Love To Three (trisal | poliamor)

48. Chapter

Dia seguinte

Pov Lauren

Ligação On

- Está me ouvindo, Lauren Jauregui? - Lucy aumenta seu tom do outro lado da linha.

- Perdón, mi vida, estou concentrada nesse balancete contábil, ao mesmo tempo que falo com você.

- Pode ouvir minhas palavras por um instante? Juro ser rápida.

- Não podemos nos falar à noite? - Peço receiosa. - Estou atolada de trabalho, amor e preciso terminar com tudo antes de voltar até Miami.

- Ok, como eu consigo encaixar meu filho na sua agenda, Jauregui?

- Não fala assim, Lúcia...

- Eu tenho que falar assim, Lauren, nossa atual realidade é essa. Meu filho nem nasceu e já está brigando por sua atenção, imagina quando sair daqui...

- Às vezes você me faz sentir culpada por está trabalhando, Lúcia.

- Desculpa, senhora ocupada de mais, vou deixar você trabalhar, mas quando você chegar em Miami, não fique supresa pela minha ausência.

- Vo-você... LÚCIA! É sério que está coagido minha mente com chantagem emocional?

- Eu só estou mandando meu recado, não quero você surtando quando não encontrar minha pessoa em casa.

- Você não vai sair de Miami, Lúcia.

- Eu faço o que eu quiser da minha vida, Lauren. - Embarga sua voz. - Acha justo além de me deixar aqui sozinha, ignorar meus chamados?

- Vocês estão com Ágata, Pietro e Lionel, acho que eles não são péssimas companhias.

- Se comprou o serviço dessas pessoas tentando anular o seu papel comigo, você baixou horrivelmente de nível, Jauregui.

- Só não mando você ir à merda, porque você está carregando meu filho, Lúcia Gómez Vives.

- Ah, quer saber... você não pode mandar mesmo, mas eu estou mandando você ir não só até à merda, mas sim ao inferno, sua demônia horrível.

Ligação Off

Lucy acaba com aquela baixaria desligando na minha cara. Bufo sucessivas vezes tentando não quebrar aquele Iphone comprado no dia anterior. Levanto com pressa, vou até o banheiro da minha sala, ligo a pia e baixo minha cabeça na água corrente. Paciência de Jó. Era a única coisa que eu estava clamando ao universo nesse momento. Não tive saída, eu tinha que quebrar alguma coisa. Soltei o celular recém adquirido sobre a mesa, encarei o Macbook cinza aberto, coloquei minhas duas mãos na tela, tentando erguer o mais alto possível, e com toda força e raiva do momento estraçalhei o objeto na porta. Meu grito sôfrego saiu logo em seguida, foi uma sensação mais que aliviadora, eu precisava descontar minha raiva em alguma coisa. Lúcia havia passado dos limites, eu juro que por todas as vezes que ela surtou, eu tentei ouvir seu lado, compreender aquela sua fase, mas hoje ela estava simplesmente insuportável. Parecia que nenhum esforço meu era válido, tudo girava em torno do seu umbigo, sua vontade que prevalecia e todos em sua volta deveriam acatar tudo que ela jogava. Eu estava farta, sim, farta daquele seu jeito egocêntrico e autoritário. Pego o aparelho que ainda estava aceso e volto a arremessar suas partes pelos os cantos da sala, ainda decorada pelo papel de parede com cegonhas. Foi aí que eu voltei com o raciocínio, eu não poderia está perdendo a cabeça dessa forma, meu filho não merecia mais uma mãe irresponsável. Suspirei forte pedindo calma e discernimento, eu só queria está em Miami e poder resolver essa nossa inconsequência. Andei de um lado ao outro arquitetando meus próximos passos, meu peito já começava a doer, comecei a respirar pausadamente tentando não agonizar. Mentalizei coisas boas, Lucy gosta de andar do seu jeito, mas eu ainda confiava nos resquícios do seu juízo, ela não teria coragem de sumir de Miami com meu filho. O dia de amanhã logo chegaria, daqui a pouco eu estaria em seus braços, ao lado do meu cabeçudo, digo, ao lado de Angel. Fiquei rodando na cadeira giratória por horas, já não tinha clima pra nada, desliguei meu celular, aumentei o aquecedor e voltei a pensar sobre minha vida nos últimos meses. Não demorou muito até o sono chegar, minhas pálpebras começaram a fechar e o meu corpo embarcou no escuro do inconsciente.