Delírio Exaustivo

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Havia renunciado seu propósito anteriormente, entretanto, sabia que por si mesmo não teria como escapar daquilo, então por que continuar a se afastar? Ia se queimar diante tudo aquilo que teria construído? Mas aquilo não era apenas uma honra e dádiva de seu esforço, seu amor era forte e incondicional por Tom, sabia o que deveria ser feito para se safar, na verdade, ele queria escapar da culpa. Por um segundo pensou que poderia ser realizado de forma calma e rápida, matá-los poderia ser glorioso, sua mente perturbada já estava em um escândalo crucial para cometer uma loucura, seu estado normal fora afastado da realidade e introduzido a psicose, Tord não era o mesmo, havia ali uma figura desprezível e oca por suas maldades cometidas.

 Há muito tempo, pensara que sua vida fora predestinada a servir aquilo que amava, mas depois de tudo o que  passou, depois de tudo o que fez, entendera que ele fora predestinado a fazer os outros sofrerem e amava aquilo, amava ver a dor a flor da pele, estirando-se ao fogo melancólico e insaciável para assim glorificar-se ao desespero de sua alma. Pensara também que fosse louco, mas qual é a real definição real para isso? Ele tinha uma própria, sua loucura era saborear o medo alheio e rir a dor e a destruição, ele achara que a sua loucura fora parte de sua mente conturbada, seu real sentido poderia ser a dor particular vinda de Tom. Por que o odeia tanto? Passara tempos que se perdoaram e mesmo assim o ódio o consomia ainda. As palavras de Paul Patrick eram como a chave para o um problema maior, proteger aqueles que o destruiu era tolice, e era mesmo, pois em sua visão jamais os perdoariam. Mas o fez. A insanidade se passa nas veias que atormentam o cérebro, sua mente estava em uma calamidade por si só.

 Seus olhos se fixaram ao corpo de Tom que adormecia, nunca sentira tanto ódio, ele era uma passagem só de ida a própria loucura, e trasversava para o delírio e sanidade. Suas mão apertara fortemente contra o cabo áspero de sua adaga, permitia a si mesmo esta honra, permitia a todos o sangue de seu amado, ele deu um passo à frente e depois outro, seus olhos apertavam e viam a forma da morte em suas mãos, se via como um predador que precisava caçar, e sua presa estara ali, inofenciava aos olhos de sua consciência. Chegara perto o bastante para cometer o ato, estara pronto, entretanto, não sabia o que fazer depois, sempre soubera o que fazer, mas naquele instante nada mais havia sentido. Ele levantara a adaga e mirara no peito de Tom, um golpe certeiro e o fim completo de  sua vida arderia ao fogo glorioso de uma alma desesperada, ele contara a até três com um sorriso maléfico e então fizera o que teria que ser feito, cortara os musculos e depois todas as camadas de carne até o órgão de seu inimigo, o sangue jorrara por todo lugar, a morte havia chegado aquele recinto, a morte chegara, ele fez o que deveria ser feito, matou o seu maior inimigo, si mesmo.

Um suspiro longo acompanhado de um grunhido anunciara sua dor, Tom acordou ambíguo sobre a situação e se virou a Tord, levara um susto ao ver o sangue jorrando, seus olhos se abriram rapidamente e sem pensar, segurara o corpo de Tord que se inclinava cada vez mais, as lagrimas caiam no rosto de Tord que ia se apagando cada vez mais, Tom gritou por ajuda, mas parecia que ninguém estava em casa, então ele pegou a fronha da cama e tentou estancar o sangramento, a adaga estava fincada na região do abdômen.

Edd e Matt chegara desesperados no quarto, os gritos de Tom agora trêmulos pedira ajuda, Matt descera para o andar de baixo para ligar para ambulância.

- O que aconteceu? - indagava Edd quase sem voz, tremia ao ver seu amigo estirado inconsciente nas mãos de Tom.

- Eu não sei! E-ele apenas fincou… Eu estava dormindo e…. - Tom mal conseguia pensar, o soluço de seus choro o impedia, segurava forte o seu amado em suas mãos.

- Fique calmo Tord… Vai dar tudo certo… - Edd tentava manter a calma, mesmo direcionando para Tord que estava inconsciente.

*****

O recinto trazia o melancolia por si só, o ardo medo de perder seu amigo era passado as todos ali, a sala de espera do centro cirúrgico estava vazio, apenas os meninos estava ali a espera de uma notícia, Tom andava de um lado para outro, pensativo sobre o porquê de Tord ter feito aquilo e o que o motivou, sabia que a questão do exército tinha haver com aquilo, mas não endera por que levara uma atitude tão drástica. Seus pensamentos focam em Tord, suas lembranças traziam a imagem de Tord em seus braços, de como seu corpo perdia a vida, isso o fazia chorar só de lembrar. Por fim se sentou ao lado dos meninos que não esboçavam expressão alguma, estara traumatizado com aquela cena, o medo tomou posse deles.

- Tom fique calmo, vai dar tudo certo - Edd coloca a mão no ombro de Tom, a ternura de Edd transmite uma calma a ele, mas suas palavras o mantia em um desespero contínuo - Tord vai ficar bem.

- Eu só queria entender o porquê dele ter feito isso! - Tom esboçara seu medo, sua raiva por não poder ter feito nada - Eu não pude ajudá-lo…

- Também queria saber… - Edd abaixou a cabeça - Você sabe o que pode ter o levado a isso?

- Não faço ideia… - seus olhos se fecharam, a procura de um pensamento que poderia ajudá-lo a solucionara aquela questão.

- Talvez ele estava com medo de algo e quis acabar com si mesmo para não ter que passar por aquilo - a voz de Matt cortou o ar, Tom o olhou estupefato, era isso o que aflingia Tord, Matt tinha razão. Edd olhou para Tom como se já entendera que o mesmo tinha descoberto algo. 

- Depois que nós voltamos do Base, ele ficou estranho - começo Tom - talvez ele se sentiu culpado pelo o que nos aconteceu.

- Não acho que seja só isso, algo a mais teria que ter o levado para tal ato - Edd encosta no banco e cruza as pernas.

 A porta que levava as salas de cirurgia se abriu trazendo com si um barulho agudo, o medico que saira de lá preenchia algo em uma prancheta, os meninos se levantaram e chegaram perto para perguntá-lo sobre Tord, mas antes que pudessem ao menos abrir a boca, o médico se declarou o cirurgião de Tord e os explicou o que aconteceu.

- Tord está bem, por sorte a adaga não atingiu nenhum órgão, ele pegou uma passagem apenas de músculo, entretanto, iremos mantê-lo aqui para acompanhamento para ver se não dará nenhuma infecção na região atingida - explica o médico sem nem ao menos tirar os olhos da Prancheta, mas depois olhou para eles - O que o motivou a fazer isso?

- Também não sabemos, ele apenas fez - tentou explicar Edd.

- O paciente é suicida? Já tentou outras vezes? - indagou novamente o médico. 

- Não - falou Tom.

Uma busca incansável por superioridade te mostra inferior a todos, teus declínios tolos por um simples gesto de bondade o faz cair em um profundo receio de superstições amorosas, mas dificilmente encara a verdade. Tuas pequenas alusões a descrições repetitivas é perspicaz de fato, mais tolo ao continuar para chegar uma supremacia falsa e abatida, você é tolo, não passa de um idiota, mas pode continuar. Tome a Pílula. Você se esqueceu de si mesmo.

Tom e Tord - Renúncia Clandestina Onde histórias criam vida. Descubra agora