Só Mais Uma Chance! - Min Yoongi

Capítulo 1

POV S/n

Mais uma aula estava no fim e eu me sentia exausta. Ainda estávamos no começo do meu 2º semestre, mas mesmo assim, eu notava o quanto o meu corpo parecia cansado, como se eu não dormisse bem há dias. Juntei as minhas coisas de cima da mesa e olhei para a minha amiga, que ao contrário de mim, transparecia toda a animação.

- Nem adianta me encarar desse jeito, você me prometeu, amiga! – ela apontou o dedo para mim e eu só pude concordar.

- Eu vou, não precisa se preocupar, só estou cansada. – a S/a  passou o braço por cima do meu ombro e sussurrou.

- Pensa que você vai ver aquele gato tatuado todo perfeito e que anda babando por você. – eu sorri envergonhada. Zayn era mesmo um verdadeiro pedaço de mau caminho. Lindo da cabeça aos pés, dono de olhos misteriosos e um sorriso com o poder de baixar todas as calcinhas que ele quisesse e parecia que naquele momento era a minha que ele queria tirar. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos e me concentrei em seguir de braços dados com a minha amiga para fora do prédio da faculdade. 

Tentei focar na tagarelice da S/a, mas a minha mente vagou novamente até Zayn e todas aquelas tatuagens que o fazia ainda mais fascinante para mim. Pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia atraída por um cara outra vez. E, sinceramente, depois da decepção que passei, eu pensei que nunca mais me interessaria por um garoto desse jeito. Tanto tempo passou sem que eu não sentisse absolutamente nada, eu parecia simplesmente oca por dentro, como uma espécie de boneca, sei lá.

Eu ainda estava no Ensino Médio quando o meu mundo desabou sobre a minha cabeça de adolescente apaixonada e todos os meus sonhos desapareceram como uma nuvem de fumaça. Em um dia eu me sentia a garota mais feliz do mundo, tinha tudo o que eu sempre quis, um namorado lindo que eu amava mais do que tudo, amigas, perspectivas maravilhosas. E no outro, eu não tinha nada a não ser dor, desespero e um bebezinho na minha barriga que eu também perdi cerca de um mês depois.

E completamente sozinha e mal vista na minha micro cidade com cerca de 20.000 habitantes, eu me fechei no meu próprio mundo, contando os dias para deixar aquele lugar e ter a chance de me sentir viva outra vez. Foi assim que eu estudei até me acabar e consegui passar em primeiro lugar para o curso que eu sempre sonhei. Tudo com o apoio dos meus pais, porque eu só pude contar com eles mesmo, todo mundo virou as costas para a garota grávida, abandonada pelo namorado, inclusive as minhas "amigas" de uma vida inteira. Quando eu perdi o meu bebê, todo mundo achou que eu havia feito um aborto e aí eu fui julgada ainda mais, agora como a puta sem coração que havia tirado a vida de uma criança inocente. Mas isso não era verdade, eu perdi o meu bebezinho e fiquei arrasada por isso, porque mesmo sofrendo, aquele nenê ainda era uma coisa boa que tinha ficado de toda a minha história de amor não correspondido e quando ele também se foi, o meu coração se quebrou de uma maneira que eu não consegui me recuperar.

Pelo menos, até agora no 2º semestre da faculdade. Outro estado, outras pessoas completamente diferentes e com uma nova amiga extremamente tagarela, mas companheira até o último fio de cabelo.  A S/a não me julgou nem por um segundo quando eu contei a minha história a ela, pelo contrário, me abraçou e disse que dali para frente eu tinha encontrado uma irmã e que juntas lutaríamos todas as nossas batalhas e eu me segura e em paz ao lado dela. As coisas têm sido tão boas que eu tenho até medo dessa felicidade que eu estou vivendo, porque da última vez em que me senti feliz assim, as coisas terminaram muito mal. Mas agora era diferente e eu sei que faria qualquer coisa por aquela menina que me estendeu a mão e me deixou ser eu mesma. E era exatamente por isso que eu estava me deixando ser arrastada para o seu apartamento para que nos arrumássemos juntas para o programa daquela sexta à noite.

Vou dizer que eu não estava nem um pouco animada para assistir uma luta clandestina tipo vale tudo em um canto escondido do campus da universidade. Primeiro porque odeio violência, segundo porque uma multidão enclausurada dentro de um lugar abafado me deixava bem tensa. Porém, mesmo assim, eu topei ir com a S/a, ela estava super animada. Na verdade, todo mundo só falava sobre isso, um cara desconhecido, que havia acabado de ser transferido para a faculdade desafiou o campeão invicto há sei lá quantas lutas. As apostas estavam todas contra o novato e muitos falavam que ele sairia dali direto para o CTI. Isso era mais uma coisa que fazia com que o meu estômago se revirasse, uma pessoa se machucar tanto a ponto de quase morrer era bárbaro demais para mim.