Capítulo I - Prólogo

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15 bilhões de anos atrás, antes da formação do universo conhecido, dimensão C-143 "a dimensão da loucura", reunião extraordinária dos guardiões da magia:

A magia foi criada muito antes de se existir realidade, muito antes de pensarmos em estar aqui, ela é quem rege o universo e suas regras e está acima de todo o resto, assim nenhum ser vivo ou qualquer espécie de criatura jamais poderá ser superior à própria, nem nós que somos seres evoluídos. Desse modo somos plenamente subordinados a magia, ultimamente temos sido agraciados com visitas da magia, nossa colega que controla a magia da mente, tem se comunicado com a magia, e por isso lhes venho dizer a boa nova que, fogo, ar, terra, água, mente, luz e escuridão se juntarão para fundar um novo universo, de nome exilon.

Conforme pedido da suprema magia, nossa interferência nessas novas dimensões serão mínimas, muito obrigado a todos.

Paris, 1857:

Em uma pobre rua da periferia da capital nascia uma criança, abaixo do peso, pequena, frágil e indefesa, seu nome era Cristian Delavoix, seu pai era carpinteiro e ele seria o primeiro de 11 filhos de uma família extremamente complicada e sem poderes mágicos. Sem porte físico, assim ele cresceu, até atingir os seus doze anos, nessa época Cristian conheceu um monge, localizado distante de onde morava, que o ensinou os desígnios da magia, e despertou o imenso poder que ele tinha em si.
Nunca antes manifestado, seu poder surgiu pelo ódio, um poder tão grande que mesmo seu mentor, já com centenas de anos de vida, nunca havia conhecido, algo fora de controle, que pareceu sugar a vitalidade do monge aos poucos, de forma que ele foi ficando cada vez mais fraco até perder a respiração sem que pudesse resistir, depois disso ele desapareceu e nunca mais foi visto por sua família, procurado por muitos anos, e por fim dado como morto, aquela pequena criança, ciente do que fizera, vagou por toda a França, vivendo como andarilho, suplicando por comida e lugar para dormir.
Cristian sempre foi soberbo demais para aceitar uma vida de pobreza, tudo o que ele almejava mesmo sendo tão novo era o luxo e as conquistas para si, toda aquela situação gerava uma raiva incessante, crescente em seu peito, que o consumia a cada dia que passava e o tornava alguém mais amargo porém totalmente sociável, pois ele sabia que a humildade que ele tanto desprezava, era essencial para a sua sobrevivência.
Controlar a magia nunca foi uma fácil missão para ele, afinal fora abençoado com a mais caótica entre todas as magias, a escuridão. Apesar de nunca ter ido a escola, Cristian era inteligente, e aprendia a usar sua magia a cada dia que se passava, isso fez ele se tornar um genocida a uma idade impressionante, 15 anos, ele aprendeu nessa idade algo muito prático, não é pecado matar pra comer, pelo menos era o que ele dizia. Ele descobriu que era muito mais prático sugar a essência vital de alguém do que suplicar-lhe alimento. Bastou pouco tempo e ele já não se importava mais com quem cruzava seu caminho, de ladrão a pai de família, aquele que o renegasse seria morto.
Mas ele não era tão louco assim, Cristian por incrível que pareça era bastante amigável com aqueles que o davam apoio, dessa forma ele criou antes de seus 18 anos, um grupo de magos leais, para não dizer coniventes, e então ele sumiu também para o mundo da magia, buscou-se fortalecer em uma base secreta que ele tinha, e a cada dia a sua raiva se catalizava em mais e mais poder.

