As Palavras apenas saíram como se o mesmo não pensasse, e não estava, a confusão em sua cabeça o tornava fraco e pensar pela primeira vez em amor o fez ser fraco, afinal o que ele tinha a perder? Ele perdeu muita coisa, mas se recusva a acreditar.
Tom se virou ao balcão assim que Tord dissera que o amava, não queria acreditar, mas queria falar o mesmo também, mas ele mesmo se impedia de sentir algo assim, ninguém fora tão especial para ele além de Tord, mas ele? Por que ele? Se perguntava toda a vez que se via pensando na possibilidade dele voltar, e ele voltou. Então o homem de meia idade entregou a Smirnoff para Tom, que recebeu de cabeça baixa. Tord deu de ombros e deu um gole longo na cerveja e voltou a encara-lo, perplexo, queria que ele responde-se algo. Ele colocou a mão no ombro de Tom que o olhou rapidamente. Os olhares fixos a procura de algo, mas realmente havia?
- Olha, eu não sei de mais nada, achava que o exército era o que eu precisava mas não foi bem assim... - Tord encara o copo de creveja e passa o dedo na borda do copo, pensativo - Estava cego, achava que minha posição lá realmente importava, Paul e Patrick me acompanhavam, mas não era aquilo que eu queria. Foi tudo uma merda desde o começo.
- Hm, então por quê foi? - Tom indagou, seu jeito rude já era de se esperar.
- Quando queremos crescer, não importa o caminho. - Tord larga o copo.
- É óbvio que não - Tom da a última golada na Smirnoff e pede outra - Caminhos podem te levar a muitos lugares, mas poucos são os certos.
- O que você quer dizer? - Tord o olhou como se não esperasse que o estúpido Tom fosse gentil, já estava preparado para brigar novamente.
- Quero dizer que: Você fez uma péssima escolha, óbvio, mas seu caminho ainda não acabou, espere e veja aonde vai dar - O homem entregou o pedido a ele que deu uma grande golada.
- Realmente não sei, eu esperava voltar - Tord deita a cabeça na mesa, triste com o ocorrido pela manhã, ainda estava, sentia-se ruim.
- Você acha que voltar vai resolver? - a Ignorância de Tom é justificável, voltar a acreditar naquele que uma vez quase o matou não é fácil, entretanto, havia algo errado com o garoto.
- Óbvio... ou não... - Ele esconde o rosto para chorar novamente.
Tom deu um longo suspiro, seus pensamentos que antes estavam bagunçados agora se encontram em uma grande chave, ele sabe o que fazer, ele sabe.
- Okay, eu acho que dizer "não" pode ferrar com tudo, mas escuta aqui, se você fuder com tudo novamente, você vai se ver comigo! - Tom o olhou sério e ele entendeu a mensagem, ele obteve aquilo que queria, mas sabia que se ferra-se uma vez só, poderia acabar com tudo.
- Quer dizer que?... - indaga Tord esperando que aquilo que entendera fosse real.
- pode morar conosco... - Tom vira a cabeça para tentar ignorar a euforia de Tord que se acendera de repente.
****
Eles foram embora depois de mais 5 garrafas, pela primeira vez eles estavam conversando, não era como inimigos ou mesmo uma discussão, mas sim, como amigos. Não passara pela cabeça de ambos o que estava acontecendo naquele momento, apenas deixaram rolar a conversa que os deixavam feliz, por muito tempo não se sentiram assim, mas agora estão completos. A rua estava fresca, a claridade dos postes e dos letreiros a iluminavam, a calada da noite se transformara em uma sinfonia urbana, o movimento era grande, diferentes pessoas andavam e entravam em recintos. A conversa fluia como o vento que se parte do norte e segue ao sul, e passa em diversas regiões, estava tudo perfeito. Eles realmente não se conheciam, os anos juntos foi como se ambos não existissem um para o outro e agora eles tem a chance de se conhecerem.
Depois de horas caminhando eles finalmente chegaram em frente a casa, Tord parou e deu um suspiro de alívio, finalmente estara ali de volta, mas desta vez para morar. Tom seguiu caminhando e parou quando percebeu que o garoto não o acompanhava mais, se virou a ele se questionando o por quê dele estar ali parado, mas ao ver o rosto de Tord percebeu o porquê, o alívio de estar ali era marcado por uma expressão dócil. Coroado, Tom virou-se e fez algo inusitado.
- É possivel que você não aceite, mas o sofá que compramos é muito duro, e sei lá, como não tem as suas coisas, você pode dormir no meu quarto...
- E quanto a você? - disse Tord confuso.
- Eu durmo na sala, acredite, não é a primeira vez que durmo lá- Tom deu uma risadinha e seguiu em frente.
O que acabara de acontecer? Se questionava Tord, o por quê dele ser tão gentil. Na realidade, Tom sempre fora, mas sempre passou despercebido pela raiva que ambos sentira, e como não havia mais, ele podia ser ele mesmo pela primeira vez.
Os dois entraram sem fazer um barulho sequer, não queriam acordar os outros. Matt acabara de chegar de uma viagem e Edd estava em algum lugar de seu quarto. Tom o levou até o seu quarto e o pois na cama sem dizer muitas palavras, apenas ignorava aquilo, mas Tord queria dizer algo, seus pensamentos gritavam um pedido de socorro para poder se abrir.
- Uma pergunta... - começou Tom - Por que você está aqui? E o Exército Vermelho?
- Eu sai... - Tord cortou rapidamente, lembrar o que aconteceu o deixava aflito, então encerrou o assunto rapidamente.
Tom percebeu que ele não quisera falar sobre o ocorrido, então apenas pegou um travisseiro e um cobertor e se virou, Tord notara que ele estava saindo e por um instante pensou mas resistiu e disse apenas:
-Boa Noite.
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Tom e Tord - Renúncia Clandestina
FanfictionApós os acontecimentos passados, Tord volta a vida dos garotos que estão receosos com a volta repentina e o arrependimento. mas algo está diferente.