De volta

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Quando terminei a escola minha mãe resolveu voltar para os Estados Unidos, ela explicou que não queria atrapalhar meus estudos novamente e somente esperou a conclusão dos mesmo para decidir que voltaríamos para nossa terra natal, um dos motivos que a mesma escolheu fazer isso foi para abandonar toda aquela vida que tivemos ali, e eu entendeu perfeitamente o lado dela da situação.

Querendo ou não tudo ali fazia-nos lembrar de meu pais: a casa ainda tinha seu jeito, o trabalho que os dois exerciam na empresa e o motivo de ter se mudado para lá também, além dos locais onde comíamos aos finais de semana era os favoritos do mesmo e aquilo apertava nosso peito toda vez que parávamos para pensar realmente naquilo.

De bom grado eu aceitei, também queria buscar um novo recomeço e também focar em um bom trabalho para nos dar um bom sustento, não aguentava mais viver cercada de padrões, dilemas e regras que ali continham e apoiei a deixando feliz por ver que eu estava ao seu lado. Ela já havia conversado com meus avós para ficarmos por um período de tempo hospedados em sua casa até ela ter uma boa quantia e comprar ou alugar uma casa e os mesmos nos acolheram sabendo de nossa situação e sentimentos.

Eu tive que me despedir de meus amigos, mesmo de coração partido eles entenderam que aquilo era o melhor tanto para mim como para minha mão e que não seria o fim de nossa amizade ou de tudo que passamos juntos. Cada um estava indo bem no caminho que escolheu: Nana havia conseguido entrar para a faculdade que sempre sonhou e desejou e Joshua finalmente havia debutado no grupo que já treinava a anos. Meu único pedido foi para que não perdêssemos o contato, também prometendo que nos veríamos novamente e que eles sempre estariam comigo afinal foram uma parte importante em toda minha vida.

E então eu segui em frente, recomeçando novamente, desistindo completamente da dança e seguindo uma carreira totalmente contrária do que todos esperavam para mim, a primeira coisa que fiz foi tentar uma vaga em uma boa faculdade com direito a uma bolsa para que não pesasse tanto a minha mãe e também achar um emprego onde eu pudesse treinar as habilidades que estava aprendendo e também receber por aquilo.

Eu tinha vinte anos, novamente recomeçando e reaprendendo, mas dessa vez seguindo com os pés no chão, seguindo a realidade e sendo firme em todas as minhas escolhas, pensando com a razão em vez de a emoção e focando em meu melhor do que uma aventura. Foi dessa forma que iniciei minha vida adulta sem muitas expectativas, sonhos ou esperanças.

Pode parecer triste, mas foi a forma que decidir que viveria dali em diante.

Até ele aparecer.

I wanna dance again | JHOnde histórias criam vida. Descubra agora