Razão VS. Emoção

6 0 0
                                    


Doce ou Salgado / Capítulo 10 – Razão VS. Emoção

Sthella gargalhou pela milésima vez, as mãos cobrindo a barriga pela má respiração.

— O que é tão engraçado? – Marco tinha o semblante cansado quando sentou frente a Sthella e Guilherme – Espero que seja algo bom, estou precisando rir também.

— Nada que você queira ouvir, pode ter certeza.

O mais velho deu de ombros enquanto esfregava o rosto derrotado.

— Eu estou impressionado, você fala tanto, por que não escolheu algo com vendar, por que engenharia?

— Não sei, gosto de fazer contar, planejar as coisas.

— Achei que fosse dizer que gosta de mandar – Manuel resmungou da outra ponta. Os olhos azuis piscaram curiosos na direção do irmão.

— O que quer dizer?

Manuel balançou a cabeça como se fosse obvio e algo foi discutido em silêncio entre os dois.

— Onde está Bruno? – Victor tirou o violão da parede.

— Você não vai tocar isso agora – Carlos ergueu o rosto vermelho – Giselle tem dificuldades pra dormir.

— Calma – Victor ergueu uma das mãos como se rendesse-se, mas ainda sem colocar de volta no lugar –Eu só peguei.

—Se Bruno pegar você com o violão você não passa de hoje – Marco surgiu com um prato de bolachas e o baralho.

— Foi por isso que eu perguntei onde ele está, mas ninguém me respondeu.

— Daqui a pouco ele está ai – Marco deu de ombros se sentando em seguida.

— Vamos começar sem ele? – Carlos começou a embaralhar as cartas com uma sobrancelha erguida.

— Ele entra na segunda rodada – Victor arriscou algumas notas.

— O que vamos jogar? – Guilherme murmurou na direção de Sthella lhe provocando arrepios.

— Truco – Ela sorriu convidativa – Como tem muita gente hoje, vamos jogar em duplas, cada dupla, um jogador.

Guilherme sorriu perverso.

- É melhor que ele se atrase- Carlos comentou – Assim ele não faz duplas com a Sthella.

— Eu não tenho culpa se você não sabe perder. – Ela mostrou a língua antes de voltar sua atenção a Guilherme.

— O que quer dizer? – Manuel se remexeu inquieto atento aos movimentos do irmão.

— É praticamente trapaça deixa-los eles jogarem tudo juntos – Victor resmungou quando errou uma das notas.

— Certo, formem duplas – Carlos começou a distribuir sobre a mesa.

Sebastian chegou à sala segundos depois, encarou o maço de cigarros intacto ao lado de Carlos, o violão no colo de Victor, o prato de biscoitos explorado por Marco e Manuel e a presença constante do braço de Guilherme no encosto da cadeira de Sthella.

Queria tira-lo dali, queria arranca-lo da cadeira na base do soco e perguntar o porquê tinha vindo e o que estava fazendo ali. Permaneceu em silêncio e sentou no ultimo lugar disponível entre Carlos e Marco, de frente para Sthella.

Ela abriu um sorriso imenso, que apaziguou parte da raiva que explodia em seu peito.

— Bom, agora temos um problema.

Doce ou Salgado?Onde histórias criam vida. Descubra agora