Estamos em um Declínio

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Aos gritos e euforia Edd anunciara seu novo encontro com Daisy, uma garota tímida que gosta de filmes dos anos 80 e pop, totalmente caseira e adora ler, coisa que Edd deixou bem claro após a descrever 17 vezes. Estavam na sala quando Edd anunciara novamente, Tom ingeria um grande gole de Smirnoff guela abaixo, Tord estara super entendiado com tudo, porém, feliz por Edd. Já Matt, ele não esboçara sentimento algum, na verdade, ele não falara nada sobre o grande acontecimento de Edd. Tom se levantara e dera a ultima golada de Smirnoff, acabando por vez com a garrafa.

- E quando é o tão aguardado encontro? - pergunta Tom.

- Bom, estávamos bem ansiosos sobre essa questão, então decidimos nos encontrar hoje - fala Edd ansioso.

- Interessante, o maníaco do Tinder - Tord da uma risadinha debochada - Quero ver onde isso vai dar.

Edd retribui o olhar para Tord, ele realmente estara feliz com tudo aquilo que acontecera e não deixaria que alguém estragasse tudo. Estivera apaixonado por alguém mas não fora retribuído, então decidira fazer isso, embora seja contraditório o fato dele nunca ter aprovado sites de relacionamento, a hipocrisia estara escrita em suas palavras, mas que fora despercebida por todos.

- Então... Como é ela? - indagou Tom.

- Ela não tem foto, mas deve ser linda - disse Edd esperançoso.

- Ela deve ser horrível - Tord caira na gargalhada - E por fim, vai comer o seu cu. 

- Tord! Ela real, tenho certeza - Edd se vira a Tom, ignorando Tord.

- É real o fato dela ser o maníaco - complementa Tom - Você tem certeza do que está fazendo?

- Sim - fala Edd.

- Okay né, o funeral é seu - Tom se vira a cozinha - Só não diga que não avisamos.

Por fim Tom segue a cozinha para pegar mais uma Smirnoff. Tord finalmente para de rir, enxugando com o dedo a lagrima que escorrera, então se levanta e se apoia no ombro de Edd.

- Meu amigo, só tome cuidado - Tord rerira uma faca do bolso e entrega a Edd - Use isso se precisar.

- Ham, okay? - Edd encara o objeto grotesco e afiado - Mas acho que não vou precisar.

- Onde vocês vão se encontrar? - falou Matt sem se mover do sofá, Tord nem reparara sua presença, era como se sua presença fosse nula naquele lugar, Edd também sentiu o mesmo - Onde?

- No Shopping... - disse Edd.

- Ótimo... - Matt se levantou e se correu para o quarto, sem esboçar sentimento algum.

Fora algo estranho, Matt sempre fora extrovertido e Inocente, mas após a grande notícia de Edd, tudo mudou, sua mente estara presa a algo, mas Tord chegou a conclusão do que poderia ser... Almas desconsoladas e amarguradas resurgem de cicatrizes em vossa mente, declinios abatidos transformam memórias transitórias em permanentes traumas. Os monstros te fazem uma pessoa vegetativa e contraditória, como se quissese acreditar em suas próprias mentiras, sua pilula te faz real, te transforma em si, a infeliz realidade de seus sonhos. Tolos se completam, medos se formam e corruptos te controlam, sua infeliz realidade amargurada e inerte é desconsoladamente triste, sua péssima vida o transforma em uma pessoa pessima, que procura a alusão de uma droga alucinógena para um mundo das maravilhas. Você realmente quer viver isso? Ou prefere viver ao meu lado, a sanidade, seu mundo de maravilhas se declinara. Matt estara frustado. 

Tom finalmente chegara a sala com uma Smirnoff em sua mão, Edd andara a porta e se despedira deles, já estava na hora de encontrar Daisy, se despediram e ambos seguiram seus caminhos. Tord sabia o que faria, era hora de falar com Matt.

