Capitulo 20

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Cadu 🤯

Aí, acordar e ver minha favela perfeita assim. É a melhor parada da vida, papo reto!

Acordei do lado do Rafael, que dormia feito um anjinho.

Fui pro banheiro e quando volto dou de cara com a Júlia dormindo abraçada com o Rafael.

Cadu : Larga meu pivete, na moral! - Cocei a cabeça tentando não me estressar.

Julia : Qualé? Ele é uma gracinha! - Riu e eu cheguei perto dela.

Cadu : Sai daí garota, ta maluca? - Puxei ela pelo braço.

Ela me olhou firme e atacou minha boca.

Foi descendo a mão pela toalha e eu não resisti.

***

Cadu : Agora vai embora. Quero que o Rafa te veja aqui não - Levantei me vestindo.

Julia : Da um último beijinho aqui, pô - Pegou na boca rindo safada.

Dei um selinho nela seco que me olhou sem graça.

Cadu : Se ela quer só fé, só fé; se ela não quer jae jae  - Sai cantando deixando ela jogada na cama.

Fui pro meu quarto e o Rafa ainda tava dormindo.

Bati na cabeça dele de leve que levantou desnorteado.

Cadu : Levanta pô! Não é hora de vagabundo ta dormindo não, coe? - Falei firme e ele me olhou com cara de choro. - Qual é? Vai chorar? Tua mãe ta te acostumando mó ruim, mané! Engole o choro cria, bora  - Falei firme de novo.

Eu não gostava de fazer essas parada com ele, mas ele tem que aprender as parada da vida. Nem tudo ele vai conseguir a base de choro.

Cadu : Vem cá, vai escovar os dentes e tomar um banho. Vou te levar em um lugar - Peguei ele no colo levando ele pro banheiro.

Sai deixando ele e fui ver se mandada já tinha ido.

Cheguei lá e ela já tinha se mandado.

Peguei um Danone e uma bolacha levando pra ele.

Vesti ele, ajeitei o cabelo e passei um perfume. Ele comeu tudo e eu sai com ele pro alto do morro.

Rafa : Quê que a zente vai fazê ati, papai?

Cadu : Espera aí pô, colé? - Peguei uma galinha e coloquei na frente dele. - Agora, eu quero que tu pegue essa galinha e coloque ali - Apontei pra uma armadilha.

Ele riu e começou a correr atrás da galinha. E eu me sentei olhando pra favela, enquanto ele corria.

O cria tava morrendo pa pegar uma galinha de nada. Já tava todo machucado por ela.

Toda vez que ela machucava ele, ele chorava. Mas aos poucos ele foi se acostumando e pegando as manhas.

Depois de mó cota, ele conseguiu pegar ela e trouxe pra mim.

Rafa : Plonto papai, ta ati. Agola, eu posso soltar pa ela ir pra onde os pintinhos? - Ele veio cheio de penas por todo o corpo e com um sorriso no rosto.

Cadu : Chega aqui, filhão! Ó, tem bagulho na vida, que tu tem que abrir mão, mermo que te machuque. Não tem essas paradas não, tem quer ir na maldade. Se não, quem sofre da maldade é tu! - Ele me olhava atentamente, não entendendo nada, mas concordou.

Eu ia treinar ele aos poucos. É muito cedo pra colocar ele pa poder pegar em arma. Deixa ele crescer mais, por enquanto era isso aí.

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