Dreams - (Ariana / You)

Capítulo 08

Dalton's Point Of View.

Enquanto voltavamos para a empresa comecei a pensar no que de fato estávamos fazendo. Apesar de ser algo bem quente, na prática eu estava jogando minha esposa para os braços de outra e por mais que eu gostasse de ver Ariana ser dominada por outro, aquilo não era certo. Graças ao carro de S/N, chegamos na empresa em pouco mais de dez minutos, Isabelle fez questão de nos pontuar sobre tudo que estava acontecendo.

— Eu não acredito que aquele cliente está devolvendo a mansão! Ela custou uma nota! Não vamos ter todo esse dinheiro no caixa para devolver depois! — Exclamei passando as mãos pelo rosto.

— Daremos um jeito, só precisamos reler o contrato! Deve ter algo nas entrelinhas que nenhum de nós lemos! — Comentou S/N tentando me acalmar.

Era engraçado como S/N conseguia fazer com que o pior erro e a pior situação fosse fácil de se resolver. Nos sentamos a mesa e S/N começou a fazer todo o seu estudo, aos poucos a encarei e por mais que ela fosse uma mulher intersexual, ela tinha o seu charme e agora estava começando a pensar seriamente em outra coisa.

— Pelo visto a diversão acabou, vou me encontrar com o Frankie, para comprarmos alguns vestidos para mim, nos vemos a noite Dalton, enquanto a você... Espero te encontrar em breve S/N! — Exclamou Ariana piscando para ela.

Acompanhei todo o movimento e poderia dizer que algo estava acontecendo entre elas, algo além daquilo que eu sabia. Assim que ficamos sozinhos, me levantei da cadeira e fui até a janela observar as pessoas andando na rua.

— Viu? Sabia que tinha algo que deixamos passar! Leia as últimas cláusulas! — Falou S/N eufórica.

Me virei para encará-la e lá estava ela com os documentos em mãos, com um sorriso que poderia ser visto até mesmo de costas.

— Que ótimo! S/N, você nunca pensou em ficar com homens? — Perguntei vendo a expressão dela mudar.

— Nunca, eu sempre gostei de mulheres, porque?

— Nada, apenas curiosidade. Onde está a cláusula que você me falou? — Pedi sem graça.

Ariana Grande's Point Of View.

Fazer compras era um verdadeiro remédio para qualquer pessoa. Dentro daquele enorme shopping, Frankie não parava de contar sobre seu novo romance e quanto a mim, bom... Eu não conseguia deixar de pensar nela, em S/N. Aquilo estava ficando impossível, eu estava dividida entre Dalton e S/N.

— O que acha dessa camiseta Ari? Acha que o Bruce vai gostar? — Me perguntou Frankie pegando a camiseta e me mostrando.

— Ah..  Ah... Desculpa Frankie, eu estava distraída.

— Você anda muito distraída para início de conversa. Escuta Ari, vamos tomar um sorvete porque eu acho que você está precisando desabafar.

Eu amava Frankie, eu não precisava dizer o que precisava, apenas com um olhar ele sabia de tudo, tínhamos uma conexão incrível.

— Então é isso Frankie, aliás você acha que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? Querer duas pessoas na mesma intensidade? — Indaguei completamente confusa.

— Não existe isso de amar duas pessoas, querer duas pessoas pode até existir, mas amar não. Se você está colocando uma terceira pessoa no seu coração é porque a primeira não é tão importante assim para se manter fixa em seu coração.

— Eu sei a resposta, mas acha que devo parar com isso? Que preciso esquecer a S/N e viver a minha vida com Dalton?

— Ari, você já sabe a resposta. Eu não preciso dizer nada, isso não é uma decisão minha e sim sua, você tem que fazer o que acha que é melhor para você. Só não quero que minha irmãzinha quebre a cara mais do que já aconteceu! — Exclamou Frankie se levantando.

