Salada de Frutas VS. Mousse de Limão

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Doce ou Salgado / Capítulo 17 – Salada de Frutas VS. Mousse de Limão

Sebastian queria não se sentir tão confuso, mas a verdade era que se Sthella precisava de ajuda por que ela não tinha pedido a ele? Okay, era certo que o clima andava estranho nas últimas semanas e que tinham passado um tempo sem se falar desde a vergonha que tinha sido levar Guilherme seu irmão mais velho para a casa da família dela, e tinham discutido quando passou para vê-la na madrugada, e novamente se desentendido quando ela passara em seu escritório para afronta-lo.

Ainda que não se achasse no direito de sentir ou de demonstrar, estava com o peito queimando pelo ciúmes, isso colocava um homem estranho circulando pela casa de Sthella em horários possivelmente suspeitos, e convenhamos, o charme de Sthella era inegável e irrecusável.

Não que estivesse a acusando de fazer algum tipo de graça, de forma alguma, muito pelo contrário, era inconsciente de sua pessoa o efeito que causava nas pessoas. O que só o deixava ainda mais alerta.

Ficou a observando explicar sobre como andava a situação das paredes do segundo quarto da casa que morava, que a tinta já estava velha, manchada e surrada, que tinha prometido pintar a parede diversas vezes mas dificilmente tomava a iniciativa para o trabalho braçal, e o que começara com as paredes do quarto se estendeu para as paredes da sala e do banheiro, e que em uma manhã se encontrou com o vizinho na calçada que contou estar precisando ganhar uma grana extra.

Pois bem, ele não carregaria o peso na consciência de tirar o pão de alguém.

Tudo bem, pensou consigo mesmo, não pretendia causar mais conflitos, pelo menos, tentaria evita-los se possível.

— Você não está chateado, está? – Ela arqueou uma das sobrancelhas com um meio sorriso no rosto.

— Não estou. – Cruzou os braços sobre o peito. Ainda assim será que ele poderia dizer algo? – Você acha que eu possa ajudar com alguma coisa, ou sei lá supervisionar o serviço dele, te fazer companhia talvez?

Sthella sorriu contente, como se tivesse agido de forma a ganhar aquela reação.

— Se você me oferece assim de tão bom grado, eu acho que vou ter que aceitar.

— E quando vai rolar esse famigerado momento? – Manteve os braços cruzados e a frieza do corpo.

— Neste final de semana – Ela atravessou a porta giratória chegando a calçada, o vento esvoaçou os cabelos castanhos, soprando o cheiro de sais de banho em sua direção, contaminando seus pulmões – Você vai estar disponível?

Sthella girou o corpo, o vento esvoaçou a saia do vestido rosa e as borboletas do busto ameaçaram levantar voo, tinha o olhar inquisitivo como se pudesse julgar sua personalidade através da resposta.

— Estou sempre disponível pra você.

— Há controversas quanto a isso - Foi a vez dela cruzar os braços, os seios foram erguidos dentro do vestido e suas chances de aparecer amedrontadora desapareceram.

— Eu já me desculpei quanto a isso.

— É verdade – Ela bufou, um tanto quanto irritadiça – É que eu vim carregada com toda a raiva que eu podia.

O sol diminuiu a intensidade dos raios, uma curvatura alaranjada iluminou a rua e o corpo feminino ficou marcado contra luz, as peças de tecido transpareceram e o corpo de Sthella manteve-se desenhado.

Sebastian se aproximou meio encantado, meio enfeitiçado como já era de costume, colocou as mãos em seu rosto e deixou os dedos correrem pelas bochechas rosadas, viu a sutileza das lagrimas que lhe banhavam os olhos e sentiu o coração apertar no peito.

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