Pov Lauren
A luz forte vinda da varanda me obrigou a acordar, graças a alguma divindade, hoje o clima combinava perfeitamente com o dia, hoje era domingo. Aos domingos, geralmente meus pais vinham me visitar ou eu mesmo me deslocava até eles, para nosso tradicional almoço em família. Hoje eu tenho visitas, mas nada me impedia de levá-las comigo, as duas amam minha família. Apesar dos pesares, minha família nunca se opôs com relação as meninas, pelo contrário, eles também tem um carinho especial pelas as duas. Claro que vez ou outra, minha mãe ou meus próprios avôs, puxam minha orelha em relação a isso, eu por outro lado tentava entender seus pontos de vista, mas deixando bem explícito que foi aquela minha escolha.
Alguns podem dizer que é mero capricho, que é coisa de quem não se satisfaz com uma pessoa só, e usa isso como desculpa, mas são poucas as que estão dispostas a se permitir a uma experiência tão intensa como essa. É insano o auge de liberdade e quebra de estigmas, que uma relação como essa pode trazer.
Saindo da minha realidade paralela, ouço latidos e alguns gritos de Lucy vindo de fora, pego o primeiro roupão que acho e vou até a varanda. Ao chegar naquele campo de visão, foi inevitável não rir. A bagunça estava feita. Camila corria no gramado com um amontoado de doguinhos, até Cleo, aquela preguiçosa estava curtindo o dia nos braços Lucy. Um dos nossos elos era esse amor por animais, Lucy não tinha cachorro, mas sim uma gatinha, a Juanita, que ficou em New Orleans com minha sogra.
- Ei, que bom que acordou. Desce aqui, a gente vai dá um voltinha pela rua com eles. - Lucy percebendo minha presença ali em cima.
- Amor, eu nem acordei ainda. - Ponho as mãos sobre o apoio. - Ainda vou tomar café.
- Camila pediu o café da manhã. Sua casa não tem nada, como está sobrevivendo?
- Eu tenho meus truques, Lúcia Vives. - Respondo de sorriso amarelo. Saudades de um café da manhã decente.
- Desço daqui a pouco, me esperem, não demoro. - Me retiro e sigo para o banheiro.
Depois de mais ou menos meia hora, com meu ritual finalizado, desci até a cozinha e enchi os olhos ao chegar. Um buffet incrível estava servido sobre minha bancada, Camila quase me arrasta pelas roupas, tentando me apressar e agora estamos aqui na rua.
Camila e Lucy foram na frente com o Eugene e Leo, eu estava atrás com Thunder e Cleo em cada mão, tentando ao máximo me concentrar em não deixar os meus filhos correrem por aí sem rumo, mas aquela visão privilegiada das duas de costas não tava ajudando.
Lucy estava em uma jardineira destroyd jeans e uma camiseta básica branca, enquanto Camila estava com um conjuntinho leve, na cor laranja, eu poderia jurar que a mesma usava uma calcinha minúscula ali ou até melhor, nada.Pode não se hoje, nem amanhã, mas um dia eu ainda iria ter aquela protuberância toda pra mim. Sigo até hoje respeitando sua escolha, assim como respeitei a de Lucy, quando ainda não havíamos tido a experiência de um anal, mas aquilo consumia meu pensamento todos os dias.
Não percebo quando tomo a frente das garotas, olho para trás e as mesmas haviam parado. Lucy agora estava amarrando seus cadarços e Camila segurava os dois doguinhos, não dando importância, sigo na frente. Era quase uma sessão de exercícios, Thunder sobressaía na frente, enquanto Cleo andava sem compromisso algum, fazendo eu lutar para arrumar um ritmo único. Ouço latidos eufóricos pelas minhas costas, então decido virar rapidamente para conferir se estava tudo bem, mas sou pega de surpresa pela cena.
Leo corria de um lado ao outro da rua, tentando acompanhar um terceiro cachorro, que provavelmente seria de uma das vizinhas que também estavam por ali. Camila estava apenas com aquela bolinha branca, presa em seus braços e uma coleira recém arrebentada.
Ao perceber aquela balbúrdia, Thunder não foi nada amigável ao me puxar naquela direção. Leo driblava sutilmente as duas mulheres, me esforcei para não cair na risada com tudo aquilo. Lucy era a mais perdida da situação, corria atrás daquele pestinha era em vão.
- Lauren, vai ficar só olhando? - Camila solta quando percebe minha aproximação.
- Deixa pelo o menos eu controlar essa fera primeiro. - Digo puxando o grandão até mim.
- Deixa eu ficar com ele. - Lucy pedi o pequeno Eugene. - Você que lute com Leo, porque eu desisto.
Depois de uma corridinha aqui, um tombo de Camila ali, deu tudo certo. E tudo por pura safadeza daquele monstrinho da Camila, que não pode ver uma cachorra. Iremos pensar duas vezes, quando o assunto for passeio com esses pestinhas, agora eu tenho uma namorada emburrada e outra de joelho machucado prestes a me matar.
Pov Lucy
- Toma, coloca em cima.- Digo enquanto entrego uma compressa com gelo a Camila. - Vai diminuir o roxo.
- Isso dói tanto. Cadê a Lauren? Ela quem devia tá fazendo isso.
- No banho, Cami, não foi culpa dela, você sabe bem disso. - Lhe repreendo ao sentar do seu lado. - Acidentes acontecem.
- Agora você está defendendo ela? - Camila olha em meus olhos.
Acontece que depois que Camila caiu, Lauren teve uma crise de risos no meio da rua e em casa as coisas só pioraram, já que a mais velha não deu muita atenção, o que deixou nossa latina mais nova extremamente irritada. Minha vontade era de rir, enquanto Camila amaldiçoava Lauren em espanhol, mas fechei a cara o máximo que pude. No final Camila, quem pediu a presença dos doguinhos e eu inventei o passeio, então com certeza a culpa não era de Lauren.
- Eu acho que fraturei meu joelho, não é possível. Que dolor del infierno! - Resmunga.
- Sé que nuestra gente es dramática, pero los Cubanos se desbordan. No rompiste nada, pasará. - Com um braço trago seu corpo pra mim e ela deita a cabeça em meu ombro.
Ficamos algum tempo ali, uma curtindo a presença da outra, até Lauren descer.
- Como tá seu joelho? - Lauren pergunta ao sentar.
- Até agora não caiu, então acho que estou no lucro. - Camila responde se esquivando de seu toque.
- Eu posso chamar o ortopedista dos meus pais se quiser. - Lauren solta meio recolhida.
- Papá marcou uma consulta, obrigada. - Camila é breve nas palavras. - Amanhã a gente ver o estrago.
Lauren ainda insistiu, mas tive que interrompê-la para não piorar aquela situação. Das três, Camila se superava com o drama, então aprendi com os meses a mediar aquilo. Subimos com minha ajuda, ela ainda resmungou o banho inteiro. Depois de um longo banho de banheira, nos vestimos com roupas levinhas e agora estávamos aqui vendo futilidades na TV, enquanto nosso almoço não chegava. Mesmo com o repouso, pude notar que o machucado de Camila só inchava, no fundo eu só torcia para que aquilo fosse apenas uma quedinha simples.
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Love To Three (trisal | poliamor)
Fanfic[+18] E se o destino te proporcionasse um amor nada convencional? Um amor a três pode funcionar? Desejo, amor, luxúria ou cilada? O quão insano e prazeroso isso pode ser? Embarque nessa estória. Love to three traz as vivências de relacionamento des...