Subira a mesma escada que levava aos quartos e se deparara com o mesmo corredor monótono, acreditara que seria fácil solucionar aquele problema, mas então parara no meio do caminho, não seria fácil, por que nem mesmo ele soube resolver problemas fáceis. Nunca fora. Então a lembrança viva e arda de quando pedira demissão do exército se iluminou em sua cabeça, quando ele se recusou a matar os seus amigos como forma de ensinar o mundo o quão poderosos eles eram, de como teria que conquistar a cidade trazendo a guerra nuclear e depois o mundo, de como Paul entregou um relatório de como invadir a casa de Tom para mata-lo, não devia ser real, nas chamas daquele pensamento se encontra a confusão do que fazer, de como assinara a carta para a guerra se inciar em suas vidas. Tinha razão, não seria fácil. Ele continua o trajeto até o quarto de Matt que está em frente ao espelho, encarando o vazio de seus próprios olhos.

- Vai me dizer o que está acontecendo agora? - indaga Tord.

- Não é nada Toddy - Fala Matt se jogando na cama, "o velho drama de sempre", pensara.

- É Tord, MEU NOME É TORD! - exclama Tord - E eu já sei que algo está te aflingindo.

Matt se senta na cama e o encara como se confiasse seus pensamentos mais profundos a Tord, o que era real, naquele instante ele estara preparado a se abrir a ele.

- É estranho eu não ter gostado do que aconteceu com Edd? - pergunta Matt.

- Depende do sentido, por quê você não gostou? - indaga Tord se sentando ao lado de Matt. 

- Eu, gosto dele como um amigo, mas não estou preparado pra perde-lo... - fala Matt.

Essas palavras assustara Tord, nunca imaginara que Matt seria dependente emocional de Edd, não que sua amizade fora necessária, mas sim a sua total devoção a ela, Tord achara esquizita por um instante, mas logo entendera o porquê. 

- Matt, você não está apaixonado? - fala Tord tentando ter cuidado com as palavras.

- Eu, eu não sei! - exclama Matt - Eu me amo, mas pelo Edd é diferente sabe.

- Ter autoestima não é se amar como ama os outros, diferencie isso mano - Tord poe o braço em volta do pescoço de Matt - Eu amo uma pessoa ai, mas me amo, mas o jeito que eu amo a outra pessoa é diferente, é mais forte.

- O que eu sinto por ele também é forte... - Matt por fim entendera.

- Viu? É fácil distinguir - Tord da um sorrisinho.

- E o quê eu faço? - pergunta Matt.

- E-eu não sei... - Tord suspira - Mas tente algo.

De repente Tord se aprofunda em sua mente, pensamentos se enrolam e deserolam como uma dança, os sentimentos mais profundos surgem de uma escuridão inerte, uma procura incansável pelo amor, ou por apenas procura se sentir amado? Ignorar tudo o que se pode se sentir para se dizer querido, mas realmente é? Procura em um individuo essa característica, mas por dentro de seu coração sem batidas, sabe o quanto enganado está, prefere um país falso de calúnias para se ver querido, procura ignorar a realidade, mas você continua acreditando que pode se dizer que um recíproco amor pode mudar pensamentos e sentimentos por indivíduos casuais? Não, você não acredita, porque você está apaixonado realmente, palavras difíceis não vai esconder esse fato, seu erro é claro. Não desligue a linha. Sua confusão não vai te atrapalhar, mas acreditar que está tudo bem vai, não se engane mais, volte. Apenas seja verdadeiro, você o ama mais sabe o que fazer.

- Tord? - chama Matt preocupado.

- S-sim? - fala Tord confuso. 

- Está tudo bem? 

- Eu não sei...

Tord se levanta e vai até seu quarto, ve Tom deitado na cama tocando um pouco, essa cena o deixara bastante comovido, entendera o que teria que fazer, teria que o proteger mesmo que isso significasse ter que se afastar do seu maior amor. De repente, o mar de pensamentos se transformara em um grande tsunami que o levava para costa, sair de lá significava perde-lo.

*****

A noite caira e Edd ainda não chegara, Matt já estara impaciente, andando de um lado para o outro. Tord e Tom estara assistindo um filme na sala, quando de repente o som de milhares de estilhaços de vidros se partindo pairou pela casa. Tord e Tom levantaram rapidamente e foram até a origem desse barulho, a janela da entrada principal fora quebrada com uma pedra, presa nela havia um pequeno bilhete.

- Tord? - dissera Tom tremulo com o que acabara de ler.

Tord pega a carta rapidamente e vê o que assinara, o início de uma guerra se abrira a ele, sequestraram Edd.

Tom e Tord - Renúncia Clandestina Onde histórias criam vida. Descubra agora