Capítulo VII - espanto

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Catarina havia passado a noite muito mal, percebeu que Márcio não estava ali e ele já era muito importante para a menina, por isso ficou muito preocupada com o que poderia estar acontecendo, felizmente Rafael também estava ali e ela já um pouco um pouco de confiança nele. Rafael a tranquilizou dizendo que no outro dia ao amanhecer ele já estaria ali e provavelmente saíra só para dar uma volta e espairecer, tentando aceitar isso ela dormiu e de noite sonhou com Márcio caminhando para um lugar escuro e nunca mais voltando de lá. No sonho ela começou a chorar e logo em seguida ouviu uma voz aterrorizante falando que todos que ela amava iriam sumir de repente, nesse momento ela soltou um grito extremamente alto e ela acordou com Márcio a balançando e segurando seus braços.

-Calma, está tudo bem! - ele disse enquanto Catarina chorava.

-Rafael, rápido traz um copo de água para ela, o que aconteceu? - Márcio perguntou preocupado enquanto Rafael saía em busca de água.

-Estava tendo um pesadelo muito ruim! - ela não conseguia falar muito bem pois chorava demais.

-Rafael chegou com um copo - aqui, toma devagarzinho! - Márcio disse e esperou alguns minutos até que a menina se acalmou.

-Já está melhor agora? - Márcio perguntou e ela fez que sim - Certo, que susto, certeza que melhorou? - a menina reafirmou - certo, então vou mudar de assunto, tenho que dizer uma coisa pra vocês. Acho que posso ter descoberto a verdade sobre Louis, você sabe algo, Rafael?

-Sei sim, Louis tem uma relação estranha com esse lugar, mas não consigo saber ao certo do que se trata. - Rafael falou, mas isso não era tudo o que sabia.

-Tio Rafael, porque você está escondendo alguma coisa? Achei que você era melhor amigo do Márcio. - Márcio se espantou com a fala de Catarina.

-Não dá pra esconder nada de magos de luz mesmo, perdão Márcio, Louis havia me pedido segredo em relação a isso. - Rafael disse - bem, vou contar tudo o que sei, não vou conseguir te encarar se não contar. Louis faz parte de uma geração de pessoas geneticamente modificadas para terem habilidades de magia. Por conta do corpo deles não ser naturalmente preparado para receber a magia todo mês eles tem que liberar isso. - completou.

-Então foi isso que eu vi ontem a noite. Era isso que queria falar, ontem fui a floresta que fica atrás do DIPS, lá estava frio e eu achei isso estranho e decidi ir em frente para saber do que se tratava, cheguei no olho do furacão e havia pontas de gelo saindo do chão, por isso acho que ele é mago de...

-Mago de gelo é o que ele é. - Rafael interrompeu - todos os magos dessa geração tem habilidades diferentes, porém pesaram a mão em dois deles, um deles era Louis e outra se chamava Lacci, essa mais tarde virou namorada dele. Algum tempo se passou e Lacci morreu em uma missão ao lado de Louis, ele nunca mais se esqueceu disso, então pagou para um mago que pudesse colocar o corpo dela na floresta, dessa forma ela poderia ficar viva lá, mas só sua alma.

-Isso é verdade? Como é possível coletar a alma de alguém que já morreu? - Márcio parecia ter alguma motivação especial para estar curioso em relação a isso.

-Não sei muito bem explicar, Márcio, um experiente mago de luz ou da mente poderia explicar melhor, enfim, toda vez que Louis libera seu poder é algo tão forte que ele pode conversar com a alma de Lacci. Isso é tudo o que eu sei, mas parece que ele tem algo a cumprir com o DIPS e isso eu gostaria de saber o que é.

Finalmente Márcio compreendia o que estava acontecendo, mas ainda assim não saberia o que dizer com Louis quando fosse falar com ele. Diante de toda a confusão que estava passando em sua cabeça - outra vez - resolveu ir meditar, conversou com Abani para saber se havia algum lugar ali para isso já que não poderia sair do complexo. Ela o guiou para um parte do prédio onde havia um belo elevador feito inteiramente de vidro em tons de azul, o vidro subia em espiral, aquele lugar era encantador, subindo o elevador estava uma cúpula feita também de vidro, porém esse era transparente e reforçado como o da entrada, então sentou-se de pernas cruzadas no chão de metal pintado de um cinza que beirava o grafite, o sol da manhã batia em seu rosto.
Ao meditar sentiu uma nova sensação, como se todo aquele ambiente fizesse parte de seu corpo, era como se ele fosse aquela pequena sala, sentia que poderia controlar até mesmo o ar que estava ali e ele não entendia o porquê. Mais uma vez pode sentir como se o vento o rodeasse, se perguntava como era possível se naquela sala não havia saída de ar alguma a não ser um ar condicionado, que quase não gerava movimento no ar, Márcio então fechou os olhos e sentiu como se os raios de sol o iluminassem por dentro, não só seu corpo como sua alma, aos poucos ele foi adormecendo até perder toda a sua consciência.
De repente Márcio se sentiu em queda livre, em direção a um redemoinho cinza que estava sugando tudo ao seu redor, porém com o passar do tempo tudo aquilo parecia somente ilusão de ótica pois nunca chegava de fato perto do vórtex. Então repentinamente ele parou como se estivesse flutuando no espaço, tudo se escureceu em um breu e só havia uma luz branca em formato de pessoa a sua frente, Márcio queria chegar até aquele ser porém não conseguia se mexer e apertou os olhos na tentativa de acordar. Com isso se distraiu e levou um susto pois sentiu uma mão segurando seu ombro, olhou para trás e gritou por conta do susto, o homem era seu pai e estava rindo completamente embranquecido.

Cavaleiros da noite: a ascensão da escuridão Onde histórias criam vida. Descubra agora