𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝙸𝚅- 𝔗𝔢𝔯𝔯𝔞𝔰 𝔄𝔩𝔱𝔞𝔰

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F̲o̲r̲t̲ ̲W̲i̲l̲l̲i̲a̲m̲, ̲ ̲E̲s̲c̲ó̲c̲i̲a̲, ̲ ̲2̲4̲ ̲d̲e̲ ̲j̲a̲n̲e̲i̲r̲o̲ ̲d̲e̲ 2007

            ꧁Helena꧂

                 ℂom Patrício de férias, tiramos um tempo para viagens. Preciso escrever um artigo importante, e Patrício quer conhecer a neve. Apesar dele ter bastante dinheiro, não é do seu feitio ser um viajante. Ele diz que gastava seu dinheiro com cinema, teatro e shows de música clássica antes de se casar comigo. Agora, com as meninas, ele acaba gastando com elas.
Após as festividade de final de ano, pegamos nossas malas e subimos em um avião direto para o Reino Unido. Janeiro é um mês manchado de espírito sombrio e resoluções quebradas de Ano Novo? Não, janeiro não é de todo ruim. É certo que ventos gelados, temperaturas congelantes e longas noites dominam, mas nenhum feitiço frio poderia prejudicar a natureza romântica da Escócia. Cobertores brancos de neve aveludada as estações de esqui, e é isso que uniu toda a família. Eu vim para estudar, mas Patrício e as meninas vinheram para esquiar.
     No domingo, chegamos no aeroporto de Inverness e alugamos um carro. Pegamos uma estrada para seguir até Fort William. Uma estrada, com asfalto bem cuidado, que ia serpenteando o vale com florestas de ambos os lados, com o constante som de água a correr, a imagem dos 1.344 metros de altitude do Monte Ben Nevis sempre presente, esporádicos ciclistas e corredores a fazerem exercício, até que a estrada se estreitou de tal forma que passou a caber apenas um carro.
A meninas brincavam no banco de trás, às vezes, se deleitando, bem devagar. Paramos uma, outra e outra vez para apreciar o envolvente. No caminho, a Jeanine chorou pelo menos duas vezes, e só se acalmou quando Patrício começou a cantar uma cantiga para ela.
Chegamos a Fort William era praticamente sete da noite. Para nós que nascemos e crescemos em um país tropical, próximo a linha do Equador, mudar para um lugar em uma latitude muito ao norte ou ao sul é estranho, muito estranho. E ainda por cima é inverno! A maioria dos dias são nublados e tudo fica ainda mais escuro, cinza, e molhado. E ainda tem o “encurtamento” dos dias.

— Mamãe, daqui a pouco já vamos dormir? — Jeanine perguntou quando viu o sol se pondo. Mas ainda nem era sete horas.

— Não, Nine. — Patrício respondeu. — Nessa época o Sol fica muito preguiçoso acordando por volta das oito horas da manhã e indo dormir por volta das quatro e meia da tarde, e jamais ficando a pino. O Sol, quando se dá ao trabalho de aparecer fica sempre a meia altura, girando por todo o horizonte até cansar e ir embora.

— Que Sol preguiçoso, papai. — Jeanine murmurou.


         A maior decepção de Patrício foi o hotel. De início, achamos a entrada linda. E depois encontramos quartos simples e bem iluminados com TV por satélite e utensílios para chá e café, além de banheiro integrado. E até que consegue acomodar nós quatro. A sala ao lado é muito fria, acredito que eles deixaram a janela aberta o dia todo, então estava muito frio quando nós entramos. A fechadura da janela estava quebrada, então não pudemos fechar a janela corretamente e tivemos que usar a decoração da colcha e cabides para manter a corrente de ar do lado de fora. O estacionamento fica a cerca de dez minutos a pé, portanto, mover nossas bagagens não foi um prazer. Apenas Jeanine correu na nossa frente com a sua mala de rodinhas da Hello Kitty, ela parecia feliz.

       Segunda e terça-feira foram os meus dias. Fui para West Highland Museum, no centro de Fort William, que conta a história do montanhosa West Highlands da Escócia e do seu povo. Me deslumbrei com os sete quartos em três andares, com uma extensa coleção de objetos relativos aos jacobitas, incluindo o décimo oitavo "retrato secreto" século de Bonnie Prince Charlie. Depois encontrei área da realeza, que é representada por um conjunto de Victoriana, incluindo a regalia Highland oferecida pela Rainha Vitória ao seu servo favorito, John Brown. O museu pretende cobrir todos os aspectos de West Highland história, com outras exposições para a arqueologia, a vida silvestre Highland, e história militar, incluindo a história de Fort William.
Terça-feira fiquei sentada em frente a uniformes militares, enquanto escrevia rascunhos para o meu artigo. Até que um homem muito simpático, acho que o proprietário ou o gerente do local, me ofereceu um passeio muito rápido (tínhamos apenas quinze minutos de sobra, já que eu precisava voltar para o hotel) com base em nosso interesse histórico - os jacobitas e Bonnie Prince Charlie. Ele era tão apaixonado e gentilmente me entregou fatos divertidos e explicações sobre que tipo de artilharia foi usada durante os combates e me explicou sobre a história da obra-prima do museu e por que ela é pintada como é. Foi incrível!
Enquanto eu estava esses dois dias no museu, Patrício e as meninas estavam esquiando nas deslumbrantes encostas de Fort William. Joanna voltou com queimaduras de frio nas bochechas, e a Jeanine voltou com tantas histórias que quase não me deixou dormir no primeiro dia.
A cidadezinha pequena que é chamada de ‘capital outdoor do Reino Unido’ é um deslumbre. Isso porque a cidade está próxima a diversas trilhas e montanhas. Então, a maioria dos turistas que se hospeda aqui acaba passando o dia fora, fazendo hiking, escalando montanhas ou até mesmo fazendo canoagem. Coisas que minha família está fazendo.
Fort William fica literalmente na base do Ben Nevis e na beira do Lago Linnhe, o que resume bem a região das Highlands. Percebi que a cidade está cheia de turistas, pois o inverno não afasta os aventureiros. Então, apesar de pequena, ela atende bem os nossos interesses. Tem um monte de B&Bs, restaurantes e pubs, e também lojas que vendem equipamento para esportes outdoor.

𝕰𝖚 𝖙𝖊𝖓𝖍𝖔 𝖖𝖚𝖊 𝖘𝖆𝖑𝖛𝖆𝖗 𝕵𝖔𝖆𝖓𝖆 𝕯'𝖆𝖗𝖈Onde histórias criam vida. Descubra agora