Osaka, 1893:

Nascia o filho tão esperado daquela família, uma geração de magos os quais cada um eram mestres em suas respectivas magias, faltava um, a luz, aquela criança veio em ótima hora, a família Kito já sabia da ameaça vinda do outro lado do mundo, e tinha um nome Cristin Delavoix, um mago que estranhamente evoluiu na magia e punha em risco a magia na Terra, pois parecia que ele tinha um gosto por matar magos, não se sabia ao certo sobre sua magia, mas se sabia que agora havia alguém para combater aquele mal Kito Reiji.
O sentimento que permeava aquela família era de euforia e felicidade, nascia o filho da benção, aquela criança possuía consigo toda a esperança perdida ao longo dos anos da família que já foi da realeza japonesa, mas que os anos os tiraram pelas frustrações na magia, alguns jovens magos da família que traíram o imperador e se aliaram a maldade causaram essa desonra. Isto fez o imperador mandar isolar a família Kito até que houvesse um milagre que os tornassem dignos novamente.
Um passado triste, obscuro tal qual a habilidade de escuridão, tantos séculos de subjugamento, tantas ofensas, tanto ódio, tantas pragas rogadas, conferiram à família KIto um caos ensurdecedor, que tirava a paz e a sanidade deles, Reiji nascia em meio a ruína daquela família, sobre um bebê de poucas horas de vida recaía a responsabilidade de 6 séculos de desprezo em seus ombros, em um ser de tão fraca existência reluzia o mais belo e puro poder das magias, a luz.
Reiji sempre foi muito exigido na sua vida, sempre teve de ser o melhor, literalmente o perfeito, a obsessão daquela família pela fama e pela perfeição sugava a humanidade que aquela criança tinha de sobra, ele nunca pode ser de fato uma criança, ainda assim ele era tão bondoso que perdoava a escravidão que sua família lhe impunha, não questionava, aceitava de tudo, já sua magia não, a luz cobra cobra por justiça a todo custo, se seu detentor for injustiçado a luz pode se tornar o mais temível dos poderes. Sobraram as vezes em que ele perdeu plenamente o controle sobre si e o fato dele ser ensinado desde sempre a como ser um mestre em sua magia fez ele ser absurdamente forte muito rápido.
Por isso sua família sempre tentou controlar o seu poder para que isso não acontecesse, mas muitas vezes em vão, ele explodia, se enchia de raiva e seu poder o tornava um monstro que só se interessava em matar todos os injustos, foi um período de auto-descoberta, suas habilidades se renovaram e Reiji descobriu ser possível criar objetos com sua luz. Isso era bom e ruim, ele quase assassinou sua família tantas vezes que perdeu a conta, com suas flechas de luz ou com adagas e espadas ou mesmo com campos de força.
E por ser justo demais e amar sua família apesar de tudo, o tempo todo ele saía correndo após esses atos para uma cachoeira distante dali para refletir e chorar, ele não queria ser visto como fraco pela sua família toda, por isso ele ia embora para aquele lugar. Após tantas fugas, Reiji descobriu uma essência que emanava forte dali, uma conexão especial que ele não via em nenhum outro lugar ou pessoa, algo lhe puxava, lhe tentava a estar ali, a explorar aquele lugar, que já era um templo para ele. Paz interior era tudo o que faltava na família Kito, tudo que eles mais queriam era que a criança abençoada se tornasse adulto abençoado logo e a promessa do imperador se cumprisse de fato.
Mesmo assim, ali ele encontrava sua paz, seu complemento, sua energia para viver sua vida pobre e fadada a ser controlada por pessoas que na verdade não ligavam pra ele, muito menos para seus sentimentos, somente para seu poder, Reiji entendeu o sentido de ser feliz, e sua felicidade só necessitou de si mesmo, e de um mistério que, a cada ano que passava, chamava mais a atenção, mais o tentava. Mas ele tinha medo de se arriscar e botar o futuro de sua família em risco para sempre, ele era esperança, e devia agir como tal, sendo luz para as vidas, mas principalmente, para aqueles que o assumiram desde sempre e lhe botaram no mundo.
A tentação é forte demais até para a justiça, Reiji já não aguentava mais, a essência de infância que ele mantinha se perdia a cada dia que passava, e a escravidão lhe parecia ainda mais inconveniente, a cachoeira lhe chamava a cada dia tanto que ele não sabia descrever, era a única amizade que sua família ainda permitia que ele tivesse, não por muito tempo.

Cavaleiros da noite: a ascensão da escuridão Onde histórias criam vida. Descubra agora