Capítulo 2

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Jennie

— E o que te faz achar que desejo isso? – a vi sorrir audivelmente antes de me responder. Droga de sorriso perfeito!

— Acho que nós duas sabemos que você não tirou os olhos de mim desde o momento em que saí da água. Estou certa?

— Você é confiante demais. — sorri e desviei minha atenção de sua figura, voltando a olhar para o mar. — E se eu estivesse olhando algum outro surfista?

— Bom, eu sou extremamente confiante. É uma das minhas características, digamos que seja o meu charme e convenhamos, você não estava olhando para mais ninguém. Não fuja.

Não pude resistir a gargalhada que se formou em minha garganta, então me deixei levar pelo momento. Aquela garota era abusada e eu estava gostando daquilo. Restava saber do que ela era capaz de fazer. Ali, no mar, eu tive uma ideia de seus talentos, mas agora minha mente trabalhava nas possibilidades e dos vários prazeres que aquela pessoa poderia me oferecer na cama.

Mas a pergunta que deve estar rodando pelo ar neste momento: Transo com qualquer um assim? Não. Tenho uma reputação a zelar. Convenhamos, nós mulheres, precisamos sempre nos valorizar.

— Sinto em dizer, mas não sou fácil assim. — a cortei, mas desejando que ela continuasse no jogo. Só assim para saber se Manoban valia a pena para o momento.

— Não tem problema. Eu sempre vejo o lado bom da vida. — disse apoiando sua prancha no batente do píer e sentando ao meu lado no banco, me inundando com novos aromas. O cabelo escuro balançou com o vento forte, bagunçando sua franja, que ameaçava cobrir seus olhos, trazendo até mim o aroma do shampoo que ela usava mesmo que fraco. – Pelo menos você não disse algo como: "não gosto de mulheres". — completou e riu divertida me fazendo acompanha-la.

— Não sou hipócrita a esse nível pra dizer algo assim depois de ficar olhando descaradamente pra você. — informei.

— Ótimo. Percebe? Começamos a nos entender e isso é ótimo. — sorriu de canto assim que nossos olhos se encontraram mais uma vez. Confiança e um lindo sorriso. Essas são suas armas, garota?

— Nos entender em que sentido? — continuei jogando.

— Em nossos gostos.

— Acho que está ficando convencida além da conta. – rebati segurando meu sorriso. Ainda não podia dar a ela esse gostinho de saber que estava adorando aquele game.

— Que tal pararmos com todo esse joguinho de querer e não querer? — fui descoberta. Confiança, um lindo sorriso e é esperta. Anotado.

— Que tal você parar de me convencer a ir pra cama com você? — ainda não acabamos, Manoban!

— O não eu já tenho, não custa tentar. Vai que o sim acontece. — arqueando uma sobrancelha ela sorriu grande e divertida. Espirito jovem e bem humorado. O que mais você tem a oferecer, Lalisa?

— Só uma dica... – cheguei mais perto, perigosamente mais perto. Aspirei um pouco daquele aroma de mar e o perfume cítrico que seu corpo exalava no momento. De imediato me arrependi da proximidade ao sentir todos meus sentidos entorpecerem diante dela, mas me mantive firme. – Pra me levar pra cama, tem que fazer muito mais, La-li-sa. — pronunciei cada silaba do seu nome, baixo, lentamente e deixando meus olhos descerem por seu colo e subirem novamente para encontrar os olhos chocolates intensos e desejosos que me encaravam.

Levantei daquele banco sentindo minhas pernas tremerem e caminhei até o pequeno restaurante do píer. Sentei em uma das mesinhas disponíveis ali e sequer voltei a olhar pra trás onde a mulher, de pele dourada e cabelos escuros, havia ficado. Um rapaz apareceu e logo fiz o meu pedido. Aproveitei o pôr do sol que ainda estava acontecendo e não voltei a pensar no episódio de segundos atrás. Me concentrei no fato do vento começar a ficar mais forte e frio, me causando um breve arrependimento por ter saído sem um agasalho, então não poderia me demorar por ali muito mais após a refeição.

Malibu, A Way Of Life  | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora