▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔ ◟◜ atenção ◝◞ contém nudez, sexo explícito, palavras de baixo calão, drogas lícitas. Leiam as notas finais, é importante ▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔ pessoas que lêem mangá, favor não dar spoilers nos comentários ⡜⡑✧ boa leitura ⡓⡜✧ ▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃
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[4330 palavras]
Engulo o restante de Cuba Libre em meu copo, deixando-o fazendo companhia para os outros 3 vazios que já tomei – é noite de Cuba Libre em dobro hoje. A vida de recém-solteira que eu gosto não tem sorvetes no sofá ou um salto estalando no chão de uma boate lotada; ela tem o reencontro de mim com a minha solitude novamente, degustando a minha própria solidão – convenhamos, parece uma palavra bem triste, mas é a sociedade que a fez parecer triste. Não ter que depender sempre de companhia para aproveitar momentos me parece o auge da felicidade, e veja bem, não é a mesma coisa que não ter amigos – eu tenho amigos, mas é que o meu prazer de bebericar algo à noite emancipou-se deles agora que conheci a minha solitude. Beber sozinha à noite é o meu maior ato de independência emocional, e isso para mim se parece com felicidade.
Este porão recebe todo tipo de gente: eu vejo casais de todos os gêneros olhando indecisos o cardápio, grupos de amigos de todos os tipos de cabelos e roupas rindo alto enquanto jogam cartas sobre as mesas maiores, e há os solitários como eu – a minoria, obviamente, sou apenas eu e uma outra mulher de cabelos negros e desfiados, bem longe de onde estou. Estou quase pedindo meu terceiro combo de Cuba Libre, os anteriores estavam tão fracos... mas o barman que estava aqui há pouco sumiu e eu me encontro tamborilando os dígitos sobre o balcão, aguardando meu salvador que há de me embebedar até que este lugar feche. É obvio que vou me embebedar, posso não estar em uma boate cheia de gente rasa e fácil, mas baladas não são o único lugar onde posso encontrar alguém para tapar o buraco que Floch deixou em mim.
– Boa noite – um rapaz sorridente disse jovialmente diante de mim. Me pergunto se é o barman do turno das 00:00 ou se estava enfornado em algum outro lugar que eu não vira.
– Pode ser mais um combo de Cuba Libre, por favor – ergui os olhos para fazer meu pedido.
O rapaz franziu os lábios e as sobrancelhas, olhando para o relógio no fundo do bar.
– Sinto muito – ele disse. – O combo era até a meia-noite – ele apoia as mãos sobre o balcão, bem em minha frente. – Deseja pedir Cuba Libre mesmo assim? – ele dá um sorriso ladino.
– Que seja – dou de ombros, aborrecida pelo combo ter acabado. – Pode ser.
O cara ri anasalado, me pergunto do que achou graça. Ele passa o pedido para outro barman que estava ali, que tira garrafas de Absolut, Amarula, Bacardi e Aguardente do balcão espelhado ao fundo do bar, e diante de cinco copos diferentes começa a preparar os drinks – e com muita habilidade, diga-se de passagem.
