poder que precisava para ser feliz e fazer outros felizes. Isso era tudo o que importava. Mas chegou um dia em que tudo aquilo não foi o suficiente. 

Maldito Eden.

Ele conseguiu tirar de mim toda a minha felicidade em apenas um segundo. Aquela foi a primeira morte de Aline.

De certo, ela não era tão forte quanto Eden. Mas sua morte me fez perceber que a felicidade é um ideal da imaginação. E nem sempre precisamos dela.

Às vezes precisamos ser fortes para conseguir proteger a felicidade de outras pessoas.

E a partir daquele dia, quando Deus veio pela segunda vez a nós fechamos esse trato. Os deuses lutariam pela felicidade de outros em troca do retorno de Aline.

Quando Deus me entregou essa missão ele me disse que nada poderia superar o sacrifício, o auto sacrifício. Nem a morte ou a vida tinha mais poder.

Depois de contar essa história o Líder pegou aquela estaca e enfiou fundo no peito dizendo?

Ano Ona Sira Vesh Ahji Irro Nero.

Ano Ona Sira Vesh Aline Irro.

Ano Ona Kikeri Vogh.

Não entendi nada daquilo. Só pude notar as palavras Ano, Ona, Aline e Nero.

A Ordem Secreta - Histórias de Uma DeusaOnde histórias criam vida. Descubra agora