Capítulo 18

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Moana : Por culpa dele? - Fui andando com ela voltando pro baile.

Clarice : Sim, primeiro amor. Me mudou completo. Eu era tão boazinha, nunca que ia passar na minha mente eu fazendo esses bagulhos na minha vida. Hoje em dia, eu fumo e bebo sem me controlar,  sempre que fico triste. Me encontro no fundo do poço real. - Suspirei ouvindo ela. - Eu queria voltar a ser como antes, mas não consigo.

Moana : Já tentou ouvir teus pais? - Ela riu.

Clarice : Não, e nem quero. Eu fico meio assim e pa. Mas eu curto fazer tudo que me da vontade. Só foda-se. A vida é só uma. - Riu.

Ia falar com ela quando eu vejo o Cadu de longe entrando com a moto dele no meu baile.

Moana : Aí, eu ia dar um lero em tu. Mas espera só um tempinho, gatinha! - Falei sem tirar o olho da cara de pau dele.

Apressei o passo indo em direção a ele que já tinha me visto e cruzou os braços.

Cadu : Olha só lek, a princesinha da Disney. Meu papo é com tu mermo. - Apontou o dedo na minha cara e eu bati no mesmo.

Moana : Tira essa porcaria da minha cara mané, ta maluco? - Falei baixo olhando pra cara cínica dele. - Ta fazendo o quê aqui porra?

Cadu : Vem cá.. - Desceu da moto e me arrastou pro beco pelos braços.

O baile todo parou e ficou vendo a palhaçada.

Escuto o Viegas gritando pro baile voltar e a música voltou a tocar.

Moana : Não me puxa assim não, caralho! Ta bom das ideia não? - Ele me soltou e eu ajeitei meu vestido.

Cadu : Da uma ajudinha no prazo aí pô, na moral! Tô fazendo os bagulho que eu posso, mas tu não ta colaborando. Tuas ideia não ta batendo cas minhas não, viado! - Olhou pra mim.

Moana : Agora a florzinha do campo vai se fazer de desentendido? Faça favor! Tu chegou na minha favela e me bateu! Vai se foder. Meu papo contigo vai ser só com o caralho do dinheiro. - Gritei e ele chegou perto de mim, me encostando na parede.

Ele desceu a mão pra minha perna, e meteu a mão pelo meu vestido colocando minha calcinha pro lado.

Cadu : O pai sabe satisfazer bem. Mas as vezes, só as vezes, ele tem um lado bonzinho. Nas merma fita que tu é ruim, eu também sou. Sei que eu errei - Ele colocou o dedo fazendo eu gemer baixinho. - Mas eu reconheci, então desculpas, gatinha... - Chegou mais perto falando baixo no meu ouvido. - Não brinca de ruindade, eu não sei parar. - Tirou o dedo colocando na boca. - Se mudar de ideia, sabe onde me achar! - Jogou beijinho e saiu.

Minhas pernas já tavam fracas, tinha mais forças pra nada.

Que homem meus amigos, que homem!

Me ajeitei e respirei fundo voltando pra quadra.

Quando cheguei lá, ele já tinha ido embora e o Viegas ficava olhando pra mim sério.

Vejo a Clarice vindo até mim com dois copão.

Clarice : Quem era aquela perfeição, amiga? Puta que pariu!

Moana : Nem fala nesse filha da puta! - Dei um gole e ela me chamou pra dançar. Continuei olhando pro Viegas, mas depois tirei o olho e fui.

"Elas vem pro baile, brota na favela. Disse que o Gabriel do Borel maceta elas. " 

Comecei a rebolar com Clarice, e o Viegas continuava me olhando com cara feia.

Nessas alturas, já eram 4:30 da manhã.

Eu só tava um pouco bêbada.
Espera, um pouco? Calma, aquilo é um Deus grego? Ah não, é só o Viegas.

Viegas : Chega Lorena! Larga essa bebida. Vamo pra casa, caralho! - Me pegou por trás.

Moana : Porra, para de ser chato! Agora que ficou gostosinho. Fala tu, Clarice. - Ri me jogando nos braços dele. - Me da um beijinho Viegas, vem! Tu é  lindão! - Fiz biquinho e ele virou o rosto.

Viegas : Tu não sabe beber mermo, em?! Porra! - Me puxou pro carro.

Moana : Calma aí caralho! Falta a menina. Espera, eu esqueci o nome dela. É a.. Clara. Não! Clara não. É, Luisa! Aí caralho, Luisa também não! Ah, que se foda. A menina que tava comigo. - Viegas me colocou sentada no banco de trás e saiu.

Fiquei coçando a cabeça tentando raciocinar aonde eu tava.

Eu comecei a ver estrelinhas e apaguei.

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