Como são as coisas não é mesmo, a um tempo atrás eu não me imaginava dançando novamente, por mais que fosse um dos meus desejos mais profundos, e agora estou aqui cada dia mais melhorando minhas habilidades e me reinventando, um fato que até então eu não havia reparado era como eu venci muitas barreiras que me paravam e uma delas era a vergonha de mostrar a minha prótese, eu vivia de calças largar ou até então saias longas para esconder aquilo que eu possuía, aquele problema em minha vida...
No entanto depois de tantas conversas com Hobi, com minha mãe e até mesmo com Joy – ao qual me aproximei rapidamente por conta de dançarmos quase no mesmo horário – reparei que aquilo não era um motivo para me envergonhar e sim para me orgulhar, pois eu havia vencido em três pontos da minha vida: eu havia sobrevivido, eu havia recomeçado e também havia reaprendido, sim eu devia me sentir feliz, não que agora eu fosse me exibir para os quatro cantos que existiam, mas sim que iria me permitir tentar usar peças de roupas que até então nem eram cogitadas, ou fazer coisas que nem imaginava.
Enquanto eu me moviam pela sala todos esses pensamentos me bombardeavam de diferentes formas e quando ele entrou na sala tudo se tornou silencioso quando encontrei seus olhos, desde aquele dia que saímos juntos, jantamos e conversamos meu coração errava as batidas toda vez que o via, eu sei que em parte minha paixonite por Jung Hosoek era por seus movimentos precisos e perfeitos na dança, mas a outra parte batia firme na tecla de que ele era alguém de áurea perfeita e que me faria mais feliz do que eu poderia imaginar. Ele fazia todos os meus medos se tornarem mínimos e não me alcançarem com força, só havia um porém: ele não devia sentir um terço do que eu sentia por ele naquele momento!
- Eu sou um máximo não sou? – sua voz me alcançou e sorri pausando a música.
- Sim! – espera eu concordei sem pensar, vamos repense – espera, em que? Que houve?
Ele sorriu mais largo ainda, senti um calafrio em minha espinha com medo de que ele tivesse descoberto meu penhasco por ele.
- O que houve é que almocei com o dono do estúdio hoje e ele te viu dançando e me fez perguntas sobre você...
- Eu posso me explicar, quer dizer você explicou para ele né? – me desesperei, até aquele momento eu usava o espaço praticamente de graça, por conta de Hobi não querer nada apenas uma companhia e resgatar meu amor pela dança e agora saber que o real dono me viu ali me deixou extremamente desajustada.
- Relaxa, não pensa demais em coisas que eu nem expliquei ainda. – me acalmei e sua gargalhada ocupou novamente o espaço.
- Ei não se divirta com meu desespero seu chato! – provoquei
- Ok, vamos lá... Como eu disse antes ele havia te visto ensaiando aqui e ficou admirado com seus passos e precisão, conversei com ele e contei um pouco de tudo que passou o resultado é que ficou mais admirado...
- E vai me dar passe livre eternamente! – aproveitei sua pausa para brincar e rir novamente
- Quase isso, como você sabe estamos crescendo a cada dia e como somos somente cinco não estamos dando conta de todas as turmas que estão se formando, mesmo que ele tenha dividido dois para manhã, dois para tarde e um para noite a pessoa que está exercendo a noite não está dando conta e precisará em breve haver divisão.
- O reconhecimento de vocês está muito grande...
- E dai vem a oferta – pisquei quando ouvi aquela palavra – ele perguntou se você tem o desejo de trabalhar aqui...
- Trabalhar? Aqui? – testei as palavras – mas Hobi eu não tenho diploma e nem licença para ensinar...
- Podemos conseguir isso, há cursos de treinamento com licenciamento que você pode fazer enquanto começa a ser treinada, eu me ofereço a te treinar e como a época de concursos está chegando uma das pessoas que trabalha a tarde trocará para a noite e a vaga da tarde ficaria vaga; então tudo ficaria perfeito para você entrar...
- Eu não sei e meu atual emprego? – pensei um pouco alto
Eu não o odiava totalmente, mas tinha medo de que seguir por aquele caminho não desse certo e eu acabasse me dando mal...
- Para seguirmos um sonho precisamos nos arriscar tentando e finalmente chegou a hora para isso Summer, não tenha medo...
- Eu posso pensar sobre isso? – perguntei como uma criança com medo da resposta
- Claro, vou te dar o número dele, ele vai adorar se a resposta for positiva, está disposto a lhe contratar e ajudar.
Naquele dia eu corri para casa, nem ensaiei tudo que pretendia, precisava conversar com minha mãe e ver o que era melhor para nós duas, ver o que poderia ser feito e se ela aprovaria qualquer decisão que eu tomasse com respeito a aquele sonho. Mesmo que chegando desesperada e a bombardeando com esta e outras informações ela pareceu calma aos meus olhos, me chamando para fazer bolinhos de arroz para o lanche.
Mesmo sem entender o porquê do pouco caso ajudei na tarefa que em pediu depois de um bom banho, sabe acho que foi uma maneira dela me acalmar e de poder conversar tranquilamente comigo, ela me fez perguntas ao invés de ir logo respondendo o que eu queria, fez eu mesma achar a solução para a dúvida reinava em mim e no final quando tudo se clareou na minha mente respondeu:
- É seu sonho minha filha, não o meu, então pense em você, em como irá se sentir se o negar ou se o aceitar e assim tome sua decisão.
Então eu decidi seguir meu sonho de adolescência depois de muito tempo, decidi dar uma chance a aquilo que sempre quis, decidi que me arriscaria e tentaria sem medo.
E depois de pensar muito, eu simplesmente disquei o número que Hobi havia me mandando por mensagem proferindo a frase que nunca pensei que aconteceria em minha vida:
- Sim, eu aceito seu convite, gostaria sim de ser uma das instrutoras de seu estúdio!
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I wanna dance again | JH
Fanfiction(Concluída) Summer em sua adolescência se mostrou um diamante precioso, um tesouro quando assunto era dança, dona de vários prêmios e também de orgulho para os pais, a jovem sonhava em se tornar famosa no ramo da dança e conseguir ou debutar como um...
