Amor, Ódio, O quê tenho dele ?

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É de manhã, Evan ainda dorme, dou graças ao céu por não trabalhar hoje, meu rosto está feio demais, no lugar do vermelho agora está um roxo, não suportaria as pessoas me olhando, não de novo, na semana passada Evan e eu brigamos, ele me deu um tapa no rosto, ficou roxo por três dias, minhas colegas de trabalho ficavam me encarando, uma delas chegou a me perguntar se eu queria ajuda para denunciar meu namorado, quando eu disse que estava tudo bem, ela simplismente deu de ombros.

Sei que as pessoas não entendem porque eu fico, mas na maioria do tempo ele é bom pra mim, eu sei que ele erra, mas eu o amo.

Sento na cozinha pra tomar café quando meu celular toca, vejo no visor que é uma chamada de video do Pedro, corro pra atender, estou morrendo de saudade do meu melhor amigo.

_Bom dia flor do dia.
_Bom dia pe, que saudade.
_Estou voltando amanhã.
_Jura, até que em fim, pensei que ia me abandonar pra sempreee.
_Sabe que não né.
_Hum.
_O que é isso no seu rosto.
_Nada. _Digo virando o celular pro outro lado, estava tão empolgada que me esqueci do que tinha acontecido.
_Valentina, o Evan está te batendo outra vez?
_Não, não foi nada.
_Você sabe que merece coisa melhor que esse bundão nè.
_Ta tudo bem Pedro, não piora, porfavor.
_Da pra ficar pior.
_Eu te ligo outra hora.
_Não, Valentina espera...

Desligo e corro para o quarto, que saco, assim que entro me assusto ao olhar Evan sentado na cama mechendo no celular e rindo.

_Está falando com quem?
_Com ninguém. _Diz e desliga a tela do celular, bloqueando o mesmo.
_Hum.
_O seu rosto, está horrível, me desculpa.
_Já pediu desculpa Evan.
_Passe maquiagem nele, às pessoas vão ficar te olhando.
_Deixe que olhem.
_Não anda logo, Cecília vem ai almoçar hoje, porfavor cubra isso, não quero que ela ache que maltrato você.
_Porque não, não é a verdade?
_Voce sabe que não, eu perdi o controle.
_Tudo bem.

Vou para o banheiro e passo o corretivo no meu roxo, não escondo, somente amenizo.

Cecília passa a tarde toda aqui, vez ou outra olha o meu olho roxo e finge estar olhando pra outra coisa quando a encaro esperando que algo seja dito, depois de muito custo ela pergunta.

_O que houve com o seu olho, não o culpe, às vezes ele não controla.

Apenas a olho friamente sem dizer nada.

_Volte quando quiser tia.
_Voltarei Evan, foi muito bom ver vocês.
_Digo o mesmo. _Digo isso em um tom um pouco seco, não é que não gosto dela, eu gosto, mas ela vive passando pano em tudo.
_Seus pais teriam orgulho de você Evan, eles te amavam demais.
_Sim teriam. _Respondo ironicamente.

Eles se entreolham e Evan a abraça, e por fim ela vai embora.

_O que deu em você hoje?
_Não sei do que está falando. -Respondo grossa.
_É claro que sabe, ficou de birra o dia todo.
_A me poupe Evan, você me bate e quer que eu fique rindo.
_Já pedi desculpa.
_O que adianta se faz de novo.
_Me perdoa, você sabe que eu amo você.
_Eu sempre perdoou você não é mesmo, é essa droga de amor que sinto por você, ele está me cansando.
_Não fala assim, você sabe que eu te amo.
_Eu também te amo Evan, mas estou cansada.
_Podemos tentar de novo.

Fico ali com aquelas palavras soltas ao vento, o que há de errado comigo, porque não consigo me desprender desse amor, eu sei que não é bom pra mim, se é que já foi algum dia, que droga estou fazendo, porque em meio a todo esse caos eu vejo luz também, eu devo estar louca, porquê não pode ser 7, mas eu o amo tanto que não consigo partir, sei o quanto isso me machuca, mas também por algum tempo me faz bem, mas espero que um dia eu veja um sopro de refrigério que me leve pra longe do caos que chamo de amor.

Abraço Evan retribuindo seja lá o que for
que está me dando, amor?, ódio?, o que é que eu tenho dele ?

O que você roubou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora