Criatividade VS. Inteligência

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Doce ou Salgado? / Capítulo 4 - Criatividade VS. Inteligência

Sthella não podia negar que se sentia ligeiramente desconfortável, com certeza não fazia parte da lista de lugares que frequentava e muito menos das que sonhava em frequentar. E era tudo tão apagado e sem vida que considerou espera-lo do lado de fora.

Mas quantas vezes na vida você convida um estranho na vida? Quantas vezes ele te passa tanta confiança que você sabe que nada de ruim pode acontecer?

E tomando esse tipo de pensamento, fez o possível para conseguir se ambientar, levanto em conta também que talvez se chegasse a voltar ali, traria um vaso de flores consigo. Depois de passar pelo térreo e pelo menos duas catracas de forma atrapalhada, voltou a se surpreender já dentro do elevador.

Ninguém falava com ninguém, todos em suas roupas sérias aguardando seus respectivos andares.

Sthella olhou para o lado.

Ele se encaixava tão bem no meio daquelas pessoas, em perfeita sintonia com todo aquele ambiente frio e deprimente, mesmo que fosse muito mais bonito que qualquer outro cara naquele elevador ele não parecia afetar tanto as pessoas como a afetava.

Como a afetava.

Quando ele a pegou olhando-o virou o rosto em velocidade surpreendente, encarando a pesada porta de aço como todos os outros faziam, sentindo seu rosto ferver, tinha cansado de dizer a si mesma que precisava ser mais discreta.

- Está tudo bem? - Ele aproximou o rosto do seu, a sobrancelha inquisitiva e a voz em tom baixo, mesmo que todos ali pudessem ouvi-los - Você ficou vermelha de repente.

Sthella não pode evitar sorrir, encarando as próprias mãos, suas unhas estavam um fiasco.

- Estou - Foi tudo o que conseguiu dizer, porque a respiração dele tão perto de sua orelha estava provocando arrepios.

As portas enfim se abriram, no quinto andar todos começaram a se mover, desviando u dos outros no automático enquanto seguiam direções diferentes, e sentindo que deveria fazer o mesmo também procurou se mexer, até a mão gelada a segura-la.

- Ainda não é o nosso.

E voltando ao seu lugar, se sentia constrangida em não saber como agir, enquanto Sebastian se via em total caos interno. Não queria que ela fosse embora, mas ainda assim não podia deixa-la em seu escritório esperando-o nem nada para fazer, e como modelo, não achava que houvesse alguma coisa com a qual ela pudesse se divertir ou passar o tempo por ali.

Sentia-se em um beco sem saída, estava pelo menos, dez minutos atrasado, e não queria nem pensar que comentários haveriam por chegar acompanhado, algo que nunca acontecia, nunca. Quando o oitavo andar chegou, tomou a frente, com a moça em seu encalço, ignorando os olhares compridos das pessoas atrás de suas mesas. Quando abriu a porta do finado escritório, surpreendeu-se por estar sendo aguardado.

- Você nunca perdeu um horário, e justamente hoje-

O homem se calou quando a figura feminina surgiu de trás da pessoa grande que era Sebastian, o sorriso envergonhado no rosto e um aceno.

- Olá.

- Jack, essa é Sthella. Sthella, esse é Jack meu acessor.

- Claro - Jack tentou disfarçar a confusão enquanto controlova o aperto forte que tinha, porque sentia que qualquer coisa poderia quebrar a boneca de porcelana que ela era.

- Pode me esperar lá fora?

Jack encarou o amigo, estava certo que recomendava mais companhias femininas para Sebastian, mas estavam atrasados demais para seja lá o que ele fosse fazer sozinho com aquela garota. Quis contra argumentar, mas a expressão séria de Sebastian não permitia, com um suspiro e um último aceno de cabeça fechou a porta atrás de si quando saiu.

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