Nos abraçamos com força, apesar de termos nossos impasses, mas Frankie era o meu melhor amigo e confidente. Eu não poderia contar isso a minha mãe, pois ela acabaria com minha vida, minha avó compartilharia da mesma atitude que minha mãe.

O caminho de volta para casa, foi de total silêncio, eu precisava tomar uma decisão que mudaria tudo. Frankie me deixou em casa e assim que abri a porta, Toulouse veio ao meu encontro, pelo visto Dalton já havia chegado, pois o meu pequeno pet havia ficado alguns dias no veterinário e ele seria o responsável por buscar Toulouse.

– Que ótimo que chegou meu amor! Comprei alguns doces para você e aproveitei e peguei o Toulouse no veterinário! — Comentou Dalton entrando na sala.

Era isso, eu tinha que escolher entre S/N e Dalton. Apesar de para a maioria das pessoas, essa escolha fosse fácil, para mim era terrível. Dalton era um ótimo marido, mas péssimo na cama, quanto a S/N, bom... Ela era tudo que eu desejava em um companheiro sexual, mas apenas isso. Coloquei minhas sacolas no sofá e fui para os braços de Dalton.

Naquela noite, não houve sexo, eu não conseguia mais fazer com ele. Minha cabeça martelava tudo que Frankie havia me dito na sorveteira. Me levantei um pouco antes de Dalton sequer acordar, caminhei nas pontas dos pés até a sacada que existia, sentei no parapeito e fiquei apenas olhando para o nada, sentindo a brisa daquele início da manhã e torcendo para que uma decisão viesse e ajustasse tudo.

— Bom dia amor! Aproveitando a brisa da manhã? — Indagou Dalton me agarrando por trás.

— Porra Dalton! Não faça mais isso! Quase caí do parapeito! — Reclamei um pouco irritada.

— Não quer entrar? Você está gelada! — Exclamou Dalton.

Dalton se afastou de mim e desci do parapeito, caminhei pelo quarto e depois de ter apertado o roupão, segui para o banheiro, liguei o chuveiro, tirei minhas roupas e deixei que a água tomasse conta de mim.

— Quer companhia? — Sussurrou Dalton me irritando novamente.

— Se eu quisesse teria pedido! — Respondi impaciente.

— Ari? O que aconteceu? Você está tão irritada. Fiz algo para você?

Encarei Dalton por alguns minutos, o que eu poderia dizer para ele? Que a presença dele de repente começou a me irritar e que eu estava dividida entre ele e a amiga dele? Dalton não entenderia! Eu sabia que não poderia dizer aquilo para ele, respirei fundo, o puxei para dentro do box e mesmo a contragosto acabei transando com ele. Imaginei que talvez transando com ela, aquela sensação mudaria, mas havia me enganado.

— Vai ir comigo no trabalho Ari, ou vai ficar aqui? — Indagou Dalton algum tempo depois, enquanto colocava a camisa social preta dele.

Iria responder quando a campainha tocou. Fechei meu roupão e decidi que o melhor seria ver quem era.

— Espera amor, eu vou abrir a porta, odiaria que algum tarado quisesse você! — Exclamou Dalton passando por mim.

O segui até a porta e no momento que ele a abriu, paralisei ao ver S/N do outro lado da porta.

— Posso entrar? — Indagou S/N com aquele sorriso lindo que ela tinha.

Dalton deu espaço e assim que ele fechou a porta, S/N me encarou séria.

— São donuts? Eu adoro donuts!

— São de doce de leite e creme. Não sabia qual das duas vocês gostavam, por isso que trouxe. — Comentou S/N.

Dalton logo pegou a caixa e correu para cozinha me deixando sozinha com S/N.

— Melhor eu ajudar o Dalton, porque ele é péssimo para abrir caix...

Minhas palavras morreram ali, pois S/me puxou para um dos melhores beijos que já tínhamos divido.