Capítulo 5

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Pellegrini 💸

Criado aqui no complexo, conheço essas vielas como a palma da minha mão.

Largado pelos meus pais, sempre me virei.

Agradeço tudo pelos meus coroas de criação.

Poucas oportunidades na vida, o crime sempre foi o mais fácil de entrar, e o mais difícil de sair.

E adivinha, qual o pai escolheu? Li teus pensamentos.

Tenho tudo que sempre quis, só essa vida de tráfico que nunca esperei pra mim.

Sou calado e calmo, ao contrário do Cadu que é explosivo e agressivo.

Gosto de sossego, mas não aperta meus calos.

Hoje era dia de carregamento, e o da favela tava fraco. Cadu teve que entrar em contato com a Maré, e as parada tava difícil pra conseguir grana.

Pellegrini : Sabe como tu vai conseguir dinheiro pra pagar o cara da Maré? Ta ligado que não pode faltar, faixa? - Encostei na salinha olhando pro Cadu que estralava os dedos apreensivo.

Cadu : Não fode! Não aperta minha mente. - Fechou os olhos, e o Tico entra.

Tico : Aí, fiz umas cobranças de uns nego aí, e deu pra isso. - Entregou cerca de 5 mil pro Cadu que começou a contar. - E tenho outra parada pra vocês.. - Cadu olhou pra ele, e o resto do pessoal entra na salinha. - Quem administra a maré é uma mulher. Uma tal de Moana. - Cadu riu.

Lk : Ela vai dar um lerigou no Cadu se ele não pagar os carregamentos dela. - Cadu riu.

Pellegrini : Essa daí é a Frozen, doente! - Tico gastou.

Tico : Então tu ta ligado? Sai da boca cedo pra assistir desenho animado. Ah, saquei! Agora entendi, faixa. Engraçadão tu. - Mandei dedo.

Cadu : Mulher mermo? Caralho! Imagina só, como que não é essa favela?! Administrada por ela. - Riu negando. - Lugar de mulher é..

Pellegrini : Aonde ela quiser, patrão.- Interrompi ele, que ia revidar, mas para quando a porta se abre e uma mulher morena, alta, dos cabelos lisos até a bunda e bonita entra.

Xxx : Cadu se encontra? - Olhou pra mim.

Cadu : Eu aqui, dona! - Encostou na cadeira olhando pra ela de cima a baixo.

Xxx : Moana, dona da Maré! - Pegou na mão dele sem dar muita ideia.

Cadu : Tu que administra a Maré? - Ela olhou pra ele com cara de deboche e ele ria.

Moana : Pode não? - Ele encarou ela, que olhou de volta arqueando a sobrancelha.

Cadu : Tô falando nada, dona! Só mais respeito na minha favela. - Levantou as mãos em rendição.

Moana : Enfim, vim pra entregar os carregamentos, não pra discutir como eu administro minha favela! E outra, respeito tem que ser dado de igual pra igual. - Pegou os sacos com as drogas, todas embaladas.

Cadu mó mulherengo, não parava de olhar pro corpo da dona. Ela marrenta, nem da ideia nele.

Tico me olhava de boca aberta, ouvindo ela falando da quantidade de drogas e falando do dinheiro. Essa daí tem conhecimento, neguin nenhum enrola ela.

Dá pra ver que essa daí é diferente de muitas.

Moana : Pagamento adiantado de 3 mil, gatinho. O resto vai me pagando de 3 em 3. Sem atraso! Não corre o risco de ficar sem tua favela! - Saiu rebolando, e pegando a bolsa pequena da Prada e botando sobre o ombro.

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