Desde que te vi pela primeira vez Parte 2

Capítulo 1

 Deito na cama e fico olhando para o teto, hoje faz 5 anos que Camila me deixou, faz 5 anos que eu há procuro. Não consigo desistir dela, não consigo a deixar ir, simplesmente não consigo. Mesmo casada, mesmo conhecendo outra pessoa, mesmo que todos digam para eu desistir porque ela não vai voltar, eu ainda continuo completamente apaixonada por aquela mulher. 

Como de costume, pego o celular e ligo para ela, logo o aparelho pede para eu deixar um recado...

- Hey Camz...Não sei se você ainda lembra da minha voz, então...Aqui é a Lauren, Lauren Jauregui. É, já faz 5 anos, e você nunca mais voltou...Eu só queria te dizer que...Eu te amo, ainda te amo... - O tempo acaba e a ligação acaba, ligo mais uma vez e volto a falar - Pois é, mesmo depois de anos, ainda te amo, e porra...Eu sinto tanto a sua falta Camz... - Mais uma vez desliga e eu suspiro

- Amor? O que está fazendo? - Carla aparece na porta do quarto e me observa, levo um pequeno susto e sento na cama

- Hum...nada, só estava tentando falar com Dinah - Minto e ela arqueia a sobrancelha 

- Bela está te chamando...- Ela diz desconfiada - Você parece triste, todo ano quando chega essa data você fica assim...Por que? - Ela pergunta novamente como todo ano e eu reviro os olhos

 Ela sai desistindo, ela sabe o que vou dizer, eu sempre falo a mesma coisa "Um dia, um dia eu te conto, quando eu superar, eu conto". E Carla sempre sorri forçado e resmunga algo que eu nunca entendo, ela sai e fecha a porta. Mas hoje, foi diferente, ela apenas fechou a porta e saiu.

 Logo Dinah entra no quarto e percebo que ela não acreditou no que disse, se Dinah estava aqui, então ela teria escutado o celular dela tocar.

- Fazem 5 anos Lauren, até quando você vai ficar assim, até quando você vai fazer isso? - Dinah pergunta nervosa

- Você acha mesmo que quero ficar assim Dinah? Acha mesmo que eu adoro continuar amando Camila? Mesmo depois do que ela fez, mesmo depois de anos?  - Pergunto irritada e uma lágrima solitária cai

- Então por que casou com Carla? Por que está com ela? - Pergunta mais uma vez

- Eu casei porquê eu acreditava que um dia eu iria esquecer Camila, e ia me apaixonar por ela. Ela é uma ótima esposa, achei que seria fácil a amar - Admito e Dinah me olha furiosa - Eu sei, estou errada, isso é ridículo, eu já pedi os papeis do divorcio - Conto e ela me olha surpresa - Você sabia que Bela sonha com ela? Quase toda noite...Eu choro, choro toda vez que lembro daquela desgraçada, choro porque Bela ainda sente falta dela... Carla ainda tenta fazer Bela a chamar de mãe, isso é horrível - Falo e Dinah senta ao meu lado

- Normani também sonha com ela, as vezes pego ela chorando e sei que é por causa de Camila - Dinah fala perdida 

- Já faz 4 anos que vocês namoram, quando vai pedir ela em casamento? - Tento mudar de assunto

- Não sei, ela diz que não quer apressar as coisas - Dinah fala e eu levanto da cama

- Papai! - Bela entra no quarto correndo

- Já te falei para não correr dentro de casa - A olho séria e ela faz careta

- Eu estou te chamando a horas...- Ela reclama 

- Estava ocupada meu amor, o que foi? - Pergunto e ela faz uma careta

- Agora eu esqueci - Ela bufa e eu dou risada junto com Dinah

 Bela está cada dia mais linda, seus cabelos pretos se parecem ainda mais com os meus, ela se parece muito comigo,  exceto pelos olhos, os olhos dela são lindos. 

- Nunca te perguntei isso, mas...Por que ela te chama de pai? - Pergunta Dinah curiosa

- Victória sempre quis ser mãe, o sonho dela era ser chamada de "mamãe". Não sei explicar direito, mas eu queria que ela se sentisse única, eu não me incomodo dela me chamando de pai, como também não me incomodo se você me chamar no masculino - Explico e ela sorri de canto

- Você não acha que Carla deveria saber o motivo pelo qual você está prestes a pedir divorcio? - Dinah volta ao assunto anterior e eu bufo

- Aqui não Dinah...- Resmungo 

- Você não a ama mesmo? Nem um pouco? - Pergunta insistente 

E então lembro de como conheci ela...

Flashback:

Caminho pela rua deserta e viro a garrafa de whisky na boca, paro na frente de uma praça e ando devagar até um banco, mas quando me aproximo vejo uma garota, ela me observa e faz uma careta notando que estou bêbada. 

- Você está bem? - Pergunta e eu arqueio a sobrancelha

- Pareço bem? - Pergunto e ela ri baixo - Belo sorriso - Admiro e ela fica tímida

 Começamos uma conversa sobre o porque de eu estar bêbada em uma praça vazia, e isso acaba me lembrando Camila, antes que eu comece a chorar, puxo a garota para um beijo. Ela não reclama nem se afasta, o que acaba fazendo eu intensificar as coisas.

 De uma hora para outra, me vejo por cima dela enquanto a mesma está deitada na minha cama...

Flashback off.

 Nunca a amei, foi errado o que eu fiz, sei disso...Estamos juntas a 3 anos, namoramos por 2 anos e quando me vi, já estava ajoelhada em sua frente a pedindo em casamento. Minha relação com Carla é estranha, é normal, é comum, ela parece mais uma colega de quarto do que minha esposa. É estranho tudo isso, preciso admitir.

- Não a amo, nunca amei...Camila me tem por completo, sempre me teve...- Falo e Dinah faz uma careta

- Chamo isso de dependência emocional - Ela fala e eu reviro os olhos

- É...- Finjo que não escutei o que ela disse e saio do quarto, ela vem logo atrás

 Desço a escada e Carla me olha de um jeito estranho, ignoro e caminho até a porta.

- Vai sair? - Pergunta antes de eu fechar a porta

 Faço um gesto explicando que vou fumar e ela assente, fecho a porta e pego o cigarro e o isqueiro.

- Você precisa parar de fumar - Dinah reclama pelo cheiro

- Eu sei...Vamos com calma, você já fez eu parar de cheirar...- Falo e sento na calçada 

- Nem me fale...Época horrível, você vivia drogada - Lembra e faz uma careta

- Foi quando eu percebi que não ia achar Camila e que ela não ia voltar. Quando caiu a fixa, doeu pra caralho, eu só precisava ficar chapada o tempo inteiro para não sentir nada - Conto e trago o cigarro

- Você começou a me assustar, eu achava que a qualquer momento você ia acabar se matando- Desabafa e eu a olho de relance

- Eu queria, mas não podia... - Admito e ela sorri forçado